Rio - A polêmica sobre a utilização do Morumbi no Mundial de 2014 está chegando ao fim. Quinta-feira, o secretário-geral da Fifa, Jeróme Valcke, vem ao Brasil em caráter de urgência para definir o papel do estádio do São Paulo na Copa. E vai trazer na bagagem uma informação bombástica: o Morumbi não receberá a partida de abertura da competição e nenhuma outra. Está fora da Copa.

A revelação foi feita ontem ao JT por um alto executivo da entidade. Contrariado com os projetos de reformas do Morumbi apresentados pela direção do clube desde o ano passado, Valcke se encontrará com os dirigentes do Comitê Organizador do Mundial em São Paulo, de onde seguirá para reuniões em Brasília. Ficará dois ou três dias no País.

Valcke também vai conferir de perto como estão os demais projetos dos estádios credenciados para a Copa. Em maio, a Fifa exibirá um vídeo no Brasil com os defeitos técnicos dos projetos do Morumbi. Quer assim se eximir de responsabilidade pela exclusão do Estádio Cícero Pompeu de Toledo do Mundial.

Em nenhuma hipótese a Fifa aceitará jogos em dois ou mais estádios numa mesma sede. Portanto, de acordo com o executivo entrevistado pelo JT, a entidade já conta com um Plano B para dar ao Estado de São Paulo o direito de abrir o Mundial.

“Esse projeto já chegou à sede da entidade, na Suíça, foi visto com bons olhos e tem participação da prefeitura da capital paulista”, disse o executivo.

As obras em todos os 12 estádios do Mundial deveriam ter começado em março. O Comitê fez uma concessão e adiou o prazo para 3 de maio. Quem atrasar o cronograma desta vez correrá o risco de perder o direito de participar diretamente da Copa. Essa mensagem será reforçada por Valcke e estará mais endereçada aos estádios que passarão por reformas.

São Paulo, no entanto, será avaliado de forma diferenciada. A entidade reconhece a importância do Estado no País e não quer o ônus de um desgaste político por uma participação secundária de São Paulo no evento.

Ainda segundo o executivo da Fifa, os projetos de construção de novas arenas preocupam menos do que os estádios que serão reformados. “Para quem está saindo do zero, já há um projeto claro do que vai ser feito e de como a obra será entregue.”

No encontro com o Comitê Organizador, a Fifa vai reiterar que as quatro ou cinco sedes da Copa das Confederações, em 2013, terão de liberar seus estádios até dezembro de 2012. Essas cidades devem ser definidas logo após o final da Copa da África do Sul, em 11 de julho.

A entidade tentará de todas as formas evitar declarações polêmicas nos próximos dias sobre o Mundial de 2014. A Fifa dirá que está concentrada no evento sul-africano. Esta é a ordem dada pelo presidente da Fifa Joseph Blatter.

Contradição

Apesar da virtual reprovação do Morumbi, a Fifa, em 19 de março, praticamente aprovava o projeto de reforma do estádio enviado pela diretoria tricolor. Na ocasião, através de sua assessoria de imprensa, a entidade informava estar satisfeita com o plano do Tricolor para adequar o estádio à Copa e que ele teria condições de abrigar jogos das semifinais e até o de abertura.