– Vamos tentar competir como sempre fizemos. Chegamos até aqui e vamos brigar com todas as forças. Espero que a Federação Paulista cumpra o que foi estipulado de datas. Em campo nos resta competir com uma equipe que acabou de chegar do Mundial. Nada mais do que o normal ser considerada favorita – disse Ceni.
O treinador do Tricolor ainda falou sobre o trabalho do português Abel Ferreira no Palmeiras:
– O trabalho dele fala por si só. Eu repito aqui e falei na semana passada. Ninguém ganha duas Libertadores por acaso. Ele deve ter suas qualidades. Nunca tive outros enfrentamentos com ele. No Flamengo acho que três vezes. Cinco vezes que nos enfrentamos, foram os contatos que tivemos. Mas é um cara competente para montar uma equipe em um sistema de jogo, são jogadores rodados, ele tem material humano para jogar com três defensores, lateral... Mas isso tem muito da criatividade do técnico. Ele merece tudo o que está vivendo, porque ninguém ganha por acaso.
As finais do Campeonato Paulista serão contra o Palmeiras. O primeiro jogo será na quarta-feira, no Morumbi, mas a data da segunda partida, com mando do rival, tem sido motivo de polêmica. O Tricolor não abre mão de jogar no domingo, como previa a tabela. E o adversário quer jogar no sábado.
Veja mais da entrevista de Ceni:
Plano de jogo
— São dois jogadores tecnicamente, acho que são os melhores, Rafinha e Reinaldo, mas o Corinthians tem um time muito bom tecnicamente. Com jogadores que tiveram na Seleção em 2018, na Europa. Eu não imaginava por exemplo o Renato Augusto começando de 9, com o Giuliano fazendo a função dele. Mas é meio imprevisível, até pelo curto espaço e tempo, você não sabe das condições, do cansaço de cada um. Achei que o Welington seria melhor hoje. Quando ele coloca mais um zagueiro, o jogo se ajustou melhor ela esquerda. O time marcou bem. Os caras lutaram muito.
– Uma linha um pouco baixa às vezes, mas no segundo tempo jogamos mais, esprememos mais o Corinthians. Acho que o time foi bem, clássico, o jogo não foi bonito no começo. No fim foi emocionante, porque demos condição para o Corinthians num jogo que estava tranquilo. Alisson, Igor Gomes... uma partida muito boa. O Eder ajudou muito também na marcação. Acho que as coisas saíram bem.
Exemplo do Fortaleza, elenco equilibrado
– Eu acho que competitivo, sim. A diferença entre o Fortaleza e o São Paulo é que o time do Fortaleza não tinha dinheiro e poucas dívidas, hoje temos um time sem dinheiro para contratações de expressões. Quem veio foi em fim de contrato ou jogadores que o São Paulo só pagou salário. O São Paulo tem muita dívida. A única maneira de resolver isso é lançando muitos jovens, que vão nos deixar no futuro, mas fazendo com que o clube entre num trilho de mais organização, dívidas menores, como estão se esforçando. Mas é difícil. Alguns jogadores que queríamos não conseguimos trazer. É muito mérito dos jogadores o que estão fazendo dentro de campo. A única maneira de vencer o Corinthians era dessa maneira. Em talento, nome, experiência, ele tem mais que o São Paulo.
Palmeiras, o rival na final
– Acho que o Palmeiras tinha mais para bater na gente se o gol não saísse. Acho que o Palmeiras tem repertório para apertar mais tempo, mostrou isso ontem, mostrou contra todos os adversários. É uma equipe formada com vários jogadores, no mínimo dois por posição. Só tenho elogios a fazer. É uma equipe mais reativa, mas quando necessita jogar tem Raphael Veiga e Scarpa. Não vou contar os homens de frente nem Dudu e Rony. Estou falando de meias construtores. É uma equipe que tem um repertório bem variado e pode se adaptar.
– Se pudermos jogar daquela maneira, sim, se for cumprido o regulamento. Hoje o Victor reclamou com razão, Corinthians com dois dias a menos. E se não cumprir o regulamento de jogar no domingo, o Palmeiras pode ser beneficiado pelo espaço de tempo. Essas são as correções que temos de fazer no futebol para ser um futebol mais parelho, justo.
Mais uma final!
– Poder chegar a essa final é importante. Ano passado contra o Fluminense, este ano contra o Palmeiras, outros anos contra o Ceará. Todos jogos grandes. Fico muito feliz de ver o São Paulo novamente com 53 mil pessoas numa festa lindíssima. Como é prazeroso ver o torcedor vir ao estádio e você poder retribuir com a felicidade dele dentro do estádio. Se não foi tecnicamente brilhante hoje, representou a história. Na quarta-feira contamos muito com a presença deles. São o combustível que precisamos para esse dia a menos.
Luta e empenho
– Eu não sei viver de outra maneira. Eu, mesmo naqueles times campeões do São Paulo, eram equipes que jogavam com essa vibração, essa pegada. Eu não consigo ver o futebol de maneira diferente. No Fortaleza foi assim, de uma estrutura quase do zero para hoje jogar contra o River na Libertadores. Eu vivo o futebol. Entendo que o futebol tem de ser dessa maneira. Um time talentoso ajuda muito. Você vê o Flamengo campeão brasileiro, era talentoso. Mas o talento não faz com que você abra mão do comprometimento diário, da parte física, tática. O talento é um bônus que ajuda muito a vencer, mas ele não precede o esforço e o trabalho diário. Se eu trabalhar bastante, eu tenho mais chance de vencer. Se dois times forem parelhos, normalmente o mais talentoso vence. Mas não se abre mão do esforço em prol do talento.
Animação
– Você só toma pancada, perde jogo, não pode ficar animado. Conseguimos fazer o que foi proposto, não deixar o time cair. Mas foi pesado. Não fizemos nada de tão diferente, especial. Há motivos agora para estar mais animado. Ninguém consegue dar risada, estar feliz com derrotas. Hoje estamos mais animados, claro. Hoje um jogo que estava definido e praticamente deixamos difícil. Aí você vem com mais ânimo.
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