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Córrego Antonico e as obras que viabilizarão a reforma do Morumbi

Um dos maiores anseios dos torcedores do São Paulo atualmente é a transformação do Estádio do Morumbi. Um projeto ambicioso, que está sendo desenvolvido pela WTorre, prevê que o Morumbi receba uma reforma que aumentará sua capacidade para 85 mil espectadores, incluirá um anfiteatro, um amplo estacionamento e várias melhorias que visam modernizar sua infraestrutura. Contudo, para que essas inovações se tornem realidade, é imprescindível que as obras do córrego Antonico avancem rapidamente.

O córrego Antonico atravessa a favela de Paraisópolis e passa por debaixo do Morumbi. As obras de revitalização desse curso d'água são um desafio que persiste há mais de duas décadas e que tem afetado não apenas os moradores da comunidade, mas também aqueles que residem nas áreas adjacentes em épocas de chuvas intensas. A responsabilidade por essas intervenções é da prefeitura e do estado de São Paulo, que, felizmente, já estão implementando as soluções necessárias. Recentemente, o portal ge teve a oportunidade de visitar a construção de uma das duas grandes piscinas que servirão como reservatórios para armazenar a água da chuva antes que ela alcance os pontos mais baixos do bairro do Morumbi.

Uma dessas piscinas será instalada na Praça Alfredo Gomes, localizada atrás do estádio, enquanto a outra — que foi inspecionada — ficará na Praça Roberto Gomes Pedrosa, em frente ao portão principal do Morumbi. Atualmente, as obras no piscinão estão focadas na construção das paredes de diafragma que formarão o reservatório. Este grande depósito, que será coberto, terá a capacidade de armazenar 133,5 milhões de litros de água, o que corresponde a cerca de 53 piscinas olímpicas, tornando-se assim o maior dos dois reservatórios. Na prática, o sistema de reservatórios resultará em um benefício significativo para o São Paulo, já que um dos piscinões, com capacidade para armazenar 44 milhões de litros, irá conter a água do córrego antes que ela alcance o estádio.

O secretário de Infraestrutura Urbana e Obras, Marcos Monteiro, esclareceu que, com este novo sistema, a água será lentamente desviada para um canal que está sendo construído sob a Avenida Jules Rimet. Esse desvio visa minimizar os alagamentos que frequentemente afetam a região. Segundo Monteiro, "a canalização antiga permanecerá ativa, pois desempenha um papel importante ao receber algumas águas. Durante as chuvas intensas, toda a água excedente será canalizada para essa nova tubulação que conectará os dois reservatórios".

O cano que irá desviar o Antonico será construído utilizando uma técnica semelhante ao método de abertura de túneis para linhas de metrô, conhecido como 'tunnel liner', que permite que a obra não interfira no tráfego da Avenida Jules Rimet. "Um grande fosso será feito na parte superior para permitir a entrada de uma máquina que escavará o túnel necessário. Este não será um trabalho que resulta em uma vala exposta que pare o tráfego, mas um processo mais ágil e menos disruptivo", explicou o secretário.

Atualmente, equipamentos pesados estão envolvidos na construção das paredes do maior reservatório, que estará pronto até 2026. O custo estimado para o desvio do córrego Antonico é de R$ 289,7 milhões. Após a conclusão, a cobertura do piscinão poderá se transformar em um espaço público, como uma praça, ao lado do estádio do São Paulo.

Além de solucionar o problema do alagamento para a população e para os torcedores, o São Paulo está ainda mais empenhado nas obras do Antonico devido à sua expectativa quanto à reforma do estádio. As propostas da WTorre, em parceria com o clube, estão em fase de elaboração, e espera-se que o projeto seja finalizado até novembro. Embora o custo total da modernização ainda não tenha sido definido, o clube busca alinhar as expectativas com a empreiteira quanto ao modelo de negócios e os prazos para a parceria futura.

Uma decisão já tomada é que o novo Morumbi contará com grama natural. Embora tenha sido considerada a utilização de grama sintética, o clube e a WTorre decidiram manter a tradição do gramado natural. O secretário Monteiro reafirmou que "o São Paulo, assim como os moradores ao redor do Morumbi, tinha grandes expectativas em relação a essa obra, e sempre esteve em contato com a gestão pública para que houvesse progresso. A conversa tem sido muito construtiva, sempre visando apoiar essa causa" .

Vale ressaltar que as obras de modernização do Morumbi só poderão ser iniciadas após a canalização do córrego Antonico, visto que o gramado precisará ser rebaixado, o que impactaria diretamente na situação atual do córrego.


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