A derrota para o Novorizontino na disputa de pênaltis, neste domingo (17/3), em pleno MorumBIS, não custou apenas a eliminação do time no Paulistão. Mas, também, uma intensificação das queixas dos torcedores contra o técnico Thiago Carpini. Assim, ele foi chamado de "burro" por tricolores que estavam nas arquibancadas e que demonstravam inconformismo com as decisões do treinador. O atacante James Rodríguez, por exemplo, só entrou aos 35'[ do segundo tempo. E houve muito questionamento, também, sobre sua ausência entre os batedores de pênalti.
Na coletiva após a partida, Carpini argumentou que a semana não foi produtiva para o colombiano nos treinamentos devido à dor e à fadiga após o jogo contra o Ituano. Além disso, o técnico disse que tem um relatório sobre o aproveitamento no treino de pênaltis e também procura ouvir o atleta sobre a segurança pra bater na hora das cobranças oficiais. "A gente tem que entender esse processo e tomar as decisões", disse.
Com isso, os jornalistas deduziram que James não teria demonstrado confiança para bater o pênalti. Thiago Carpini negou: "Não foi isso. Nós abrimos a conversa e os atletas se manifestaram com desejo de fazer, de bater, e a gente respeitou. A gente espera a tomada de decisão do atleta e se não acontecer a gente respeita", disse, elogiando a coragem de Diego Costa e afirmando que não deve haver "caça às bruxas".
"Nós seguimos sem procurar culpados. Erramos todos . Caímos de pé", disse, evitando que Diego Costa e Michel Araújo, que isolaram suas cobranças, sejam responsabilizados. Treinador não justifica derrota com ausência de Calleri Os jornalistas também perguntaram sobre a ausência de Calleri.
Carpini explicou que já imaginava que não poderia contar com o centroavante. "Ele é um cara muito resistente, que dificilmente fica fora por qualquer incômodo. Mas desde quarta-feira estava relatando muita dor. Então, infelizmente, tivemos que nos adaptar e estrear o André, que ainda não era o momento para ele. Temos que valorizar o esforço desse atleta, com a disposição de ajudar, mesmo sem ser o programado para ele", disse.
Na coletiva, Carpini elogiou o rival, afirmando que o São Paulo perdeu não apenas para o adversário mais forte das quartas, mas para o "grupo mais difícil da competição". Sobre as cobranças da torcida, Carpini disse que compreende e que está preparado.
O técnico enfatizou que, de fato, os torcedores cumpriram seu papel. "O torcedor mais uma vez fez sua parte, lotando o Morumbi, incentivando, apoiando, infelizmente a gente não conseguiu o objetivo". Thiago Carpini disse que, apesar da eliminação, o balanço faz diferença: "Não acho que o saldo seja totalmente negativo (…). É só início de temporada, muita coisa ainda pra desenvolver. São dois meses de trabalho, houve altos e baixos, bons jogos, jogos ruins, e hoje uma eliminação precoce dentro da nossa casa".
Carpini disse que tem o respaldo da diretoria para seguir no trabalho. "Uma eliminação é frustrante, mas trabalho nas mesmas convicções que me trouxeram ao São Paulo. Procuro corrigir erros, melhorar. Mas da mesma maneira que potencializa os erros, também vejo as coisas boas". Ele destacou que a dimensão do clube cria exigência de êxito permanente: "O São Paulo é muito grande. Em todos os jogos a gente tem que se apresentar bem. Até em jogos que a gente vence jogando mal, como aconteceu na rodada anterior, a cobrança existe e ela é válida".
"Acredito que o São Paulo vai fazer uma temporada que vai surpreender muita gente".
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