Lucas corre para o mar, no último dia das férias antes de se apresentar à Seleção Brasileira que disputará o Sul-Americano Sub-20, entre janeiro e fevereiro (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)
Mas ele não reclama. Pelo contrário, está feliz. Lucas aproveitou a semana de folga nos braços da família: passou o último fim de semana com a mãe, Fátima, em um apartamento na Riviera de São Lourenço, praia localizada no litoral norte de São Paulo. Lá, entre um mergulho e outro, falou sobre a ansiedade de vestir a amarelinha, comemorou o bom ano que teve e lembrou: ainda é duro driblar a timidez para lidar com o avanço das fãs que a toda hora pedem autógrafos e fotos.
GLOBOESPORTE.COM: Como é encerrar as férias tão cedo?
Lucas: É verdade, não tem mais moleza (risos). Tive uma semana de folga e procurei descansar ao máximo para chegar bem à Seleção Brasileira. Estou muito ansioso para chegar lá e fazer o meu melhor. Não vejo a hora de começar a treinar porque estou alcançando o sonho de qualquer jogador.
Mas não dá para reclamar disso, não é?
Imagina. Está tudo tão bom na minha vida, que eu seria ingrato se fizesse isso. Eu só tenho é que agradecer. Esse ano foi maravilhoso, repleto de conquistas. Faltou apenas o São Paulo conquistar um título ou a vaga na Libertadores. Mas, individualmente, me tornei profissional, cheguei ao time titular do São Paulo e hoje estou na Seleção. Não dá para reclamar.
Lucas interrompeu a entrevista para bater bola com um fã (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)
O que mudou na sua vida neste ano?
Cara, mudou tanta coisa... No ano passado, nessa época do ano, eu estava treinando em Cotia para disputar a Copa São Paulo (de Futebol Júnior). Podia andar despercebido na rua, na praia, onde fosse. Hoje é diferente, as pessoas me param, pedem autógrafos, fotos. Ainda sou tímido, tenho dificuldade para lidar com isso. Outro dia, um corintiano me parou na rua e disse que eu tinha de ir para lá. Outro são-paulino disse que, em 2011, temos que ganhar do Corinthians. Eu acho isso gratificante, mostra que agradei ao torcedor.
Foi o Baresi que teve a coragem de me colocar como titular. Devo tudo a ele"
Lucas
Em relação ao São Paulo, o que você guarda de bom?
Dois jogos ficarão guardados na minha memória com carinho. O primeiro foi contra o Atlético-PR, na Arena da Baixada, que marcou a minha estreia como profissional. Joguei apenas dois minutos, mas foi bom demais. Lá, a pressão é forte, o estádio estava lotado. Depois, teve a partida contra o Vasco, no Morumbi, que foi a minha primeira partida como titular do São Paulo. Devo muito ao Baresi (Sérgio, ex-treinador tricolor), que foi quem abriu as portas para que esse sonho acontecesse.
Muita gente diz que, se Paulo César Carpegiani tivesse substituído Baresi antes, o time teria conseguido a vaga na Libertadroes em 2011. Você concorda?
Não, não concordo. Quando ele chegou, o time já estava mal. A grande verdade é que a equipe não deu liga neste ano. Não conseguimos realizar bons jogos. Eu só tenho coisas boas para falar do Baresi. Ele foi importante demais na minha vida, foi o cara que teve coragem de me colocar como titular. Eu subi para o profissional com o Ricardo Gomes, tive a primeira chance na equipe com o Mílton Cruz, mas foi o Baresi que me efetivou. Tenho o número dele guardado no meu celular e procuro sempre ligar para ele. Eu nunca vou esquecê-lo.
Último fim de semana de folga de Lucas foi com a
mãe (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)
Se você pudesse pedir um presente para Papai Noel, o que seria?
O título com a Seleção Brasileira e a vaga nas Olimpíadas.
Quais seus planos para 2011?
Cara, estou muito otimista. Este ano foi ótimo, mas o próximo tem tudo para ser melhor. Tem de ser por etapas. Agora, vou me dedicar de corpo e alma à Seleção Brasileira, quero ser titular, me destacar e disputar as Olimpíadas. Quando voltar para o São Paulo, estará no meio do Campeonato Paulista, e espero que eu possa ajudar a equipe a conquistar títulos. Não podemos falhar novamente. O torcedor está acostumado a ver o São Paulo campeão.
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