Telê é eleito o maior técnico da história do futebol brasileiro
Bicampeão do mundo com o São Paulo, treinador da Seleção em duas Copas, Telê Santana foi eleito - em pesquisa inédita realizada apenas com treinadores - como o maior técnico da história do futebol brasileiro. O ge entrou em contato com mais de 100 técnicos e colheu total de 103 votos de profissionais em atividade ou aposentados.
O pódio ainda tem dois campeões do mundo. Mario Jorge Lobo Zagallo, técnico da seleção do tricampeonato em 1970, ficou em segundo lugar - por sinal, foi lembrado 36 vezes como o maior técnico brasileiro. Quatro vezes a mais do que Telê - citado 28 vezes contra 14 do Zagallo como segundo maior da história. Telê e Zagallo foram colocados em terceiro lugar em outras sete votações. Luis Felipe Scolari, campeão do mundo em 2002, terminou na terceira posição.
O atual técnico da Seleção brasileira masculina, Tite, ficou em sétimo lugar - foi lembrado 14 vezes, duas delas na primeira colocação, mais quatro em segundo lugar e oito em terceiro.
O critério era livre. O ge pediu a todos treinadores consultados - alguns estrangeiros que passaram pelo país participaram da votação, como o português Jesualdo Ferreira e o colombiano Reinaldo Rueda, mas a maioria dos votos veio das séries A e B e também de ex-treinadores da Seleção desde Zagallo, com exceção, entre os que estão vivos, de Leão e Dunga - que escolhessem os três maiores treinadores da história que passaram pelo futebol brasileiro.
A pontuação funcionava da seguinte forma:
Voto em primeiro lugar valia três pontos;
Voto em segundo lugar valia dois pontos;
Voto em terceiro lugar valia um ponto.
A lista completa com todos 40 treinadores votados e o voto a voto de todos consultados estão publicados nesta reportagem mais abaixo.
Telê completaria 91 anos nesta terça-feira. Ele morreu em 2006, dez anos depois de sofrer isquemia cerebral que o aposentou do futebol.
Em outra matéria, o ge publica também entrevista com Renê Santana. Um dos filhos de Telê, que também é treinador, se emocionou ao conhecer o resultado da pesquisa realizada apenas com treinadores. Um curto trecho da conversa com Renê.
- É muito emocionante para mim e para nós da família esse prêmio, essa escolha. Porque o Telê sempre foi muito democrático e assim ele foi votado. É uma votação muito expressiva e muito gratificante ouvir, saber desse reconhecimento. Porque eu sou suspeito por ser filho, mas a gente sempre fica na expectativa de ouvir algo assim - contou Renê ao ge.
CONSOLIDADO DOS VOTOS
O TOP 10
1º lugar - Telê Santana - 159 pontos
Referência de futebol bem jogado, de paixão pelo ofício, Telê inspirou gerações de treinadores e influenciou jogadores em mais de duas décadas de carreira como treinador. Como jogador, o ex-ponta era conhecido como Fio da Esperança e foi ídolo do seu Fluminense, time do coração do mineiro Telê.
Campeão brasileiro pelo Atlético-MG, em 1971, e estadual pelo Galo, pelo Grêmio e pelo Fluminense, Telê marcou época mesmo no São Paulo - onde também venceu estaduais. Foi bicampeão da Libertadores e Mundial pelo Tricolor Paulista (1992 e 1993) - nas edições do Mundial contra timaços do Barcelona e do Milan -, dez anos depois de perder com a equipe fantástica de Zico, Falcão, Sócrates e cia no estádio do Sarríá para a Itália, na Copa de 1982. Voltou à Seleção um ano antes da Copa e comandou a "Canarinho" no Mundial de 1986.
Telê era conhecido também por rigoroso aconselhamento aos jovens jogadores para ajudá-los a cuidarem da família fora de campo. Entre as quatro linhas, prezava pela execução e repetição de fundamentos do futebol. Ele faleceu em 2006.
CURIOSIDADE: Telê foi o técnico mais lembrado da votação, em 67 oportunidades entre os 103 votantes.
"Treinador de futebol é evidência. Às vezes, monta time muito bom e que joga bom futebol, mas não atinge aquilo que tem como objetivo. Outras oportunidades é o contrário. É a somatória de bons e maus momentos. É muito difícil apontar nomes, mas escolho Oswaldo Brandão pelos títulos conquistados, Felipão, por estilo parecido comigo, e Ênio Andrade, de muito destaque" (Rubens Minelli)
2º lugar - Mario Jorge Lobo Zagallo - 143 pontos
Até hoje o único a treinar a Seleção em três Copas, Zagallo conquistou o Mundial de 1970 e ainda soma o vice-campeonato de 1998 e o quarto lugar de 1974. Conquistou medalha de bronze nas olimpíadas de 1996, em Atlanta.
Alagoano de nascimento, o Velho Lobo foi ponta-esquerda com carreira que começou no América e de destaque no Flamengo e no Botafogo, além da seleção brasileira. Foi campeão do mundo como jogador em 1958 e 1962. Era coordenador técnico da Seleção na campanha do Mundial dos EUA em 1994.
Conquistou títulos estaduais com Fluminense, Flamengo e Botafogo nos anos 1960 e 1970 - e voltou a ser campeão em 2001 com o Rubro-Negro em final marcante contra o Vasco. O maior título em clubes brasileiros é o da Taça Brasil de 1968 com o Alvinegro. Hoje com 90 anos, Zagallo ainda vive no Rio de Janeiro. Nos anos 1980, também foi treinador da seleção da Arábia Saudita.
CURIOSIDADE: Zagallo foi o mais lembrado como primeiro colocado (36).
3º lugar - Luis Felipe Scolari - 53 pontos
Campeão do mundo em 2002 com a seleção brasileira, técnico também em 2014 na Copa disputada no Brasil, que terminou com derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal, Felipão ganhou primeiro título de expressão nacional há 31 anos - em 1991, a Copa do Brasil, contra o Grêmio, com o Criciúma.
Ex-zagueiro, o gaúcho Felipão também é bicampeão da Libertadores - com o Grêmio em 1995 e com o Palmeiras em 1999 -, do Brasileiro (1996 e 2018, também com gremistas e palmeirenses, respectivamente) e é o maior campeão da história da Copa do Brasil, com quatro conquistas.
Fez carreira fora do país - teve curta passagem pelo Chelsea, da Inglaterra -, com vice-campeonato europeu por Portugal e foi semifinalista na Copa de 2006 com a mesma seleção. Também dirigiu a seleção do Kwait nos anos 1990. Aos 73 anos, ele faz ótima campanha no retorno ao futebol brasileiro, com o Athletico.
CURIOSIDADE: Felipão foi o mais lembrado como terceiro colocado (14 vezes).
"É muito difícil escolher três... Da minha época, Zagallo, Parreira e Felipão. Tem o Vanderlei também. Todos são muito bons. Tem Paulo Autuori, que muitos não falam, mas é bicampeão da Libertadores, campeão do mundo, do Brasileirão. Temos o Tite, com uma trajetória de títulos significativa. Estamos muito bem servidos de técnicos brasileiro, como também dos estrangeiros, que são de ótima qualidade. Isso melhora o futebol" (Mano Menezes)
4º lugar - Vanderlei Luxemburgo - 39 pontos
Nenhum treinador conquistou mais títulos Brasileiros do que Luxa. Foram cinco conquistas com quatro clubes diferentes - duas com o Palmeiras, em 1993 e 1994, uma com o Corinthians (1998), com o Santos (2002), com Cruzeiro (2003). Vanderlei surgiu no cenário como treinador do então modesto clube do interior paulista, Bragantino, em 1990. Ele foi escolhido técnico do Brasil após a Copa de 1998. Conquistou a Copa América de 1999, mas deixou a seleção brasileira depois da derrota nas olimpíadas de 2000. Fora do país, teve curta passagem no Real Madrid.
"Luiz Felipe Scolari, Telê Santana e Zagallo. Mas cito Abel Ferreira como 'mais um'. Acho merecido pelo trabalho que vem fazendo no Palmeiras" (Milton Mendes)
6º lugar - Carlos Alberto Parreira - 38 pontos
Auxiliar de Claudio Coutinho como preparador físico da Seleção em 1970, Parreira foi técnico em 1994, na conquista que encerrou jejum de 24 anos sem título mundial. Em clubes, os títulos mais importantes foram pelo Fluminense, no Brasileiro de 1984, e pelo Corinthians, com a Copa do Brasil de 2002. Também treinou as seleções do Kwait, da Arábia Saudita e da África do Sul. Em 2006, comandou o Brasil na Copa da Alemanha, quando a Seleção perdeu para a França nas quartas de final. Era auxiliar de Felipão na campanha do Mundial de 2014, quando a Seleção terminou em quarto lugar.
"Coloco Zagallo, Telê Santana e Felipão. São estes treinadores que me identifico. Mas preciso ressaltar o professor Tite que vai ficar também para nossa história do futebol brasileiro. Acredito no hexa" (Guilherme Dalla Dea, campeão mundial sub-17 pela Seleção e atual técnico sub-20 do Corinthians)
6º lugar - Ênio Andrade - 37 pontos
Falecido em 1997, o gaúcho Ênio foi zagueiro e meio de campo. Jogou no Internacional nos anos 1950, no Palmeiras e também na Seleção. Foi tricampeão brasileiro - conquistou com o Internacional em 1979, até hoje o único título invicto na competição nacional, em 1981 com o Grêmio e em 1985 com o Coritiba. "Seu Ênio" foi técnico de Ronaldo no início do Fenômeno no Cruzeiro e influenciou diversos treinadores no futebol brasileiro.
"Tite, pela capacitação, por ser o técnico atual, pela continuidade e melhor aproveitamento de todos os tempos na Seleção. Entendo que ele seja o número 1 por sua qualificação e o que já conquistou nos clubes brasileiros também. Depois, Telê, pois se hoje eu sou um profissional do esporte e do futebol foi porque eu assisti a Seleção de 82 que me encantou. Teve aquele time do São Paulo que foi bicampeão mundial e o trabalho dele à frente do clube, quando eu estava no começo da minha carreira de atleta. E Felipão, pelo título mundial da Seleção de 2002, pelo alto nível do nosso último título mundial, pelas campanhas que ele fez no Grêmio e Palmeiras nos anos 90" (Gilmar Dal Pozzo)
7º lugar - Tite - 22 pontos
Campeão mundial com o Corinthians em 2012 - a última nos duelos contra os gigantes europeus -, conquistou a Libertadores do mesmo ano de maneira invicta pelo time paulista. Teve destaque nacional com o Grêmio campeão da Copa do Brasil em 2001. É treinador da Seleção desde 2016 e comandou a melhor campanha de toda a história do atual formato das Eliminatórias sul-americanas de seleções. Vai para o segundo Mundial e entra em seleto grupo de treinadores que foram com o Brasil em duas Copas. Os outros foram Vicente Feola, Zagallo (único em três), Telê, Parreira e Felipão.
Curiosidade: sete treinadores estrangeiros foram votados. Dos mais recentes, apenas Jorge Jesus foi citado
8º lugar - Rubens Minelli - 19 pontos
Comandante dos títulos brasileiros do Internacional (1975 e 1976), levou tricampeonato particular ao vencer o Brasileiro com o São Paulo em 1977. Aos 93 anos, vive em Valinhos, interior de São Paulo. Encerrou a carreira nos anos 1990. Era considerado grande estrategista. Nos anos 1980, foi treinador da Seleção da Arábia Saudita.
9º lugar - Abel Braga - 12 pontos
O ex-zagueiro Abelão anunciou no fim de junho o fim da carreira como treinador. O ponto alto foi com o Internacional, com quem foi campeão do mundo em 2005, contra o poderoso Barcelona. Mas a carreira começou nos anos 1980 - primeiro em times pequenos do Brasil, depois fez carreira em Portugal. No Brasil, a maior conquista - depois da Libertadores e do Mundial pelo Colorado, com quem foi vice-brasileiro em 2020 - foi com o Fluminense em 2012, no título do Campeonato Brasileiro.
10º lugar - Claudio Coutinho - 11 pontos
Militar de carreira, o capitão Claudio Coutinho era o preparador físico principal da Seleção em 1970 - Parreira era seu auxiliar. Sucedeu Zagallo na seleção brasileira e comandou o Brasil na Copa do Mundo de 1978 - o Brasil terminou em terceiro lugar, sem perder uma partida. Foi no Flamengo que Coutinho ganhou projeção, com o título brasileiro de 1980, o primeiro do Rubro-Negro. Faleceu aos 42 anos, em 1981, antes do Mundial do Flamengo, quando praticava pesca submarina.
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Com todo respeito ao Zagallo, que tem números inquestionáveis, na minha opinião não foi um técnico muito completo. Fez história na seleção, mas não teve desempenho nem próximo disso em algum clube.
Se fosse para escolher um técnico, no auge da carreira para o Tricolor, minhas escolhas seriam
Tele Santana o melhor técnico além de orientar os jogadores na vida como a serem homens de bem e a cabeça boa, ele foi o grande responsável sobre o crescimento do Cafu esnsinou a fazer cruzamentos um dia após o treino ele ia embora Tele falou pra ele prá ficar e ficou 2 horas praticando cruzamentos ,ele tinha os detalhes ,o jogador hoje começa aparecer já compra carrão e vai pra baladas ,e faz tatuagem no corpo todo tem jogador que faz no pescoço parece que está com ele duro ,no São Paulo antes não se via muito isto dava gosto de ver jogador que aprontava não ficava ex Serginho Chulapa um grande artilheiro mais não tinha controle.
