Imagem: Marcello Zambrana/AGIF
É fácil ouvir alguém que trabalha no São Paulo reclamar da forma como Rogério Ceni se relaciona com as pessoas no ambiente profissional. Em geral, ele é descrito como um cara sem tato para lidar com subordinados.
Apesar de afirmar que trata todo mundo bem, o treinador se definiu numa entrevista em fevereiro do ano passado como o chato que faz cobranças em busca de melhorias no clube.
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Na ocasião, o UOL Esporte havia publicado que jogadores e funcionários do CT estavam incomodados com atitudes do comandante. No centro do incômodo dos atletas estava o tom das cobranças feitas pelo ex-goleiro.
"A personalidade perfeccionista de Ceni sempre foi conhecida, mas há relatos de mal-estar e constrangimento nos treinamentos, gerados por exposição e cobranças acintosas aos jogadores. Em um episódio, confirmado por duas fontes sem relação direta uma com a outra, o técnico teria abordado um jogador para questionar sobre sua falta de qualidade em todos os fundamentos, e isso na frente de vários de seus companheiros", dizia trecho da reportagem.
Ou seja, não causa surpresa o fato de Ceni ter gerado descontentamento dos jogadores são-paulinos ao dar uma bronca em Marcos Paulo, na última quarta (15) na frente do grupo. Rogério havia questionado se uma postagem feita pelo atleta seria uma indireta para ele. O jogador negou. A informação foi revelada pelo "GE".
Ceni já havia encarado desgaste com jogadores em sua curta passagem pelo Cruzeiro, em 2019.
Relacionamentos profissionais turbulentos acompanham Rogério desde os tempos de goleiro. Um exemplo é a treta com o técnico Ney Franco em 2012 porque Ceni queria que seu chefe fizesse uma substituição diferente da escolhida pelo treinador durante um jogo com a LDU de Loja, do Equador.
Como Rogério fez sua carreira de jogador no São Paulo, todos no Morumbi conhecem seu temperamento. Isso vale para o atual presidente, Julio Casares, que é um experiente cartola tricolor.
Ceni não enganou ninguém. Essa sempre foi sua forma de se comportar. E ele já tinha sido treinador do São Paulo quando foi contratado novamente, dessa vez por Casares, em outubro de 2021.
O contrato do treinador terminaria no final do ano passado, mas foi renovado até o fim de 2023. Ou seja, na ocasião, seu trabalho foi aprovado pela direção.
Isso apesar de fazer parte do pacote o alto risco de atritos com jogadores e funcionários por causa da maneira como o treinador se relaciona com eles.
Ao contratá-lo e depois ao renovar o seu contrato, a diretoria sinalizou que vale a pena lidar com esse efeito colateral para usufruir do trabalho de Rogério.
A conclusão é que os dirigentes toparam fazer o papel de bombeiros de plantão para apagar eventuais incêndios. Foi o que fizeram depois do episódio com Marcos Paulo.
Pela proporção que tomou o caso, a administração da crise deve continuar por mais um tempo. Nada fora do previsto para quem, sabendo das vantagens e desvantagens, escolheu ter Ceni no comando técnico. É como se a diretoria do São Paulo tivesse uma bomba-relógio de estimação.
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