Há quem defenda que o torcedor do time mais bem posicionado do campeonato deve ser o também o líder em felicidade.
A teoria é furadíssima. Ela desumaniza as pessoas. As experiências vividas ao longo dos anos e as do próprio campeonato em disputa são determinantes para entedermos o comportamento das massas.
Este brasileirão tem ótimos exemplos. Veja a torcida do Fluminense. Cada jogo em casa é um espetáculo na arquibancada! Dentro de campo, a espetacular arrancada, o milagre da sobrevivência na primeira divisão, mais a chance de ganhar a Copa Sul-Americana, retribuem o carinho do torcedor Tricolor.
Será que o palmeirense, líder na maior parte do campeonato, está mais feliz que o Tricolor , na zona do rebaixamento, neste momento? Certamente não. Aliás, quem está realmente mais empolgado que o torcedor do Flu?
Talvez o flamenguista, pois também vê sua equipe se agigantar, jogar bem, e transformar a antes improvável chance de ser campeão em chance mais que real levantar a Taça. Mas vale lembrar que o vice-campeonato, para o Rubro-Negro, apesar de garantir a vaga na Libertadores, por causa das circunstãncias não dará o mesmo prazer do décimo sexto lugar para o Tricolor. Falamos de expectativa e frustração, não de matématica.
O Palmeiras também pode ser estimulado por seus erros. O título, depois da abrupta queda de rendimento, seria mais especial do que se o Alviverde tivesse mantido a liderança sem sofrer ameaças da concorrência.
E o Galo? O sonho de ver o Atlético no primeiro lugar cresceu ao longo do brasileirão. Em dado momento, nada diferente bastaria. Agora, acho, o raciocínio mudou. Em quinto lugar e com o Cruzeiro na cola, a vaga na Libertadores mais a perda da mesma pelo grande rival são suficientes para o atleticano passar o natal e o reveillon felizes com o futebol.
O seguidor do Internacional é outro que não ficaria satisfeito, no início do ano, com nada diferente do título. Hoje, garanto, a vaga na Libertadores deixará o último brasileiro campeão da Libertadores e do mundo contente, apesar de não ter, para ele, o mesmo valor emocional do primeiro lugar.
O são-paulino, mal acostumado nas últimas temporadas, também vê este campeonato de forma especial. A mudança no comando técnico deixou alguns torcedores da equipe inseguros. Durante o campeonato, vários rivais falaram que o São Paulo seria rebaixado. Depois, quando o time cresceu, disseram que não chegaria na Libertadores. A liderança do Palmeiras na maior parte da competição, mais a disputa contra adversários gigantes e de muita tradição como Flamengo, Internacional e Atlético temperaram, caso consiga, o título de 2009.
Por isso agora é o momento dos interessados viverem o brasileirão intensamente. Cada vitória deve ser festejada como se valesse o campeonato. Ainda é possível ser feliz sem o troféu de campeão. No primeiro domingo de dezembro, um comemorará a conquista, outro vibrará com a fuga do rebaixamento, alguém se alegrará pela vaga na Libertadores, e muita gente ficará frustrada.
As deliciosas emoções ao longo deste belo brasileirão serão “esquecidas†.
Mas, lembro, foram vividas.
E isso é o mais importante de tudo!
Birner: Quem é o líder da indispensável alegria no brasileirão?
Fonte Blog do Vitor Birner
17 de Novembro de 2009
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