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Sem modéstia, Miranda supera decepção com Dunga e se vê na Copa de 2014

Esquecido na África do Sul, são-paulino se escala entre os melhores para o próximo Mundial

Dado como nome certo na lista de possíveis convocados para disputar a Copa do Mundo da África do Sul, o zagueiro são-paulino Miranda, eleito pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) como o melhor de sua posição no país nos últimos três Campeonatos Brasileiros, foi preterido pelo técnico Dunga e assistiu ao fracasso do time verde e amarelo pela televisão.

A decepção por ter ficado de fora do grupo (Juan, Lúcio, Luisão e Thiago Silva foram os zagueiros chamados) foi tanta que Miranda demorou a se recuperar e, após passar por uma má fase no São Paulo, permaneceu ignorado nas quatro primeiras listas de Mano Menezes, substituto de Dunga no comando do time brasileiro.

Apesar do baque, o jogador prometeu não esmorecer. Em entrevista exclusiva para o R7, na véspera da vitória sobre o Atlético-PR, na qual falhou no gol do Furacão, mas assegurou a vitória marcando o seu, de cabeça, Miranda assegurou já ter superado o trauma do esquecimento e mostrou confiança em escrever uma longa história na seleção. Sem modéstia, se colocou entre os três melhores do Brasil em sua posição e mostrou estar focado em provar que tem futebol para ajudar a seleção a conquistar o hexa em 2014.

Agif/Gazeta Press
Miranda em ação contra o Peru, pelas Eliminatórias para a Copa-2010. Zagueiro foi convocado algumas vezes por Dunga, mas ficou fora do Mundial

Cobiçado por times do exterior – Lazio, Wolfsburg, Bayern de Munique e Fiorentina, entre outros -, o jogador, cujo vínculo com o Tricolor encerra-se em junho do ano que vem, admitiu que vê com bons olhos uma volta à Europa, mas fez um adendo: não aceitará defender um time como o Sochaux, da França, por onde atuou antes de chegar ao Morumbi.

- Tenho ambição e quero estar entre os melhores sempre.

O defensor também falou sobre o atual momento da defesa são-paulina, que vem recebendo críticas pelo elevado número de gols sofridos. Com autoridade de quem comanda o setor, creditou parte da culpa ao atual esquema adotado pelo técnico Paulo César Carpegiani, mais ofensivo do que os utilizados por Ricardo Gomes e Muricy Ramalho.

R7 – O São Paulo tem sido muito criticado atualmente pelo alto número de gols que vem levando. A que você atribui essa queda de rendimento do setor defensivo, que sempre esteve entre os melhores do país?

Miranda - Nos momentos em que o sistema defensivo do São Paulo esteve em grande fase, ninguém assumiu isso sozinho; sempre destacamos o grupo. Quando a equipe estava dedicada a cooperar, todo mundo organizado, formamos um grande sistema defensivo. Hoje mudou muito o estilo de jogar e é isso que está levando a equipe a sofrer muitos gols.

R7 – O número de cartões que você recebe também aumentou. Foram apenas três amarelos durante todo o Campeonato Brasileiro de 2008, nove amarelos e um vermelho em 2009 e já são nove amarelos nesse ano. Também é culpa do esquema?

Miranda - Não me preocupo em relação ao número de cartões, pois não sou um jogador violento. Meu estilo é um pouco mais técnico. Acho que o esquema que o São Paulo vem adotando está prejudicando um pouco o sistema defensivo. O São Paulo foi mais forte no momento em que tinha um atacante só. Hoje os alas apoiam bastante, os zagueiros são técnicos e ficam poucos para marcar. Isso acarreta no aumento do número de gols que levamos e de cartões também.

R7 – Seu contrato com o São Paulo termina em junho, o que significa que em janeiro você está livre para assinar com outro clube sem que o time receba um centavo por isso. Você pensa em antecipar sua renovação para ajudar o São Paulo ou guardou mágoa pelo fato de a presidência ter recusado uma proposta do Wolfsburg, apesar de os alemães terem aceitado pagar os R$ 30,7 milhões (US$ 18 milhões) pedidos pela direção?

Miranda – Esse assunto do Wolfsburg, para mim, faz parte do passado. A partir do momento em que há um contrato, o clube tem a opção de te liberar ou não. Propostas vêm e vão, mas cabe às duas partes aceitá-las ou não. Infelizmente não aconteceu. Sobre antecipar a renovação, não pensei ainda. O que falei para o presidente [Juvenal Juvêncio] é que meu pensamento hoje é no meu trabalho e no jogo seguinte. Não tenho espaço para outros pensamentos; apenas no dia-a-dia. Vou fazer o meu melhor para ajudar o São Paulo a vencer.

R7 – Isso quer dizer que você não pensa em voltar para a Europa? Falam muito do interesse da Lazio, do próprio Wolfsburg, do Bayern de Munique...

Miranda - Estilo de jogo eu gosto muito da Espanha, mas também de Itália, Alemanha ou Inglaterra. Depende muito de adaptação e do que o treinador te propõe a fazer.

R7 – Você atuou em um time pequeno da França, o Sochaux. O que trouxe de positivo de lá e o que não aceitaria fazer em uma possível volta à Europa?

Miranda – De positivo eu trouxe a obediência tática, que lá é muito grande, e também o fato de ter aprendido a jogar em linha de quatro [zagueiros]. O que eu não voltaria a fazer é jogar em time inferior, que briga pela parte de baixo da tabela, apenas para não cair. Hoje eu penso em ir para brigar por título, Champions League ou Uefa. Tem que ter ambição e vou procurar estar entre os melhores sempre.

R7 – E qual dos times que te “namoram” interessa mais? A Lazio, que tem os ex-companheiros André Dias e Hernanes?

Miranda - Só falo quando estiver estabelecido um início de conversa. Sobre a Lazio, eu estou acompanhando e está fazendo um bom campeonato. O André e o Hernanes estão sendo muito elogiados e seria um prazer voltar a jogar ao lado deles, mas não parei para pensar nisso ainda.

R7 – Vamos falar sobre seleção? Você era cotado para ir ao Mundial da África do Sul, mas acabou deixado de fora. Ficou alguma frustração com o Dunga?

Miranda - É natural a gente ficar chateado, pois era um sonho profissional que estava muito próximo de ser realizado e foi frustrado. O São Paulo atravessou uma fase terrível e isso acabou me prejudicando. Fiquei triste por não ter ido, mas, para mim, a Copa da África é passado.

R7 – Você também ainda não foi convocado pelo Mano Menezes nas quatro listas feitas pelo novo treinador. Acredita que voltará a ter chances? Pensa na Copa de 2014, que será disputada no Brasil?

Miranda - No início do ano eu não atravessei uma boa fase, mas o clube também não. Recuperei meu melhor futebol, estou fazendo grandes partidas e vou pensar na próxima Copa. Tenho uma certeza: quando eu tiver uma sequência de jogos, eu entro e não saio mais. Hoje outros estão tendo sequência, mas um dia minha chance chegará. Sei do meu potencial e, quando entrar, não vou sair mais.

R7 - Em sua opinião, quais os melhores zagueiros do Brasil e de fora do país?

Miranda - Acho que os melhores daqui são o Alex Silva, eu e o Réver, que é um cara que tem muito talento e vem sendo chamado pelo Mano. Fora do Brasil eu gosto muito do Juan e do Thiago Silva.

R7 – Para finalizar, uma curiosidade: qual foi o atacante mais chato que você já enfrentou? Alguém das antigas ou da nova geração, como o Neymar, o Bruno César...

Miranda - O cara que deu mais trabalho e é o mais completo para mim é o Kleber, do Palmeiras. Além da qualidade técnica, ele tem muita força. A geração nova também tem muita qualidade. O Neymar é um talento especial, mas é um jovem e ainda vai crescer muito no futebol.


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