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Freud explica destempero de jogadores em campo

Quarta-feira foi marcada pela violência e agressividade nos gramados

A quarta-feira revelou uma face triste do futebol: a falta de compostura dos jogadores em campo em momentos decisivos de uma partida.

Brigas nos gramados, como aconteceram no Olímpico, entre jogadores do Palmeiras, ou no Maracanã, entre os rivais Fluminense e Cerro Porteño, têm se tornado cenas lamentavelmente corriqueiras no futebol.
Para entender este fenômeno pugilista dentro das quatro linhas, o LANCENET! consultou a psicóloga esportiva Sâmea Hallage para analisar alguns casos recentes de pancadaria em campo.

Grêmio x Palmeiras

O que mais ganhou destaque na vitória do Grêmio por 2 a 0 sobre o Palmeiras, nesta quarta-feira, no Olímpico, foi a lamentável cena protagonizada por Maurício e Obina. Os dois jogadores do Verdão brigaram na saída para o intervalo - com direito a troca de socos - e foram expulsos, forçando o Palmeiras a atuar com nove durante todo o segundo tempo.

Análise: "O Palmeiras vinha numa posição confortável, liderando isoladamente o campeonato. Nas últimas rodadas ele teve um rendimento abaixo do esperado e não conseguiu manter o que vinha fazendo. Isto pode estar contribuindo com essa exaltação dos jogadores. E uma decisão, como a que acabou sendo o jogo desta quarta, pode produzir esta tensão entre os jogadores" - Sâmea Hallage, psícóloga esportiva.

Fluminense x Cerro Porteño

O jogo de volta valia a classificação para a final da Copa Sul-Americana. O Cerro Porteño vencia a partida no Maracanã por 1 a 0 até os 47 do segundo tempo, resultado que levava a decisão da vaga para os pênaltis. Gum, de cabeça, empatou. Aos 49, Alan fez o gol da virada. Durante a comemoração do Fluminense, jogadores que estavam no banco do time paraguaio teriam jogado uma garrafa d'água no massagista tricolor, o que teria sido o estopim para toda a confusão que se seguiu. Por fim, alguns jogadores do Cerro tiveram que ser escoltados pela Polícia Militar até o vestiário.

Análise: "Perder um gol, tomar um gol, deixar de fazer uma defesa que poderia salvar o time naquele momento, acaba desencadeando uma frustração que tem outras consequências, além do lance específico. Aquele momento pode determinar o rumo de um campeonato. E essa frustração pode desencadear um reação agressiva, como se viu" - Sâmea Hallage, psicóloga esportiva.

Argélia x Egito

O jogo era o desempate da repescagem africana das Eliminatórias da Copa do Mundo. O anterior já havia sido bastante tenso, com os argelinos sendo atacados pelos torcedores egípcios. Neste clima de rivalidade geográfica, como se fosse um Brasil x Argentina, a partida foi iniciada e toda a tensão extracampo passou para o jogo. Meghi, da Argélia, e Gomaa, do Egito, trocaram empurrões e o restante da disputa foi marcada pela violência. A Argélia conseguiu se classificar para a Copa da África com gol de Yahia, aos 40 do primeiro tempo.

Análise: "O atleta quando entra em campo, não consegue ser só o atleta, pois é uma pessoa que faz parte de uma comunidade, de uma cultura, então esses fatores são levados para dentro de campo. Não se pode isolá-los. Com certeza conflitos políticos, sociais, raciais, por exemplo, podem ser transportados para o esporte. A tensão dentro do campo às vezes reflete alguma outra questão de fora" - Sâmea Hallage, psícóloga esportiva.

São Paulo x Vitória

A discussão entre André Dias e Hugo durante o primeiro tempo da partida contra o Vitória, sábado passado, no Morumbi, manchou a vitória paulista por 2 a 0. O zagueiro e o meia trocaram empurrões e Hugo chegou a dar um tapa no rosto do camisa 3, que não revidou. No fim do jogo, os dois se abraçaram, na tentativa de recuperar a amizade.

Análise: "Estamos em períodos de decisões, o Campeonato Brasileiro está nas últimas rodadas. Este clima decisivo provavelmente explica um pouco o comportamento dos jogadores" - Sâmea Hallage, psícóloga esportiva

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