Por muito pouco o São Paulo não termina o ano perdendo tudo, além da confiança e do respeito do seu torcedor, também a dupla Muricy Ramalho-Rogério Ceni, dois em um no terrível ano do Morumbi. Se o clube perdesse seu coordenador de futebol e seu treinador, estaria no buraco. Passaria um Natal sem ter o que festejar – embora já não tivesse nada.
Muricy e Ceni estavam de saída. Não viam caminhos nem soluções. O São Paulo é um clube que vive de sua tradição e do seu passado. Tem uma série de problemas financeiros dessa e de outras vidas e não consegue ser competitivo dentro de campo. Esse é o ponto. Sem jogadores, o São Paulo não vai muito longe.
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Entre o “vamos embora” e o “vamos ficar” de Muricy e Ceni, houve conversas no sentido de reforçar o elenco, dispensar jogadores e contratar, a exemplo do que o endividado Corinthians fez no segundo semestre. Endividado por endividado, o exemplo do time de Parque São Jorge foi mais aplaudido do que fez o Tricolor. A diferença dos clubes rivais é que o São Paulo tem como meta austeridade máxima de suas contas. Para economizar e pagar dívidas, estimadas em R$ 600 milhões.
O São Paulo é um clube empobrecido, mas que em 2020, segundo seu balanço, teve receita de R$ 358 milhões. O que o torcedor não entende (nem Muricy e Ceni) é como esse dinheiro não é suficiente para melhorar o time. As temporadas de 2020 e 21 foram desastrosas nesse sentido, e talvez o caso mais difícil de engolir tenha sido o gasto de R$ 12 milhões que o São Paulo teve com Daniel Alves, em prestações de R$ 400 mil por mês.
O presidente Julio Casares está isento até a página 2 de algumas dessas decisões, mas ele estava no clube quando muitas dessas negociações foram feitas, claro, com menor poder de decisão sobre elas.
Neste ano, Casares trabalhou para colocar a casa em dia. A depender do que disse Muricy ao canal Arnaldo e Tirone, no YouTube, ainda não há dinheiro para nada. Se não tiver, Muricy e Ceni não vão ficar. Não é um blefe. É a decisão de dois ídolos do clube.
Se a torcida já não sente mais o que sentia por Rogério quando ele era goleiro do time, paciência. Mas é inegável sua história no Morumbi. Isso ninguém tira dele. Parte das receitas do ano deve ser reaplicada no futebol. Se não tiver isso, Muricy e Ceni não ficam.
Ainda entre o “vamos embora” e o “vamos ficar”, promessas nesse sentido foram feitas. Se não forem cumpridas, tchau! Há ainda o compromisso de renovar o contrato de alguns jogadores, como o de Arboleda, e abrir mão de muitos outros. Pelo menos dez atletas vão deixar o Morumbi entre este mês e janeiro. Essa ‘limpa’ também abre espaço para a chegada de outros jogadores. O departamento de futebol não abre mão do dinheiro dos que vão embora. E quer mais.
Muricy Ramalho, Rogério Ceni, time, São Paulo
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