O técnico Dorival Júnior chegou para a coletiva de imprensa atônito após a goleada sofrida para o Palmeiras, por 5 a 0 , nesta quarta-feira, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro . O comandante são-paulino reconheceu os diversos erros da sua equipe ao longo dos 90 minutos, mas também fez questão de dar méritos ao rival, que, em sua visão, fez uma partida perfeita.

“A forma como o Palmeiras entrou e o pouco preparo que nós tivemos para essa partida talvez tenha influenciado diretamente no resultado. Eu prefiro dizer que o Palmeiras foi muito bem desde o primeiro até o último minuto, não podemos tirar o brilho de uma vitória como essa tentando encontrar erros e defeitos nossos. O São Paulo tem que ter consciência que precisa fazer muito mais daqui para frente, não pode se deixar levar por uma situação como essa. Erramos muito hoje, em demasia. Isso será marcante na vida e na carreira de todos nós”, afirmou Dorival Júnior.

O São Paulo foi dominado desde os minutos iniciais e foi para o intervalo perdendo por 3 a 0. Na etapa complementar, o Palmeiras diminuiu o ritmo e parecia disposto a apenas administrar a vitória parcial, porém, a expulsão de Rafinha abriu caminho para os donos da casa balançarem as redes mais vezes e transformar a noite de quarta-feira em uma das mais marcantes desde que o Allianz Parque foi inaugurado.

“Até esse desastre de hoje tínhamos feito três vitórias, um empate e uma derrota. Então, consegui motivar naqueles momentos e de repente hoje foi totalmente diferente? A grande verdade é que o Palmeiras entrou para decidir, e o São Paulo entrou para jogar. Não podemos tirar os adjetivos de uma vitória como essa que o Palmeiras construiu por méritos. Realmente nós tivemos muitos problemas. Não tivemos um destaque sequer dentro da partida. Quando isso acontece, alguma coisa está errada. E o treinador é o responsável”, prosseguiu.

A falta de controle emocional do São Paulo também chamou atenção. Não foi só o expulso Rafinha que protagonizou discussões com os jogadores palmeirenses e também com a arbitragem, chegando a afirmar que Raphael Claus era palmeirense. Luciano, Rodrigo Nestor e Wellington Rato também estiveram envolvidos em bate-bocas durante o clássico.

“Sobre a arbitragem, não vou abordar. Disso eu não quero falar. Sobre a expulsão, é natural, o Rafinha é um jogador vivido, experiente, talvez pudesse ter evitado esse tipo de situação”, disse Dorival Júnior.

“Se eu soubesse o caminho, pode ter certeza que isso não estaria acontecendo. É muito difícil de entender o que acontece com uma equipe que três dias antes tem uma ótima atuação [contra o Grêmio] e três dias depois sofre uma goleada como essa. Se oscilássemos dentro da partida, seria algo explicável. Mas, desde o primeiro minuto nós merecemos o resultado que acabou acontecendo. Essa é a verdade. Tenho que reconhecer que não foi uma noite positiva de nenhum de nós dentro de campo”, concluiu.