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São Paulo aguarda futuro de Kaká e já sonha receber R$ 13 milhões

Tradicional clube revelador de talentos, o São Paulo pode colher bons frutos com a possível transferência do meio-campista brasileiro Kaká, do Milan, para o Manchester City, mesmo quase cinco anos após a saída do jogador do clube do Morumbi. Se o negócio for concretizado por 100 milhões de libras (aproximadamente R$ 335 milhões), oferta feita pelo time inglês ao italiano, a equipe paulista pode receber cerca de R$ 13,5 milhões.

Isso porque, de acordo com o mecânismo de solidariedade da Fifa, os clubes formadores de um atleta têm direito a receber até 5% do total de transações futuras envolvendo o jogador. O período de formação de um atleta, segundo a entidade máxima do futebol, é dos 12 aos 23 anos.


"Casa" de Kaká de seus 12 até os 21 anos, quando foi vendido ao Milan, o São Paulo tem direito a pelo menos 4% de uma possível negociação do jogador --a porcentagem é proporcional.

A diretoria do clube paulista diz não "torcer" escancaradamente pelo sucesso na negociação entre os dois clubes europeus, mas não nega que o dinheiro será bem-vindo e já até pensa em preparar seu setor jurídico para exigir seus direitos.

"A gente espera que dê certo [o negócio], sem dúvida, pois os valores são substantivos, vão dar bons números. Mas não chegamos ao ponto de torcer, até porque muitas especulações não são verdadeiras, ainda mais quando se trata da imprensa italiana", disse João Paulo de Jesus Lopes, diretor de futebol do São Paulo, à Folha Online.

"Nosso departamento jurídico está sempre acionado para receber esses mecanismos de formação de atletas, esses direitos que nós temos. Acompanhemos [a negociação] com serenidade. Vamos esperar. No momento certo, se efetivada [a transferência], vamos acionar", continuou o dirigente.

Segundo diversos veículos da imprensa italiana, uma delegação do time inglês, encabeçada pelo diretor-executivo, Gary Cook, desembarcou na segunda-feira em Milão para negociar a transferência, que, se confirmada por 100 milhões de libras, seria a mais cara da história do futebol mundial. A oferta e o encontro foram confirmados pelo assessor do jogador, Diogo Kotscho.

O recorde atual pertence ao Real Madrid. Em 2001, o clube espanhol pagou cerca de US$ 66 milhões (aproximadamente R$ 152 milhões, em valores atuais) para tirar o ex-meia francês Zinedine Zidane, da Juventus.

Kaká deixou o São Paulo em agosto de 2003 rumo ao Milan em uma negociação por US$ 8,5 milhões líquidos. O valor, na época, foi considerado baixo pela cobiça que o meio-campista despertava nos grandes clubes europeus.

O São Paulo, entretanto, se vangloria por seu trabalho de base que funciona como grande fonte de renda ao clube. "Nos últimos 13 anos, colocamos uma quantidade muito grande de jogadores formados em nosso clube no mercado internacional. Esse número, em valor, corresponde a US$ 125 milhões [aproximadamente R$ 290 milhões]", disse Jesus Lopes.

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