O superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, deixou a rivalidade com o Corinthians de lado nesta quarta-feira. No Rio, onde é palestrante do V Footecon, fórum internacinal sobre futebol, ele avaliou a contratação do atacante Ronaldo pelo Timão. Segundo o dirigente, é uma ótima estratégia de marketing.

- Foi muito boa. Uma excelente oportunidade para o clube. Tomara que o Ronaldo possa realizar-se no Corinthians e continuar jogando, mesmo longe do seu melhor nível. Será o sufiente para abrilhantar o Campeonato Paulista e o Campeonato Brasileiro. Nosso maior rival é o Corinthians, mesmo assim quero muito vê-lo fazendo gols. Ele é um patrimônio do Brasil, um jogador que nós todos queremos bem. Torço pelo Ronaldo, mas certamente vou torcer mais para que meus zagueiros parem ele – brinca.

No entanto, o dirigente são-paulino reconhece que é uma manobra ousada e que traz alguns riscos. Algo que o próprio Tricolor Paulista já teve a oportunidade de enfrentar em um passado recente.

- Acho que é arriscado também. Se você não tiver ousadia no futebol, não vai a lugar nenhum. Foi arriscado contratar o Carlos Alberto e o Adriano e eu não me arrependi em nenhum dos dois. Acho que o saldo do Adriano foi muito positivo, e o do Carlos Alberto, se tivéssemos um pouco mais de paciêna, talvez fosse muito bom também. Acho que o Ronaldo tem tudo para poder jogar bem. Ele é uma grande pessoa e vai engrandecer o Corinthians. Vai trazer o aumento de valor que o clube precisa. Mas se ele não jogar, fica a frustração técnica de todos nós. Mas com certeza ele não vai decepcionar.


Sobre a polêmica com o Flamengo

Dirigentes e torcedores do Flamengo se mostraram muito chateados com o craque. Afinal, Ronaldo passou quase quatro meses em recuperação física na Gávea. Marco Aurélio não considera uma traição.

- Acho que pode ter sido até uma indelicadeza, mas uma indelicadeza que talvez o Flamengo não tenha conseguido cumprir economicamente com aquilo que talvez o Corinthians, como projeto, tenha feito. O São Paulo tratou do Zé Roberto (ex-seleção brasileira), ele se recuperou lá e acertou com o Santos. Eu fiquei chateado? Não, não fiquei. Acho que o Santos fez uma proposta melhor ao Zé Roberto. A gente não deve tratar um atleta pensando que ele retribua por obrigação. Nosso princípio é esse. Nós já fizemos isso por vários jogadores no São Paulo que não ficaram lá. Alguns, por sorte, ficaram. Ricardo Oliveira, o Luizão, o próprio Adriano. Mas alguns não ficam. O Flamengo tem suas razões de ficar magoado, mas não de falar que o Ronaldo traiu – opina.