A entrevista coletiva do técnico Rogério Ceni após a vitória do São Paulo sobre o Ceará por 1 a 0 pelas quartas da Sul-Americana durou cerca de 20 minutos. O tempo e os temas abordados foram o suficiente para entender algumas situações do elenco para a sequência decisiva na temporada.
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Durante o contato com a imprensa, o técnico mostrou certo incômodo ao ser questionado sobre as possíveis contratações de Nahuel Bustos e Nahuel Ferraresi, demonstrou irritação com os erros nas cobranças e bolas paradas e deixou claro que vai usar um time misto contra o Flamengo, no sábado, pelo Brasileirão.
Veja 5 conclusões que podemos tirar da coletiva do técnico do São Paulo:
Bustos? Quem?
Uma das coisas que mais chamaram atenção nas palavras de Ceni foi o tom de desconforto com a possível chegada de dois jogadores. O São Paulo já chegou a um acordo para a contratação por empréstimo do atacante Nahuel Bustos, que estava no Girona-ESP, e ainda tenta o zagueiro Nahuel Ferraresi. Ambos pertencem ao Grupo City.
O técnico surpreendeu ao dizer que não sabia sobre as chegadas dos reforços e ainda alegou não ter sido comunicado sobre Bustos.
"Chegam mais dois jogadores, é isso? Eu desconheço a chegada dos jogadores. Sobre o zagueiro, ainda fui consultado. Mas sobre o atacante, não fui comunicado. Eu acho que o São Paulo tem um elenco grande. Temos um bom elenco. Sentimos falta do Arboleda [operou o tornozelo esquerdo e só retornar em 2023], que não volta. Agora com o Reinaldo voltando, temos as peças na esquerda", disse.
Ceni também afirmou que o elenco do São Paulo é desequilibrado e que faltam peças em algumas posições, mas sobram jogadores em outras.
De fato, o São Paulo tem mais opções do meio para frente, com Gabriel Neves, Igor Gomes, Rodrigo Nestor, André Anderson, Andrés Colorado, Alisson, Patrick, Galoppo, Luciano e Calleri. O número de lesões, claro, atrapalha o técnico. Já na defesa, principalmente após a lesão de Arboleda, o número de jogadores disponíveis é menor.
É preciso tempo e saber marcar
Parte do incômodo demonstrado por Ceni pode ser explicado pelo fato de o treinador não gostar de mexer no elenco ao longo da temporada. Também na coletiva, o ex-goleiro deixou claro que todos precisam entender o sistema do time e saber como se comportar defensivamente.
A chegada de reforços ao longo da temporada exige mais tempo de preparação, o que é inviável com o calendário do futebol brasileiro.
"Eu não gosto de remontar times em meio da temporada. No Brasil, poucos times fazem isso, né? Por exemplo, o que ele (Nikão) aprendeu desde o começo em que está aqui, o jogador que chega agora, o Galoppo, não vai conseguir aprender nesse mesmo tempo. A parte tática, o jogar futebol, cada um tem sua qualidade. Mas movimentos e a parte defensiva, principalmente cumprir papéis defensivos, é difícil para o Galoppo. O André Anderson, quando chegou, sentiu dificuldades. Para isso, requer tempo e treinamento. O que menos temos? Tempo e treinamento", analisou.
Bronca com Wellington e bola parada
Outro incômodo de Ceni foi com o aproveitamento nas bolas paradas. O técnico falou abertamente sobre os erros de Wellington nas cobranças de escanteio e prometeu estudar melhor cada jogada do tipo. É possível que uma mudança de cobrador seja feita nos próximos jogos.
"Ele não bateu como deveria ter sido batido. O erro foi na batida, não foi no que? Não vem ao caso, temos que estudar a bola parada e tentar executar as cobranças de forma melhor. Quando o Nikão entra, pega melhor. O Nestor até bateu no segundo tempo um pouco melhor. Erramos as batidas na maioria das vezes. A bola não cai onde é determinado cair e aí fica mais difícil", afirmou.
Gramado do Castelão
Ceni também falou sobre a partida de volta contra o Ceará, que acontece em Fortaleza, na próxima quarta-feira. Enquanto Vina, jogador da equipe cearense, deu a entender que o gramado mais prejudicado do estádio Castelão pode ser uma arma a favor, o técnico tricolor lamentou a possível situação do campo de jogo.
Faz tempo que eu não jogo no Castelão, vemos pela TV. O estádio, que é fantástico, uma acústica, capacidade boa, tudo. Mas o principal, que é o gramado, infelizmente? É muito jogo, duas equipes, o Campeonato Cearense todo jogado naquele estádio. Não há gramado que aguente, se fosse lá ou em qualquer outro lugar. Para quem constrói é difícil o gramado ruim. Para quem constrói, um gramado bom é sempre melhor. Para quem tem que se defender, o gramado ruim às vezes até te auxilia em algumas coisas. Vamos tentar montar um time com característica que seja boa e observar o gramado no fim de semana.
Lesões e mistão contra o Fla
O próximo jogo do São Paulo acontece no sábado, contra o Flamengo, às 20h30 (de Brasília), no Morumbi. Ceni já deixou claro que deve escalar time misto para a partida, válida pelo Brasileirão. A justificativa é simples: energia.
Nessa sequência decisiva em três competições, o São Paulo vai jogar três vezes por semana. A série de jogos exige que o técnico rode o elenco o máximo possível para evitar novas lesões.
Além disso, o clube vê nas Copas as melhores chances de terminar um ano com um troféu, já que a oscilação no Campeonato Brasileiro deixou o time 16 pontos atrás do líder Palmeiras.
"O elenco não está inteiro porque ele é um pouco desequilibrado. Sobram peças em um lugar, faltam em outras. Tentamos ganhar o próximo jogo. As Copas foram consequência. Sempre falei que minha prioridade era o Campeonato Brasileiro e não consegui dar essa prioridade, não consegui administrar isso pelas lesões. Chegou um momento que tivemos que repetir muitos jogadores, e as lesões se tornaram musculares pelas repetições de muitos jogadores. Não posso botar os mesmos jogadores para botar contra o Flamengo, tem que ter energia. Para jogar com o Flamengo, se você não tiver minimamente energia, você é engolido", analisou.
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