(Crédito: saopaulofc.net)
Em 19 de outubro de 1956, em Sauce no Uruguai, nasceu um dos melhores zagueiros da história do futebol. O pequeno Darío começou a jogar futebol no time amador do Sportivo Oriental e em seguida passou pelo Artigas de Sauce até ser descoberto em 1970, quando foi levado para o Dente de Leite do Nacional. Conhecido pela união de técnica e raça, característica dos jogadores uruguaios, Alfonso Darío Pereyra começou sua carreira, na época, como meia. Classe e tranqüilidade caracterizavam bem o seu jeito de jogar futebol.
Em 1973, seu futebol já era comparado a craques como Monteiro Castilho e Pedro Rocha, o que resultou em seu aproveitamento na equipe principal do Nacional a partir de 1974, quando passou a morar no próprio clube que o revelou.
A intimidade com a bola é facilmente explicada. Sempre atuando como meia esquerda ou ainda volante, Darío chegou rapidamente à “celeste olímpica”. Com 19 anos, já era capitão no Nacional e da Seleção Uruguaia. Em abril de 1976, Darío Pereyra era uma das estrelas do selecionado uruguaio que esteve no Maracanã para a disputa da Copa do Atlântico. O São Paulo já tentava sua contratação, no entanto havia uma lei que proibia a saída de atletas uruguaios antes de 21 anos completados. Darío nessa época tinha apenas 20.
(Crédito: site do Milton Neves)
Naquele tempo, o futebol uruguaio vivia uma grave crise financeira. Assim, finalmente, em 16 de outubro de 1977, o craque uruguaio desembarcou em Congonhas, recepcionado por ávidos torcedores Tricolores, deixando de lado as também insistentes investidas do Real Madrid. Dario chegou com fama de craque e com a responsabilidade de manter o legado de sucesso deixado por jogadores estrangeiros como Sastre, Pedro Rocha e Forlan.
(Crédito: revista Placar)
Existiam dúvidas quanto aos valores envolvidos e divulgados na contratação (300 mil US$ ou ainda 170 mil US$, conforme publicado na época pela revista Placar). Entretanto, Don Darío custou Cr$ 5,5 milhões aos cofres Tricolores, depois de uma longa novela entre o clube paulista e o jogador uruguaio. Foi a segunda contratação mais cara da época no futebol brasileiro, perdendo apenas para Palhinha que custara Cr$ 7 milhões.
(Crédito: revista Placar)
Sua estréia com a camisa tricolor aconteceu somente em 11 de dezembro de 1977, quando entrou na segunda etapa da partida contra o Internacional. Dario sentiu a pressão. Coloram muito peso sobre o garoto. Darío sentiu-se intimidado pela grandiosidade da torcida, pela distância na família e as dificuldades com o português. Mesmo na conquista nacional de 1977 não rendeu o que era esperado. Em um jogo emocionante contra o Atlético Mineiro, um time fantástico formado por Valdir Perez, Getúlio, Tecão, Bezerra e Antenor; Chicão, Teodoro, Darío Pereyra e Viana; Mirandinha e Zé Sérgio conseguiram um feito notável, faturar a taça em pleno Mineirão, contra um time que não havia sido derrotado em todo o campeonato.
Pouco depois, começou o seu martírio de contusões. Atacado por uma distensão, que se tornou uma companheira inseparável, superando qualquer tipo de tratamento existente na época,
Darío vivia no Departamento médico do clube. O camisa dez também não se adaptava ao estilo de jogo praticado e nem aos esquemas adotados. Mesmo assim, seu nome era sempre certo nas convocações da celeste que disputava as eliminatórias da Copa de 1978. Darío também disputou a copa de 1978 pelo Uruguai.
(Crédito: revista Placar)
O São Paulo passou a amargar derrotas entre 1978 e 1979, a coisa não ia nada bem. Um 1980 a promessa era a de um novo São Paulo, remodelado, que iria entrar para a história. Na época, em um clássico empatado contra o Corinthians, sem um quarto zagueiro no banco de reservas para substituir Gassem, que estava contundido, o técnico Carlos Alberto Silva escalou Darío na posição, deixando todos apreensivos. Foi a partir de 13 de julho de 1980 que Darío mostrou seu futebol. Nesse ano ele foi considerado o melhor jogador do campeonato paulista atuando como quarto zagueiro. A experiência deu certo e Darío foi decisivo para a conquista do bi-campeonato paulista de 1980/1981.
(Crédito: revista Placar)
Nesse mesmo ano, em um golpe de mestre, o tricolor contratou o zagueiro da Seleção Brasileira Oscar para atuar ao lado de Darío. Então, formou-se a maior dupla defensiva da história do futebol brasileiro. Foi um entrosamento perfeito e Darío evoluiu. Ambos saíam da área para fazer gols, e Darío, com habilidade de meia, tinha um chute poderoso e preciso. Defendendo, era impecável nas divididas e nas antecipações, não perdia uma bola. Ganhava pelo alto e por baixo! Don Darío Pereyra pode ser comparado ao grande Roberto Dias, cujo comentário é dispensável. Ao longo de seus onze anos no Morumbi, formou ao lado de Oscar Bernardi uma dupla de zaga que até hoje é lembrada como uma das melhores na história do Clube, quiçá da história do futebol.
(Crédito: revista Placar)
Ainda em 1981, Dario ganhou a Bola de Prata da Revista Placar e sempre que alguém perguntava ao técnico Carlos Alberto Silva o que ele achava de colocar Darío novamente no meio-campo, a resposta do técnico era a mesma: “Eu por acaso sou louco?”.
(Crédito: revista Placar)
Campeão paulista de 1985 e campeão brasileiro de 1986, Darío vestiu a camisa da seleção uruguaia durante a disputa da Copa do Mundo de 1986 pela segunda vez em Copas do Mundo.
SPFC 1986: Gilmar; Fonseca, Wagner Basílio, Darío Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas e Pita; Müller, Careca (capitão) e Sídnei. Técnico: Pepe. (Crédito: saopaulofc.net)
Novamente campeão paulista de 1987, Darío permaneceu no São Paulo até o final da campanha no campeonato paulista de 1988, quando foi negociado com o Flamengo. Ao todo, o craque realizou 451 partidas com a camisa são-paulina, obtendo 222 vitórias, 127 empates e 102 derrotas, anotando 38 gols em suas investidas ao ataque. Conquistou quatro Paulistas e dois Brasileiros. Fonte: Almanaque do São Paulo, de Alexandre da Costa.
(Crédito: gazetapress)
A partir daí, defendeu as camisas de Flamengo em 1988, com rápida passagem, e do Palmeiras em 1989 onde ficou pouco tempo por problemas de relacionamento com o técnico Leão. Já em fim de carreira, jogou no futebol japonês, sagrando-se campeão da Copa do Imperador em 1990. Como jogador, é conhecido como um dos zagueiros mais técnicos que já passaram pelo futebol nacional.
Darío tornou-se técnico de futebol. Iniciou o trabalho no Maior do Mundo, comandando as divisões de base, e depois liderando a equipe profissional em 1997 sucedendo Muricy Ramalho. Foi vice-campeão paulista com o Tricolor.
Em 1998 deixou o São Paulo e dirigiu o Coritiba. No ano seguinte, em 1999, obteve sua maior conquista como técnico: campeão mineiro pelo Atlético. Darío dirigiu ainda o Guarani (2000), o Corinthians (2001), o Paysandu (em 2002 e 2003) e Grêmio (2003). Após algum tempo sem trabalhar em clubes de futebol, Darío Pereyra aceitou o convite para trabalhar de dirigente do Avaí (SC), em 2007.
Em 2003, ele fez bela campanha no comando do Payssandu na Libertadores da América. A campanha foi tão exuberante, que a equipe paraense venceu o Boca Juniors, em pleno estádio da La Bombonera, por 1 a 0, gol de Iarley. No jogo de volta, perdeu e foi desclassificado da competição sul-americana. Deixou a marca de um feiro histórico.
Em novembro de 2011, Darío assumiu o comando técnico do Arapongas Esporte Clube, do Paraná, mesma equipe que revelou o atacante Borges, que brilhou nos times do São Paulo, Grêmio e Santos. E, atualmente faz parte da chapa de Kalil Rocha Abdalla para devolver o São Paulo Tricampeão Mundial aos trilhos da soberania conhecida.
(Crédito: gazetapress)
Curiosidade
Em 1981 e 1982 circulavam rumores de que CBF tentaria naturalizar Dario Pereyra. A seleção brasileira, com Oscar e Dario Pereyra, fatalmente não tomaria os três gols da Itália em 1982.
Peixoto
Em 19 de outubro de 1956, em Sauce no Uruguai, nasceu um dos melhores zagueiros da história do futebol. O pequeno Darío começou a jogar futebol no time amador do Sportivo Oriental e em seguida passou pelo Artigas de Sauce até ser descoberto em 1970, quando foi levado para o Dente de Leite do Nacional. Conhecido pela união de técnica e raça, característica dos jogadores uruguaios, Alfonso Darío Pereyra começou sua carreira, na época, como meia. Classe e tranqüilidade caracterizavam bem o seu jeito de jogar futebol.
Em 1973, seu futebol já era comparado a craques como Monteiro Castilho e Pedro Rocha, o que resultou em seu aproveitamento na equipe principal do Nacional a partir de 1974, quando passou a morar no próprio clube que o revelou.
A intimidade com a bola é facilmente explicada. Sempre atuando como meia esquerda ou ainda volante, Darío chegou rapidamente à “celeste olímpica”. Com 19 anos, já era capitão no Nacional e da Seleção Uruguaia. Em abril de 1976, Darío Pereyra era uma das estrelas do selecionado uruguaio que esteve no Maracanã para a disputa da Copa do Atlântico. O São Paulo já tentava sua contratação, no entanto havia uma lei que proibia a saída de atletas uruguaios antes de 21 anos completados. Darío nessa época tinha apenas 20.
(Crédito: site do Milton Neves)
Naquele tempo, o futebol uruguaio vivia uma grave crise financeira. Assim, finalmente, em 16 de outubro de 1977, o craque uruguaio desembarcou em Congonhas, recepcionado por ávidos torcedores Tricolores, deixando de lado as também insistentes investidas do Real Madrid. Dario chegou com fama de craque e com a responsabilidade de manter o legado de sucesso deixado por jogadores estrangeiros como Sastre, Pedro Rocha e Forlan.
(Crédito: revista Placar)
Existiam dúvidas quanto aos valores envolvidos e divulgados na contratação (300 mil US$ ou ainda 170 mil US$, conforme publicado na época pela revista Placar). Entretanto, Don Darío custou Cr$ 5,5 milhões aos cofres Tricolores, depois de uma longa novela entre o clube paulista e o jogador uruguaio. Foi a segunda contratação mais cara da época no futebol brasileiro, perdendo apenas para Palhinha que custara Cr$ 7 milhões.
(Crédito: revista Placar)
Sua estréia com a camisa tricolor aconteceu somente em 11 de dezembro de 1977, quando entrou na segunda etapa da partida contra o Internacional. Dario sentiu a pressão. Coloram muito peso sobre o garoto. Darío sentiu-se intimidado pela grandiosidade da torcida, pela distância na família e as dificuldades com o português. Mesmo na conquista nacional de 1977 não rendeu o que era esperado. Em um jogo emocionante contra o Atlético Mineiro, um time fantástico formado por Valdir Perez, Getúlio, Tecão, Bezerra e Antenor; Chicão, Teodoro, Darío Pereyra e Viana; Mirandinha e Zé Sérgio conseguiram um feito notável, faturar a taça em pleno Mineirão, contra um time que não havia sido derrotado em todo o campeonato.
Pouco depois, começou o seu martírio de contusões. Atacado por uma distensão, que se tornou uma companheira inseparável, superando qualquer tipo de tratamento existente na época,
Darío vivia no Departamento médico do clube. O camisa dez também não se adaptava ao estilo de jogo praticado e nem aos esquemas adotados. Mesmo assim, seu nome era sempre certo nas convocações da celeste que disputava as eliminatórias da Copa de 1978. Darío também disputou a copa de 1978 pelo Uruguai.
(Crédito: revista Placar)
O São Paulo passou a amargar derrotas entre 1978 e 1979, a coisa não ia nada bem. Um 1980 a promessa era a de um novo São Paulo, remodelado, que iria entrar para a história. Na época, em um clássico empatado contra o Corinthians, sem um quarto zagueiro no banco de reservas para substituir Gassem, que estava contundido, o técnico Carlos Alberto Silva escalou Darío na posição, deixando todos apreensivos. Foi a partir de 13 de julho de 1980 que Darío mostrou seu futebol. Nesse ano ele foi considerado o melhor jogador do campeonato paulista atuando como quarto zagueiro. A experiência deu certo e Darío foi decisivo para a conquista do bi-campeonato paulista de 1980/1981.
(Crédito: revista Placar)
Nesse mesmo ano, em um golpe de mestre, o tricolor contratou o zagueiro da Seleção Brasileira Oscar para atuar ao lado de Darío. Então, formou-se a maior dupla defensiva da história do futebol brasileiro. Foi um entrosamento perfeito e Darío evoluiu. Ambos saíam da área para fazer gols, e Darío, com habilidade de meia, tinha um chute poderoso e preciso. Defendendo, era impecável nas divididas e nas antecipações, não perdia uma bola. Ganhava pelo alto e por baixo! Don Darío Pereyra pode ser comparado ao grande Roberto Dias, cujo comentário é dispensável. Ao longo de seus onze anos no Morumbi, formou ao lado de Oscar Bernardi uma dupla de zaga que até hoje é lembrada como uma das melhores na história do Clube, quiçá da história do futebol.
(Crédito: revista Placar)
Ainda em 1981, Dario ganhou a Bola de Prata da Revista Placar e sempre que alguém perguntava ao técnico Carlos Alberto Silva o que ele achava de colocar Darío novamente no meio-campo, a resposta do técnico era a mesma: “Eu por acaso sou louco?”.
(Crédito: revista Placar)
Campeão paulista de 1985 e campeão brasileiro de 1986, Darío vestiu a camisa da seleção uruguaia durante a disputa da Copa do Mundo de 1986 pela segunda vez em Copas do Mundo.
SPFC 1986: Gilmar; Fonseca, Wagner Basílio, Darío Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas e Pita; Müller, Careca (capitão) e Sídnei. Técnico: Pepe. (Crédito: saopaulofc.net)
Novamente campeão paulista de 1987, Darío permaneceu no São Paulo até o final da campanha no campeonato paulista de 1988, quando foi negociado com o Flamengo. Ao todo, o craque realizou 451 partidas com a camisa são-paulina, obtendo 222 vitórias, 127 empates e 102 derrotas, anotando 38 gols em suas investidas ao ataque. Conquistou quatro Paulistas e dois Brasileiros. Fonte: Almanaque do São Paulo, de Alexandre da Costa.
(Crédito: gazetapress)
A partir daí, defendeu as camisas de Flamengo em 1988, com rápida passagem, e do Palmeiras em 1989 onde ficou pouco tempo por problemas de relacionamento com o técnico Leão. Já em fim de carreira, jogou no futebol japonês, sagrando-se campeão da Copa do Imperador em 1990. Como jogador, é conhecido como um dos zagueiros mais técnicos que já passaram pelo futebol nacional.
Darío tornou-se técnico de futebol. Iniciou o trabalho no Maior do Mundo, comandando as divisões de base, e depois liderando a equipe profissional em 1997 sucedendo Muricy Ramalho. Foi vice-campeão paulista com o Tricolor.
Em 1998 deixou o São Paulo e dirigiu o Coritiba. No ano seguinte, em 1999, obteve sua maior conquista como técnico: campeão mineiro pelo Atlético. Darío dirigiu ainda o Guarani (2000), o Corinthians (2001), o Paysandu (em 2002 e 2003) e Grêmio (2003). Após algum tempo sem trabalhar em clubes de futebol, Darío Pereyra aceitou o convite para trabalhar de dirigente do Avaí (SC), em 2007.
Em 2003, ele fez bela campanha no comando do Payssandu na Libertadores da América. A campanha foi tão exuberante, que a equipe paraense venceu o Boca Juniors, em pleno estádio da La Bombonera, por 1 a 0, gol de Iarley. No jogo de volta, perdeu e foi desclassificado da competição sul-americana. Deixou a marca de um feiro histórico.
Em novembro de 2011, Darío assumiu o comando técnico do Arapongas Esporte Clube, do Paraná, mesma equipe que revelou o atacante Borges, que brilhou nos times do São Paulo, Grêmio e Santos. E, atualmente faz parte da chapa de Kalil Rocha Abdalla para devolver o São Paulo Tricampeão Mundial aos trilhos da soberania conhecida.
(Crédito: gazetapress)
Curiosidade
Em 1981 e 1982 circulavam rumores de que CBF tentaria naturalizar Dario Pereyra. A seleção brasileira, com Oscar e Dario Pereyra, fatalmente não tomaria os três gols da Itália em 1982.
Peixoto
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