Os dois grupos da Libra (Liga de Clubes do Brasil) e da Liga Forte Futebol já articulam para uma reunião em julho para conciliação entre os dois lados. O objetivo é formar, de fato, a Liga para organizar o Brasileiro. Já existe uma projeção dentro da Libra de que a organização pode gerar R$ 4 bilhões em receitas anuais com os direitos, o que representa mais do que o dobro do valor atual.
Houve reunião dos dois grupos nos últimos dias. A Libra - que reúne todos os times paulistas, além de Flamengo, Botafogo, Vasco e Cruzeiro - realizou uma assembleia na sexta-feira. Já a Figa Forte Futebol - que tem 25 times, entre eles Fluminense, Atlético-MG e Inter - reuniu-se na terça-feira na CBF para confirmar sua fundação.
Em paralelo, os dois grupos já conversam para uma reunião a ser realizada no meio de julho. Com esse objetivo, foram formadas duas comissões, uma de cada lado, para o encontro ser mais produtivo. Do lado da Libra, Corinthians, Red Bull Bragantino e Santos. Do lado da Liga Forte Futebol, Galo, Fluminense e Fortaleza.
A intenção é sentar com os critérios de distribuição de dinheiro das duas partes e tentar um acordo para que ocorra a adesão de todos. A Libra já tem uma divisão de dinheiro determinada que evoluiu durante as discussões - atualmente tem um teto entre maior e menor, divisão com 45% iguais, 25% por premiação e 30% por engajamento de torcida.
Já a Liga Forte Futebol quer reduzir a diferença entre o clube que mais ganha e o que menos arrecada. E, após cálculos, questiona alguns dos critérios adotados pela Libra. Há um entendimento de que, no final, vai evoluir para estar todo mundo junto que seja um meio do caminho.
As lideranças do Forte Futebol, no entanto, queriam formar o grupo antes de sentar à mesa com os membros da Liga e estão abertos a conversar com o grupo.
O principal motivo é que cada vez mais os clubes estão percebendo que perderão bastante dinheiro do bolo se os direitos não forem vendidos de forma única por uma Liga.
Mais avançada, a Libra já estrutura um modelo de governança para receber investimento. Por isso, a Libra calculou qual seria o valor da Liga com a venda conjunta das Séries A e B e inclusão de direitos de TV, entre outros. A projeção apresentada na última assembleia é de R$ 4 bilhões de arrecadação anual com o Brasileiro.
Esse valor representa mais do que o dobro do que é arrecadada por todos os clubes com direitos de TV atualmente no Brasileiro: o montante atual gira em torno de R$ 1,7 bilhão, incluídos os direitos de TV aberta, fechada e pay-per-view. Placas são negociadas em separado, e os naming rights são vendidos pela CBF. Tudo isso pode ser incluído na nova Liga, a depender de acerto dos clubes.
As decisões comerciais mais relevantes sobre o campeonato, pelas regras de governanças da Libra, seriam tomadas pelos clubes das duas divisões, com voto de peso dois para a Série A. Mas a gestão da Liga, em si, seria tocada por profissionais de mercado contratados e sem influência política dos clubes. Todas essas discussões já aconteceram dentro da Libra. Agora, para evoluir de fato para uma Liga, terá de haver uma extensão para todos os clubes.
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