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Há 16 anos, o primeiro passo

No dia 13 de dezembro de 1992, o mundo se tornava Tricolor pela primeira vez

Dia 13 de dezembro de 1992. O São Paulo, campeão da Libertadores da América, entra em campo para enfrentar o temido Barcelona, de tantos craques internacionais, atual campeão europeu.



Como não poderia deixar de ser, o time espanhol era apontado como franco favorito para a conquista do Campeonato Mundial de Clubes.



Se em Tóquio o time do mestre Telê Santana contava com uma pequena torcida local, no Brasil, em plena madrugada, milhares de são-paulinos se reuniam para acompanhar o Tricolor.



O começo não poderia ser mais preocupante. Logo aos 11 minutos, o renomado búlgaro Hristo Stoichkov surpreende Zetti em chute que encobre o goleiro Tricolor e cai no fundo da rede brasileira.



O sonho da conquista do título chegou a parecer distante, mas um time que contava com Raí jamais poderia desanimar.



Aos 27 minutos (para delírio da torcida Tricolor) Muller fez linda jogada pela esquerda e cruzou para área. Raí, com toda sua classe, se antecipou a defesa espanhola e de barriga, colocou a bola no fundo do gol de Zubizarreta.



A madrugada brasileira parecia de reveillon. Fogos subiam aos céus e rojões barulhentos anunciavam para todo o país o empate do São Paulo.



A partida seguiu com lances de perigos de ambos os lados, mas nenhuma equipe conseguiu marcar. Graças também ao iluminado Ronaldo Luis. O lateral-esquerdo entrou definitivamente para a história ao salvar em cima da linha uma bola chutada por Beguiristain.



Vale lembrar que esse foi apenas o primeiro milagre do jogador, que na Libertadores do ano seguinte voltaria a salvar o time, em jogo contra o Cerro Portenho, em Assunção.



A segunda etapa continuou equilibrada com as duas equipes buscando o gol, mas não conseguindo mudar o placar. Isso até Palhinha sofrer falta na entrada da área.



Ai foi a vez de novamente Rei Raí entrar em ação. Aos 34 minutos, em cobrança de falta ensaiada, o camisa 10 rolou para Cafu, que apenas escorou e assistiu de camarote, Raí colocar com perfeição a bola no ângulo superior direito de Zubizarreta.



O goleiro titular da Seleção da Espanha só pôde assistir a trajetória fulminante da bola em direção ao gol.



O Tricolor passou então a administrar a vantagem e como se fosse o franco favorito, de forma experiente viu o tempo passar.



Ao final do jogo, para delírio do mestre Tele Santana e de todos os jogadores, o São Paulo conquistava seu primeiro título mundial. Era o primeiro passo do clube brasileiro que mais vezes chegou ao topo do mundo.



Parabéns São Paulo. Há 16 anos o mundo ficava Tricolor pela primeira vez. Sete dias depois, após todas as festas, o time ainda sagrava-se Campeão Paulista ao bater o Palmeiras, por 2 a 1, no Morumbi.



São Paulo 2 x 1 Barcelona

Data: 13/12/92

Local: estádio Nacional de Tóquio

Árbitro: Juan Carlos Lostau (ARG)

Público: 60 mil pagantes



São Paulo: Zetti, Vitor, Adilson, Ronaldão e Ronaldo Luis; Toninho Cerezo (Dinho), Pintado e Raí; Cafu, Palhinha e Muller.

Técnico: Telê Santana



Barcelona: Zubizarreta, Ferrer, Koeman, Guardiola e Euzébio; Bakero (Goicoechéa), Amor, Witschge e Beguiristiain (Nadal); Stoichkov e Laudrup.

Técnico: Johann Cruyff



Gols: Stoichkov aos 11min do primeiro tempo e Raí aos 27min do primeiro e aos 34 minutos do segundo tempo.

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