O São Paulo enfrenta um período de intensas turbulências políticas após a denúncia de uma suposta venda irregular de camarotes no Estádio do Morumbi. Em entrevista ao site GE, o CEO do clube, Márcio Carlomagno, expressou sua indignação diante da repercussão nacional do caso, manifestando um sentimento de “revolta e tristeza” pela imagem do clube afetada pelo escândalo.
Mário Carlomagno confirmou que, atendendo ao pedido de Mara Casares, diretora responsável por assuntos femininos, culturais e eventos, autorizou a utilização do camarote da presidência para um show da cantora Shakira. No entanto, ele salientou que não houve permissão para a comercialização do espaço ou qualquer orientação para exploração financeira. A autorização se destinava exclusivamente a fins institucionais.
O dirigente enfatizou que sua participação no episódio foi mal interpretada, afirmando que seu “único ganho” foi um grande problema a ser solucionado. “Sou um funcionário de carreira. Não sou um ente político,” declarou, ressaltando que tem trabalhado intensamente para que o São Paulo atinja um superávit financeiro e diminua seu endividamento.
Carlomagno relatou que a situação saiu do controle no dia do evento, quando soube da comercialização após uma confusão envolvendo ingressos e a empresa que alugou o espaço. A partir desse incidente, o tema passou a ser tratado internamente como um sério problema de governança.
Em resposta à descoberta da irregularidade, o CEO proibiu a cessão do camarote da presidência para outros eventos no Morumbi em 2025, como medida preventiva para evitar novos desgastes em um cenário já complicado nos bastidores políticos e administrativos. Contudo, nenhuma ação punitiva foi aplicada a Mara Casares nesse momento, pois a prioridade era entender a situação para mitigar os danos.
Além disso, Carlomagno negou categoricamente qualquer envolvimento financeiro no caso, assegurando que não recebeu valores ou participou de negociações envolvendo camarotes ou ingressos no Morumbi. Ele também expressou seu desconforto ao ter seu nome mencionado em áudios públicos, que, segundo ele, foram utilizados de forma indevida para pressionar uma intermediária do caso a retirar um processo judicial.
Para o CEO, o maior prejudicado é o próprio São Paulo, já que o clube vinha progredindo em metas como superávit financeiro e redução da dívida. O episódio gera um desgaste que compromete esta trajetória positiva. A diretoria está tratando o caso com transparência, essencial para preservar a credibilidade do clube tanto com a torcida quanto com o mercado.
Nos bastidores, conselheiros e grupos políticos se movimentam, e acredita-se que o desfecho do episódio terá implicações diretas no futuro político do São Paulo, podendo ocasionar mudanças na estrutura de comando e na antecipação do processo eleitoral.