Faltando três rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, a disputa do título parece limitada a três equipes: São Paulo, Flamengo e Palmeiras. Mas a disputa por pontos corridos, que está em sua sétima edição em 2009, viu apenas uma vez o líder a essa altura da competição perder a taça. Foi o Atlético-PR em 2004, que curiosamente, assim como o Tricolor Paulista neste ano, tinha dois pontos de vantagem para o Santos. No sprint final, o Peixe venceu seus três últimos compromissos, enquanto o Furacão fez quatro pontos e teve que se conformar com o segundo lugar.

No entanto, é importante ressaltar que esta diferença de dois pontos neste momento já aconteceu em outra oportunidade e o líder não a perdeu. Isso ocorreu justamente com o São Paulo na temporada passada, que era perseguido pelo Grêmio. No duelo tricolor, os paulistas marcaram sete pontos contra seis dos gaúchos nos três jogos decisivos e levaram o hexa para o Morumbi.

Existe uma particularidade, porém, que favorece ao Flamengo neste ano. Se em 2004 os dois aspirantes ao título jogavam em casa duas vezes e outra fora, em 2008, as partidas longe de casa de são-paulinos e gremistas eram duas contra apenas uma em seus domínios. Já em 2009, Tricolor Paulista e Verdão encaram dois jogos no campo adversário e um sob seu mando, e o Fla recebe dois rivais no Maracanã e sai apenas uma vez do Rio.

Os integrantes do G-4 também estão com a faca e o queijo na mão para assegurarem presença na Taça Libertadores de 2010, se depender do histórico nos pontos corridos. De 2003 para cá, 92% das equipes, que estavam nas quatro primeiras posições a três rodadas do encerramento, foram mesmo para o torneio continental. Apenas dois times perderam seus espaços na competição de clubes mais importante da América do Sul: Flamengo, em 2008, e Fluminense, em 2005.

No ano passado, o Palmeiras roubou a vaga do Fla, que tinha dois pontos a menos que o adversário faltando três partidas e fizeram quatro pontos até o fim, que acabou sendo o suficiente porque os rubro-negros marcaram apenas um. O algoz do Flu, em 2005, foi coincidentemente o Verdão. A vantagem tricolor era ainda maior: quatro pontos. No entanto, como a equipe carioca perdeu três vezes, os paulistas fizeram seis para ir à Libertadores. Portanto, aparentemente basta não vacilar muito para carimbar o passaporte.

Dos 24 times que estavam nas quatro últimas colocações a três rodadas do fim, 21, ou seja, 87,5% caíram, ou cairiam, considerando que, em 2003, só os dois últimos foram rebaixados. As exceções foram o Goiás, em 2007, o Atlético-MG, em 2004 e o Grêmio, em 2003. Dos três, os esmeraldinos se salvaram marcando mais quatro pontos na tabela de classificação, enquanto os outros dois tiveram que fazer sete para se livrar do fantasma do rebaixamento.

Indo de trás para frente, em 2003, o Grêmio estava três pontos abaixo do primeiro fora da zona e a cinco do Paysandu, que teria caído se descessem quatro. A equipe paraense tinha mais dois times entre ele e o Z-4. Um ano depois, o Atlético-MG estava a três de sair da zona de perigo e do próprio Criciúma, que caiu naquela temporada e também, neste momento, tinha duas equipes que lhe separavam da área de descenso. Em 2007, o Goiás estava um ponto e uma posição atrás do Corinthians.

Com esses dados, a missão do Fluminense, dois pontos atrás do Botafogo, primeiro time fora do Z-4, parece bastante possível. O bom momento tricolor também faz a esperança de fugir da degola aumentar a cada rodada. Já Náutico e Santo André estão seis pontos atrás dos alvinegros e teriam que fazer algo inédito para evitarem a queda.