O São Paulo vive a expectativa de disputar a segunda final de Copa do Brasil de sua história. Antes da partida contra o Flamengo, porém, o tom da decisão foi de reclamação.
Considerando altos os preços dos ingressos para a partida no Morumbi, o torcedor são paulino reclamou da mudança praticada pela diretoria. Em entrevista ao programa Roda Viva, o presidente Julio Casares se defendeu das acusações.
"O primeiro jogo é no Rio de Janeiro e o Flamengo é o mandante. Ele, de uma forma ou de outra, tabela principalmente o preço do visitante. O torcedor do São Paulo tem o preço fixo de R$ 700 com a meia fixada em R$ 350. Nós temos que repetir na reciprocidade. O São Paulo hoje com os preços praticados no Maracanã e no Morumbi, os preços do São Paulo são 50% do preço do Maracanã", disse.
"Não estou achando que isso é razoável, mas temos que entender que o torcedor do São Paulo que bate todos os recordes, que se tornou a torcida mais popular do Brasil - o São Paulo é hoje também líder nas arrecadações, nós tínhamos que precificar o Morumbi que é muito grande, garantindo o setor popular, que é uma realização da nossa gestão, que tem o valor de 200,00. É pouco? Não, ainda é muito, mas é uma forma de você tentar equilibrar as contas de um clube que chega na final como protagonista", completou.
Outra reclamação quanto aos ingressos foi referente ao site utilizado pelo clube para comercialização dos ingressos, que encontrou problemas no dia da abertura das vendas. Casares admitiu que o sistema tem problemas, mas ressaltou os números de torcedores que vêm marcando presença no Morumbi.
"Quando chega na venda de ingresso, temos um funil, que vamos examinar para que melhore. Temos atos que acontecem no Brasil em grandes demandas. São Paulo x Corinthians, quando tivemos um público maravilhoso, nós detectamos que muitas pessoas tinham ingresso impresso com o QR Code. Quando íamos ver, tinha 8 ou 9 mil pessoas fora", afirmou.
"Por isso que hoje tem o voucher, como todos os grandes eventos, para trocar adequadamente. Para o torcedor fora de São Paulo, terá o dia 23 e o 24 para a troca. Essa é uma preocupação que a gente tem com o cliente. Mas não pode negar que tem batido todos os recordes de público mesmo com esse sistema, que afunila muito em jogos dessa proporção", continuou.
"Contrato [com a empresa Total Acesso] ainda vai para o ano que vem, mas isso tudo é revisto. Eu fixar um prazo eu não vou cometer isso. É uma prioridade melhorarmos esse sistema. E vamos ouvir principalmente as pessoas do setor", acrescentou.
Muito se reclamou também que a Independente, principal torcida organizada do clube, receberia uma carga específica de ingressos. Casares negou a possibilidade.
“A torcida organizada, e não só essa (Independente), elas compram ingressos, nós não cedemos em hipótese nenhuma. A torcida organizada é uma entidade que existe e que acompanha o clube nos lugares mais distantes, com temperaturas frias ou de muito calor. Até outro dia aconteceu um acidente muito grave com torcedores do Corinthians, que nós lamentamos. Eles viajam em condições ruins, acompanham o clube e nós apoiamos", ressaltou.
"Essa dimensão desse jogo no Morumbi, deve ter mais de um milhão de pessoas querendo assistir. Nós temos uma capacidade que restringe. Agora, também é importante dizer que o preço médio do sócio-torcedor é R$ 50 por jogo. Você como o sócio-torcedor, não pode garantir o ingresso, mas garante uma janela de compra, mas quando o torcedor tenta comprar o ingresso, às vezes em um minuto você tem milhares querendo comprar. Esse é o grande espetáculo”, falou.
Julio Casares argumentou ainda que seria impossível receber todos os torcedores que desejavam ir à partida no Morumbi. E aproveitou até para sonhar com uma capacidade maior no estádio.
"Contra o Flamengo, tem o agravante de 3,5 mil ingressos para o visitante, que o Corinthians não tinha. Os ingressos úteis já são diminutos. Tem que entender que o sócio-torcedor precisa ter outras práticas, não só o benefício de comprar primeiro, e criar outros ativos, que sejam experiência e algo para discutir juntos. Hoje temos 62 mil sócios que pagam anuidade. Muita gente está chateada porque queria ver a final, mas não dá para abrigar todo mundo. Quem sabe podemos sonhar com um estádio ainda maior", finalizou.