Roberto Armelin, diretor de compliance do São Paulo, conversou com o UOL sobre as políticas de integridade do clube. Ele se prepara para ser anfitrião de um evento sobre integridade na próxima semana e utiliza este espaço para explicar como este conceito é aplicado no clube em resposta às recentes acusações de John Textor, proprietário da SAF Botafogo, que insinuou manipulação em um clássico contra o Palmeiras.
Quando perguntado sobre como o tema da integridade se relaciona com o cotidiano dos clubes, Armelin explicou que integridade é a prática dos valores defendidos, uma questão de coerência. Desde a implementação do Programa Integridade Tricolor em 2021, o clube se comprometeu a melhorar continuamente, tratando não apenas de compliance, mas também da governança e do funcionamento em todas as áreas do São Paulo. Essa organização interna, embora não se reflita diretamente no campo, cria melhores condições de trabalho para atletas e comissões técnicas.
Armelin salienta que a integridade no esporte vai além das apostas e manipulações. Destaca que é essencial garantir que os resultados esportivos sejam naturais e resultantes de uma competição justa. Essa imprevisibilidade é fundamental para manter o interesse do público no esporte.
Adicionalmente, ele aborda o lado humano da integridade, que contempla valores como direitos humanos e a promoção do respeito entre os indivíduos. A indústria esportiva, assim como a sociedade, enfrenta problemas sérios como preconceito e falta de respeito, e o foco do programa de integridade vai além dos códigos e políticas para incluir o bem-estar das pessoas que fazem parte do clube, promovendo condições que permitam um melhor equilíbrio entre vida pessoal e trabalho.
Sobre as acusações de Textor relacionadas a uma partida do São Paulo, Armelin afirma estar seguro de que não houve manipulação envolvendo jogadores do clube. O clube respondeu institucionalmente à situação, refutando as alegações e enfatizando que não há fundamento nas acusações do empresário.
O diretor também falou sobre a recepção e organização do Fórum de Integridade no Esporte, um projeto em colaboração com a Aliança Global de Integridade do Esporte. Ele enfatiza a importância de reunir profissionais com propósitos semelhantes para promover um ambiente de respeito e humanização no esporte, onde todos os participantes são tratados com dignidade.
Embora o projeto esteja começando, Armelin menciona que ex-jogadores já estão envolvidos no processo de conscientização. O objetivo é que o conceito de respeito se torne uma prática vivida por todos no clube, com consequências para aqueles que não a seguirem.
Ao refletir sobre o ambiente de integração no futebol brasileiro, Armelin destaca o esforço colaborativo com outros clubes, como o Atlético-MG, para fomentar uma cultura de respeito e integridade. Ele acredita na importância de todas as organizações no futebol estarem engajadas em promover mudanças positivas e compartilharem experiências.
Armelin expressa otimismo sobre o impacto das discussões e do evento focado na integridade, esperando que surgam projetos que efetivamente transformem realidades e contribuam para a formação de jovens, além de abordar temas como sustentabilidade no esporte.
Por fim, ele discute os desafios de mudar estruturas culturais enraizadas e a necessidade de todos, especialmente clubes, se comprometerem com a educação sobre os problemas relacionados às apostas, destacando que a manipulação de resultados e o vício em apostas são questões sérias que devem ser tratadas com rigor, sempre priorizando a educação como a verdadeira chave para a transformação.
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