– Meu relacionamento com jogadores, funcionários... Eu conheço os mesmos porteiros e o pessoal da cozinha há 20 anos. Cumprimento todos, trato bem todos. Tem departamento que precisa melhorar mesmo. Quando eu cheguei não tinha água na piscina, tinha cadeira e mesa. Eu sou o cara chato que pediu para colocar água na piscina – disse Ceni.
– Exemplo: jogador está parado há 30 dias no DM, quando eu vejo o jogador indo embora 13h45 está perdendo a oportunidade de melhorar rápido. Quando eu me machucava, tratava de manhã, de tarde e de noite para voltar rápido... Então são ajustes e cobranças que geram insatisfação porque a pessoa tem que trabalhar por mais tempo. Eu penso no melhor para o clube – desabafou.
Ceni repetiu o discurso que pensa no “melhor para o clube” e admitiu que tem um grau de exigência que possivelmente pode incomodar dentro do dia a dia do CT da Barra Funda.
– Penso no melhor no clube, com um período a mais de tratamento, disponibilizar condições para voltar mais rápido. Talvez, eu incomode esses departamentos. Eu quero o bem do São Paulo, se isso for ruim, cobrar melhora na condição física – afirmou.
– Entendo que um ou outro possa estar insatisfeito. Em relação a funcionários eu tenho relação boa há 30 anos. Agora quando você está com pessoas que exijam cobrança, alguns vão ficar insatisfeitos – encerrou Ceni.
Confira mais declarações de Rogério Ceni:
O que pode evoluir?
– Acho que a gente pode melhorar bastante, individualmente a parte física de alguns jogadores estão abaixo. Arboleda sofreu bastante, o Nikão também de desgastado, o Igor Gomes tentando voltar à melhor forma depois do Covid. Coletivamente precisa de mais sessões de treino, conseguir flutuar, criar mais chances por dentro. Estamos conseguindo muito pelos cruzamentos, o adversário se fecha muito e tentamos pelo lado, mas temos que tentar mais por dentro.
Você está abatido?
– Não, e eu fico com uma cara que não é boa porque eu ganho poucos jogos. Ganhei pouco aqui, poucas situações que me deixam satisfeito. O que te deixa de bom-humor é a vitória. Como não ganhamos não tem como chegar aqui sorrindo. Que a gente possa voltar a sorrir com as vitórias.
Time está mais abaixo coletivamente ou individualmente?
– Dá para crescer muito na parte física, as vezes a gente querer propor a característica, mas não tem o jogador para isso. Mesmo dessa maneira a gente pode crescer muito mais. Acho que jogamos bem contra o Bragantino, melhor que hoje, perdemos no final. E hoje ganhamos no final. Individualmente ainda tem uma margem muito grande de crescimento e alguns jogadores crescerem na parte física. Se a gente competir como hoje tem mais chance de ganhar, senão essas chances diminuem.
Pressão por um bom futebol pode atrapalhar?
– Dando espetáculo é um pouco mais difícil. Vamos tentar melhorias, competir cada vez mais, fazer com que os jogadores entendam que é a única maneira que a gente tem de jogar de igual para igual ou superior. Mesmo contra o Bragantino nós conseguimos ser superiores. Agora espetáculo é mais difícil. Vamos tentar vencer jogos, ser competitivo, encontrar alternativas para entrar em adversários fechados. Logo vem os clássicos com responsabilidade dividida, com o adversário atacando mais e dando mais espaço. Quem viu o Chelsea hoje não viu espetáculo, mas venceu. Espetáculo é relativo.
Há margem para evolução ou o teto é baixo?
– Contra o Bragantino estava 3 a 2 e perdemos três chances para fazer o 4 a 2, e fomos castigados por uma bola alçada à área. Hoje exageramos no jogo de lateral, mas foi por onde achamos o gol. O gol no começo ou no fim tem o mesmo peso. Podia sair no começo, mas saiu no final. São os mesmo três pontos.
Marquinhos pode ser o ponta rápido que você pediu?
– Marquinhos é um ótimo menino, bom de trabalhar todos os dias. Precisa melhorar principalmente a toma de decisões final. É um jogador que tem força, raça, isso ele tem realmente. Sofre um pouco no um contra um, foi coroado com o gol porque trabalha bastante. Tem margem muito grande para evolução, é jovem, vai precisar amadurecer, tentar evoluir a cada dia. E vai ser utilizado da melhor forma que a gente precisar.
Sobre a atuação do time
– Eu gosto de um time que jogue bem, competitivo, seja forte fisicamente, tenha controle do jogo. Não acho que o time não jogou muito mal. Melhoras são necessárias para a gente melhorar, brigar. Tem a Copa do Brasil chegando. O time ainda não está rendendo o que esperava, o que o torcedor esperava ver aqui. Isso realmente tem acontecido, mas um péssimo jogo, não.
Achou que o time levantou muito a bola para a área?
– Primeiro que nós alçamos muitas bolas na área hoje. Tivemos vantagem em muitas delas. Final do primeiro tempo tivemos três cabeceios passando perto da trave. Hoje menos, mas nos outros jogos temos conseguido preencher a área. Quando uma equipe vem jogar em linha baixa e não consegue entrar no meio, temos as maiores virtudes fizemos esse balanço, chegando pelo lado dos campos.
– A gente tentou chegar como possível, logicamente pelos lados as alternativas são maiores que por dentro. No dia que conseguir mais quem sabe a gente possa ter um equilíbrio. Hoje a gente conseguiu aproveitar bastante, levamos vantagem em bastante cabeceios pelas laterais. É o espaço que temos encontrado aqui no Morumbi, que foram os jogos que mais tivemos cruzamentos.
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