É como se o Santos e o Palmeiras fossem colocados de lado.
Clubes que merecem a palavra rivalidade nos dias de hoje são Corinthians e São Paulo.
E levada às últimas consequências.
A relação que não era boa, rompeu de vez no dia 9 de fevereiro de 2009.
Quando Juvenal Juvêncio quebrou o acordo de cavalheiros de distribuir meio a meio os ingressos nos clássicos, ele não tinha idéia da briga que estava comprando.
Andres Sanches ficou humilhado quando a lei foi colocada em prática e apenas 10% dos ingressos do clássico contra o São Paulo, no Morumbi, chegou às mãos dos torcedores.
Era o maior vexame do presidente com tanta ligação com as organizadas do Corinthians.
Além da decisão de dar o troco, foi pressionado pelos chefes da torcidas.
E a retaliação virou obsessão.
Jurou que nunca o Corinthians jogaria mais como mandante no Morumbi, enquanto fosse presidente.
Mesmo tendo a chance de ganhar muito mais no estádio do inimigo, seu clube disputou a Libertados no Pacaembu.
E mais: se aproximou do presidente do Palmeiras, Belluzzo, e fizeram um pacto: não jogar entre si no Morumbi.
Pacto aceito.
Procurou Luís Álvaro e fez a mesma coisa com o Santos.
Ou seja: o São Paulo passou a fazer só os seus clássicos como mandantes no Morumbi.
Foi um golpe duríssimo nas empresas que compraram camarotes.
Nas pessoas que compraram cadeiras cativas.
Só que Andres não se deu por satisfeito.
Decidiu se unir ao maior inimigo de Juvenal Juvêncio: Ricardo Teixeira.
Foi o seu cabo eleitoral quando o presidente da CBF tent0u tomar o poder no Clube dos 13.
Teixeira colocou seu amigo/irmão Kléber Leite como candidato para enfrentar Fabio Koff.
Koff e Juvenal sonham em criar uma liga de clubes e acabar com o poder da CBF.
Kléber Leite perdeu, mas Andres virou o mundo de cabeça para baixo para tentar derrotar Koff.
Conseguiu apoios de clubes importantes, mas o prazo foi curto para a reviravolta.
Teixeira disse que o esforço de Andres não seria em vão.
E não foi.
O nomeou como chefe da delegação brasileira na Copa da África do Sul.
Andres se aproximou pela primeira vez da vida da cúpula do futebol mundial.
E conseguiu consolidar uma grande amizade com Teixeira.
O presidente da CBF não queria de maneira alguma que o Morumbi abrisse a Copa do Mundo.
Nem que fizesse sequer uma partida.
Quatro projetos foram feitos pelo clube de Juvenal.
O dirigente chegou até a contratar o escritório alemão de arquitetura que a Fifa utilizou na construção de estádios africanos.
Mas, um por um, os projetos foram recusados.
Andres percebeu que seria possível dar o maior dos trocos em Juvenal.
E entrou em contato com seu grande amigo, o presidente Lula.
Ele é mesmo apaixonado pelo Corinthians e queria deixar sua marca para sempre no clube.
Primeiro h0uve a tentativa de Pirituba.
A construção de uma arena para a Copa que o Corinthians herdaria.
O prefeito Kassab fez uma romaria contra a idéia.
Ele havia dado a sua palavra a Juvenal Juvêncio que iria defender o Morumbi.
Por acreditar que a reforma seria mais barata do que a construção de uma nova arena.
Teixeira tentou convencê-lo do contrário.
O governador Goldman a essa altura já apoiava publicamente Kassab.
Só que ambos não conseguiram dobrar o presidente da CBF.
Ele recebia sinais de Andres que valeria a pena resistir.
O presidente corintiano já sabia que intermediários procuraram a Odebrecht.
E para a construtora compensaria a construção da arena do Corinthians desde que ele abrisse a Copa.
Foi só amarrar os pontos.
Teixeira garantiu que sim.
A construtura se comprometeu com o Corinthians e agradou Lula.
O presidente da CBF convocou Kassab e Goldman para expor a situação.
Os dois entenderam.
De nada adiantou a tentativa de Juvenal de fazer lobby político em Brasília.
O jogo foi mais forte, mais duro do que ele imaginava.
Andres Sanches conseguiu uma vitória absurdamente maior do que sonhava.
Deu o troco no São Paulo.
E ganhou a amizade de Teixeira a ponto de, ser sim, um candidato sério à sucessão dele na CBF.
A cúpula do São Paulo tenta ainda entender o que aconteceu.
Kassab já conversou com Juvenal Juvêncio.
E disse que a situação é irreversível.
Vários conselheiros do próprio São Paulo garantiam que o clube ficaria 25 anos acima dos rivais se o Morumbi abrisse a Copa.
Uma arena moderníssima multiuso construída com o apoio do governo central.
Tudo virou pó.
Graças ao seu maior rival, o Corinthians.
A Andres Sanches que usou todas as armas possíveis para se vingar da humilhação dos 10% dos ingressos no clássico.
E cumpriu a promessa feita ontem a 300 garotos estudantes.
Perguntado sobre as suas prioridades como presidente do Corinthians, ele respondeu:
"A primeira é não deixar ter jogo da Copa do Mundo no Morumbi.
A segunda é não deixar que a cidade de São Paulo fique de fora da Copa."
Falou ontem, pouco antes do anúncio de que o estádio do Corinthians em Itaquera será sede da abertura da Copa.
Andres sabia e se deliciava, saboreando os minutos antes da notícia dominar o País.
Vingança é pouco...
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