No próximo dia 2 de outubro (domingo), o Brasil
irá às urnas para eleger o presidente, governadores, senadores e deputados para os próximos quatro anos. Em meio a um dos pleitos mais acirrados da história republicana do país, parte de sua população, contudo, terá outra preocupação: a final da Copa Sul-Americana entre São Paulo e Independiente del Valle, do Equador, às 17h (de Brasília), em Córdoba, na Argentina.
A ausência nas cabines de votação atingirá em cheio uma parcela específica: os são-paulinos que irão ao país vizinho acompanhar a decisão. Ou seja, serão cerca de 30 mil justificativas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), certo? Mais ou menos. Para participar da 'festa da democracia nacional', muitos torcedores já bolam estratégicas para sair de Córdoba tão logo soe o apito final. E desta forma poderem chegar a tempo (até às 17h de Brasília) para poderem votar em seu candidato favorito.
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É o caso do jornalista Pedro Guedes. Inicialmente ele tinha comprado as passagens para ver a final em Brasília (DF), onde a partida estava marcada inicialmente, somente por gostar de futebol. Com a mudança de sede promovida pela Conmebol, justamente por conta do pleito brasileiro, ele desanimou de início. Mas conforme o São Paulo avançou sua paixão clubística falou mais alto. E o planejamento começou a ser feito.
- Estou bem animado para votar. É uma eleição que tem muito em jogo, não dá para arriscar a perder pela importância pelo futuro do país. Isso pesou muito.
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A via-crucis para a cidade argentina foi desenhada da seguinte forma. Guedes viu todas as possibilidades possíveis e o bate-volta pelo Tricolor e as urnas envolve uma peregrinação que envolve o embarque da capital paulista a Buenos Aires na quinta-feira (29) de manhã. Chegando à capital do país vizinho, embarcará em um ônibus até Córdoba. Oito horas de estrada para chegar à sede do jogo.
A volta, fundamental para o jornalista cumprir seu dever cívico, envolve novamente embarque terrestre para Buenos Aires de Córdoba às 22h30 (horário local) do dia do jogo. E o embarque de volta a São Paulo (SP) na manhã do domingo (2), com chegada prevista às 15h (de Brasília). Duas para o fechamento das seções eleitorais.
- Era uma questão da qual eu não abriria mão. Se eu perder tenho a consciência que fiz tudo o que era possível para ir votar. Muito cansativo, muito demorado, mas acabou sendo o jeito maios fácil - completou Guedes.
A situação é idêntica a do empresário Raul Miranda, 42 anos. Cabo eleitoral de um candidato paulista ao governo do Estado, assustou o comitê quando informou que não trabalharia nos dias que antecedem o pleito. Inicialmente, votaria em São Paulo logo pela manhã no domingo e depois seguiria em jatinho fretado para Brasília, onde acompanharia o desenrolar do dia no comitê de um dos presidenciáveis. Ganhou autorização do próprio para encontrar um substituto e poder ir a Córdoba.
- O São Paulo é maior do que isso. Amo mais ele que política. Fora que tudo indica que haverá segundo turno e aí sim entraremos de cabeça na eleição.
Como se tivesse combinado com Guedes, Miranda repetirá a mesma caminhada que o colega tricolor. Isso depois de ver fracassada a tentativa de um voo fretado de Córdoba logo após o jogo com outros torcedores de grande poder aquisitivo.
- O pessoal quer ficar na Argentina e comemorar, se ganhar. Ninguém quer voltar correndo. Eu entendo eles. Mas eu tenho minhas obrigações com o partido e nossos candidatos, não posso abandonar tudo de uma vez. Lutamos muito para chegar até aqui - completou o empresário.
A situação deve ser idêntica à encontrada por conselheiros do Tricolor e líderes das principais torcidas organizadas do clube, que são candidatos nessas eleições pelos mais diversos partidos. Procurados, não quiseram dar entrevista.
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