Na última quinta-feira (15), um incidente de machismo ocorreu durante a partida do Campeonato Paulista Feminino entre São Paulo e Bragantino, envolvendo o árbitro Juliano José Alves Rodrigues e a zagueira Stella Terra, do Bragantino. Durante o jogo, Stella relatou que o árbitro se dirigiu a ela de maneira desrespeitosa, dizendo: "Na hora certa, vou te pegar". A atleta mencionou que outras jogadoras, incluindo a meio-campista Aline Milene, presenciaram a cena e também ouviram os comentários inadequados.

Após o jogo, em uma entrevista à TNT, Stella destacou que fez o sinal de "cabeças cruzadas, acima da cabeça", conforme o protocolo da Federação Paulista de Futebol, que visa parar a partida em casos de discriminação. No entanto, segundo ela, nada foi feito a respeito. Aline Milene, que também sofreu ofensas do árbitro, corroborou a versão de Stella e enfatizou a necessidade de respeito no futebol feminino, ressaltando que atitudes como essa não têm espaço no esporte.

Juliano José, por outro lado, refutou as acusações, alegando que seu comportamento durante a partida não foi machista e que as decisões sobre faltas eram de caráter disciplinar. Ele afirmou que não identificou nenhum ato de discriminação no momento em que as jogadoras levantaram o sinal.

Ambos os clubes envolvidos na partida publicaram declarações em apoio às jogadoras. O Red Bull Bragantino expressou solidariedade às denúncias e reafirmou seu compromisso com o respeito e a dignidade das mulheres no esporte. O São Paulo Futebol Clube também se manifestou, apoiando o repúdio a atitudes machistas e enfatizando a importância da profissionalismo no futebol feminino.

A Federação Paulista de Futebol, por sua vez, comunicou que não tolera nenhuma forma de discriminação ou desrespeito no esporte, e anunciou que está conduzindo uma apuração detalhada dos fatos relatados pelas jogadoras. A entidade tem a obrigação de zelar pelo respeito dentro do campo e garantiu que tomará as devidas providências.