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Gol aos 43 minutos do segundo tempo coloca o Inter nas semifinais

Colorado se vale da vantagem do gol marcado fora de casa e vai enfrentar o São Paulo na disputa por uma vaga na decisão



Na Argentina, o futebol brasileiro foi derrotado na noite desta quinta-feira, mas deixou o campo vitorioso. O Inter perdeu para o Estudiantes por 2 a 1 no estádio Centenário (Quilmes), mas graças a um gol marcado por Giuliano aos 43 minutos do segundo tempo, o Colorado garantiu a classificação para as semifinais da Taça Libertadores. No jogo de ida, no Beira-Rio, o time gaúcho venceu por 1 a 0.

Com o resultado, o Brasil já está garantido na decisão da Libertadores-2010. Inter e São Paulo vão decidir uma das vagas na final. Os confrontos entre os clubes que decidiram o título em 2006 serão realizados nos dias 28 de julho (Beira-Rio) e 4 de agosto (Morumbi). Curiosamente, as duas equipes se enfrentam no próximo domingo, em Porto Alegre, pelo Campeonato Brasileiro.

O jogo em Quilmes terminou em uma imensa confusão. Após o apito final, o goleiro reserva colorado Lauro atingiu o zagueiro argentino Desábato, que respondeu com uma cabeçada em Abbondanzieri. A briga se estendeu até a entrada do vestiário colorado até que os policiais argentinos conseguissem serenar os ânimos.

O exército de um argentino só

De um lado, o Estudiantes. Do outro, D’Alessandro. E ninguém mais. O Inter foi tão pobre no primeiro tempo, foi de uma mediocridade tão incompreensível, que nem a atuação acima do normal do camisa 10 colorado foi suficiente para segurar o clube de La Plata. O time de Jorge Fossati não teve ousadia, profundidade, infiltração, características que marcam as equipes que querem vencer seus jogos. Pior: o Inter foi a campo adormecido. Só acordou porque levou duas pancadas na cabeça, uma depois da outra, quase um nocaute.

A primeira chance de gol do Colorado só foi acontecer aos 30 minutos de jogo. Aí está a melhor comprovação de que o Inter foi inferior a seu tamanho habitual no primeiro tempo em Quilmes. Pato Abbondanzieri, com uma trapalhada atrás da outra, só complicou a situação. Com nove minutos, ele já mandou uma bola no pé de Verón. Não podia ter feito escolha pior. O craque emendou direto para o gol, mas o goleiro se recuperou. Três minutos depois, Verón tentou outra vez, de fora da área. Pato espalmou bem.

O Estudiantes cresceu aos poucos, avançou como um exército com passos matematicamente coordenados. Quando o Inter percebeu, estava sendo eliminado da Libertadores. González, aos 20 minutos, recebeu belo lançamento em profundidade. A zaga ficou pensando na vida. Abbondanzieri saiu no adversário de qualquer jeito e foi encoberto. A bola viajou por alguns segundos que duraram a eternidade. E entrou. Verón, no meio do campo, ergueu os braços para uma torcida enlouquecida. O lançamento, de antes da linha divisória, havia sido dele, o dono do clube, uma divindade para os torcedores.

Ruim, não? Pois ficou muito pior. Mais um minuto, mais um gol. Enzo Pérez pegou na esquerda do ataque e resolveu que faria o gol. Mandou dali mesmo, como quem não quer nada. A bola fez uma curva e entrou no ângulo esquerdo de um Abbondanzieri surpreso. Golaço. A esperança colorada ruía em dois lances.

Vale repetir: foi só depois disso, aos 30 minutos, que o Inter teve uma chance de gol. Andrezinho, pela direita, mandou na área para Alecsandro pegar de primeira. Orión defendeu. Foi um lance emblemático, porque o Colorado cresceu a partir dele. A equipe gaúcha avançou, passou a ter alguma triangulação na frente, pelo menos cercou a área do Estudiantes, mesmo que não tenha alcançado grandes oportunidades. Já foi um início. O problema é que ter só um início é muito pouco contra um oponente do tamanho do Estudiantes. É preciso ter começo, meio e fim. É preciso ter um time inteiro, não só um argentino.

Gol salvador no final

Com o 2 a 0 que lhe servia, o Estudiantes voltou do intervalo diferente. Saiu o atacante González, entrou o lateral Angeleri. E o time argentino mudou de sistema, adotando o mesmo 3-6-1 colorado. O jogo se tornou mais lento, mas o time argentino não perdeu o controle, mantendo por mais tempo a posse de bola. Pato Abbondanzieri salvou o Inter em pelo menos dois lances, com Boselli e Sanchéz, aos dez e 17 minutos.

Diante da falta de força ofensiva colorada, Jorge Fossati decidiu mexer no time, fazendo o inverso do que Alejandro Sabella fez no Estudiantes no intervalo: colocou um atacante (Walter) no lugar de um lateral (Nei). As primeiras conclusões a gol ocorreram aos 26 e 29: um chute de longa distância de Sandro e uma cobrança de falta de Andrezinho. Duas oportunidades defendidas por Orión.

Diante da clara ameaça de eliminação, Fossati arriscou tudo aos 31 minutos ao tirar D'Alessandro, que caiu de produção na segunda etapa, para a entrada de Guiliano. Oito minutos depois, a equipe conseguiu criar uma chance clara. Andrezinho tabelou com Alecsandro e acionou Walter. O atacante invadiu e chutou cruzado, por cima de gol. O erro levou os colorados ao desespero. Parecia ter sido a chance de ouro jogada fora.

Mas o milagre colorado aconteceu aos 43, em meio à fumaceira causada pelos fogos de artifício lançados pela torcida do Estudiantes. Guiliano recebeu lançamento de Andrezinho pela direita e chutou cruzado, vencendo o goleiro Orión.

eSTUDIANTES 2 x 1 INTERNACIONAL Orión, Clemente Rodriguez, Cellay, Desábato e Ré; Pérez (Benitéz), Sanchéz, Verón e Sosa; Boselli e Gonzaléz (Angeleri). Abbondanzieri, Bolívar, Sorondo e Fabiano Eller; Nei (Walter), Sandro, Guiñazu, Andrezinho e Kléber; D'Alessandro (Giuliano) e Alecssandro.
Técnico: Alejandro Saballa. Técnico: Jorge Fossati.
Gol: Gonzaléz, aos 18 minutos, Pérez aos 21 do primeiro tempo; Guiliano, aos 43 do segundo tempo
Cartões amarelos: Boselli, Verón (EST), Sandro, D'Alessandro, Guiñazu, Sorondo (INT). Cartão vermelho: .
Estádio: Centenário, em Quilmes (Argentina). Árbitro: Oscar Ruiz (Colômbia). Auxiliares: Abraham González (Colômbia) e Humberto Clavijo (Colômbia).

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