"Acho que o resultado é injusto. Mas, além de injusto, ele não é realista, não retrata o que foi o jogo", disse Rogério Ceni sobre a derrota por 3 a 1 do São Paulo, nesta quarta (24), para o Flamengo pelas semifinais da Copa do Brasil. Difícil concordar com o treinador são-paulino sobre ter rolado injustiça depois de olhar as estatísticas da partida.



Como sustentar que não foi justa a vitória de uma equipe que transformou em gols três das quatro finalizações que acertou na partida? Isso diante de um adversário que teve 26 chances para balançar a rede, mas só o fez em uma oportunidade? De acordo como site Footstats, o Flamengo errou três de suas sete finalizações. Seu índice de acerto foi de 57,1%. A precisão rubro-negra contrasta com a falta de pontaria tricolor. O São Paulo errou 21 de seus 26 arremates, o que resulta no pífio índice de acerto de 19,2%.

Os números individuais dão assinatura aos erros tricolores. Autor do gol são-paulino, Rodrigo Nestor foi quem mais finalizou e errou no jogo. Foram sete arremates, seis errados. Calleri fracassou em suas quatro tentativas. Do lado Flamengo, Cebolinha e João Gomes balançaram a rede na única chance que cada um teve. Gabigol fez duas finalizações e marcou um gol. Claro que respeito a opinião de Ceni. Mas não vejo como uma equipe que erra tanto nos arremates pode merecer derrotar outra que é cirúrgica. O São Paulo submeteu o time de Dorival Júnior a uma pressão rara. Antes do confronto no Morumbi, a média rubro-negra era de 6,8 finalizações sofridas por jogo na Copa do Brasil.



Porém, os comandados de Ceni fizeram apenas parte do serviço: criar. Faltou concluir com maior competência, o que sobrou do outro lado. Como o "se" não entra em campo, considero injusto falar em injustiça na vitória que deixa o Flamengo em situação confortável na busca por uma vaga na final.