A vitória no jogo de ida por 2×0 e o Morumbi lotado garantem ao São Paulo o favoritismo para a classificação.

O desempenho do sistema defensivo sãopaulino na Libertadores tem números excelentes. Em 9 jogos, o time de Ricardo Gomes sofreu 2 gols, ambos contra o Once Caldas, na primeira vez que atuou como visitante.

Nas outras 8 partidas Rogério Ceni, seus companheiros e a trave evitaram os gols dos rivais.

Mesmo assim, as atuações nunca convenceram grande parte da torcida.

A única realmente boa foi a do Mineirão, com Fernandão, no 3-5-2 ferrolho com cara de 5-3-2.

O Cruzeiro, ao contrário, falha atrás, contudo, na frente, é ousado e perigoso.

Cruzeiro melhor com bola no pé

O Cruzeiro jogou mais bola que o São Paulo na Libertadores. Todavia, oscilou bastante. Quando correu risco de se complicar, cresceu. Quando ameaçou se firmar, perdeu.

Com a bola no pé, sem dúvida mostrou mais futebol que o adversário.

E esta é a tendência da aguardada partida de hoje.

São Paulo na defesa, Cruzeiro no ataque.

Treinadores e jogadores trabalham durante a semana imaginando que a partida será de um jeito. De vez em quando, o andamento dela surpreende.

Não tenho a menor dúvida que os comandantes esperam o São Paulo fechado e o Cruzeiro ousado no Morumbi.

Adilson deve ter comentado com os boleiros sobre a importância de fazer o gol. Se sair em vantagem ou terminar a etapa inicial ganhando, acabará com a zona de conforto do adversário.

E ninguém sabe como este São Paulo de uma só partida realmente boa na temporada reagirá.

O jogo deve ser cardíaco, tenso. Questões emocionais pesam bastante.

O treinador cruzeirense precisa especular com as possibilidades, traçar planos para tentar reverter a desconfortável situação.

São Paulo no 3-5-2, 5-3-2, com Fernandão.

Miranda na vaga de Xandão deve ser a única mudança do time que derrotou a Raposa.

Preferia ver o titular no lugar de Richarlyson.

No Mineirão, Xandão na direita, Alex Silva na sobra e Richarlyson pela esquerda formaram a linha de 3 zagueiros. Se confirmadas as prováveis manutenções do esquema tático e de Richarlyson, Miranda deve ficar na sobra e Alex Silva marcar pela direita. Não entendo as razões do inconstante volante-lateral-zagueiro canhoto sempre ter lugar garantido. Escalá-lo na sobra seria uma insanidade.

Ricardo Gomes tem que usar o 3-5-2. É decisão. E no 4-4-2, seus comandados nunca foram bem.

O 3-5-2, além de fortalecer o trabalho atrás, prioridade hoje, ajuda Hernanes a atuar melhor. O volante parece viciado na formação. Foi bem no Mineirão.

Quando defino o esquema também como 5-3-2, o faço por causa dos tímidos avanços de Cicinho e Junior César. Várias vezes se posicionaram como autênticos laterais.

Na frente, Fernandão é responsável por liderar a equipe. Ele deve entender a hora de colocar a bola no chão, esfriar o jogo e definir com passe ou gol os lances ofensivos. Se depender de Marlos, Dagoberto e Hernanes, o São Paulo não consegue fazer isso, pois corre bastante e pensa pouco.

Acho que Adilson está escondendo o jogo

Jonathan e Kléber são as dúvidas. Elicarlos e Wellington Paulista os favoritos para os lugares deles no 4-4-2 de Adilson.

Estranho.

Antes de qualquer coisa, aposto ao menos na presença do Gladiador.

E mais que isso. Acredito que o treinador cruzeirense mudará a escalação ou o posicionamento.

Ele sabe que o rival deve usar 3 zagueiros. O ideal seria escalar um terceiro atacante ou segundo meia.

Em tese, ou isso aumentará a capacidade de criação, ou deixará cada zagueiro sãopaulino mano a mano com o atacante cruzeirense, o que obrigaria a equipe da casa a segurar volante, lateral e sei lá mais quem.

Opções de Adilson

Se quiser, Adilson nem precisa mexer na escalação. Basta dar bastante liberdade ao Henrique ou usar um dos alas bem avançados.

Todavia, se pretende reforçar o setor criativo, Roger é o mais técnico, apesar de imprevisível. Guerron pode ir e vir no meio. E Wellington Paulista é a opção se a idéia for usar 3 atacantes.