O São Paulo não pretende raspar os cofres para reforçar o time na janela de transferências que se abrirá no dia 18 de julho. Nem mesmo após a série de lesões que está desfalcando o time de Rogério Ceni de atletas importantes.
O plano continua o mesmo: buscar novos jogadores em negócios que envolvam pouco ou nenhum dinheiro por direitos econômicos, como o que está prestes a ser concluído por Marcos Guilherme, livre após rescindir com o Internacional – ele defendeu o Santos recentemente.
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São três as posições que têm demandado trabalho da comissão técnica e diretoria nessa procura por reforços: um zagueiro, um volante e um atacante que possa atuar em duas funções, pelo lado e, eventualmente, como centroavante – essa última, além da chegada de Marcos Guilherme.
Nada aconteceu nos últimos meses que permitisse à diretoria fazer investimento mais alto na próxima janela. O clube continua em grave dificuldade financeira e ainda há uma dívida com o elenco, de salários atrasados, sob a promessa de que esse acerto seria prioridade, acima dos reforços.
O débito com os jogadores diminuiu com pagamentos feitos em maio e junho e tem outro previsto agora para o próximo mês. A diretoria diz para alguns jogadores que já não há mais nada a pagar, restando outros que estão há mais tempo no elenco e com valores mais altos nessa conta.
Mesmo que o clube faça a venda de algum atleta, como admite ser necessário, o dinheiro não será revertido em reforços. É preciso cumprir a meta orçamentária (R$ 142 milhões em vendas de direitos) e, o que entrar, será usado em sua maior parte para acertar as contas combalidas do São Paulo.
Não há, porém, propostas na mesa do presidente Julio Casares. Há sondagens e a perspectiva de que elas se tornem ofertas, principalmente por jogadores como Welington, Rodrigo Nestor e Igor Gomes, por quem o clube diz não aceitar menos de 10 milhões de euros (R$ 55 milhões) cada.
Além disso, há a expectativa de que Antony seja negociado pelo Ajax – o São Paulo tem direito a 20% dos lucros do clube holandês numa transferência, uma cláusula que pode render até R$ 50 milhões em estimativas mais otimistas.
O cenário, então, é o de caçar jogadores de baixo custo.
Marcos Guilherme preenche o requisito de jogador de ataque que atua pelo lado do campo, mas o São Paulo ainda acredita ser necessário outro reforço para o setor, alguém que também jogue como centroavante quando necessário.
A zaga é prioridade: a lesão de Arboleda diminuiu as já poucas opções de Ceni, que tem Diego Costa, Léo e Miranda, além dos jovens Beraldo e Luizão, de pouquíssimos jogos no time principal.
No meio de campo, busca-se um primeiro volante, pois a diretoria vê o elenco, com Gabriel Neves e Pablo Maia, desfalcado após a lesão de Luan.
O departamento médico está lotado: Gabriel Sara, que fez cirurgia no tornozelo, volta no segundo semestre; Arboleda, Caio (que também operaram o tornozelo) e Luan (cirurgia na coxa), retornam em 2023. Alisson, Colorado, Nikão e Talles Costa se recuperam de lesões menos graves.
A previsão é de que Colorado, Nikão e Talles Costa estejam todos em transição, quando revezam tratamento médico com atividades leves em campo, nesta semana, podendo ser liberados, dependendo da evolução de cada um, até a metade de julho.
Outra opção admitida pela diretoria é a de contratar jogadores por empréstimo em modelo semelhante ao que trouxe Colorado, por exemplo, ao Morumbi.
Por ele, o São Paulo pagou US$ 120 mil (R$ 625 mil) por um ano de contrato. Se quiser contratá-lo em definitivo, precisará pagar US$ 1,6 milhão (R$ 8,3 milhões).
São valores que cabem no orçamento e um investimento que não incomodaria, na visão dos dirigentes, os atletas que ainda têm dinheiro a receber do clube.
Recentemente, o clube sondou o meia Claudinho, do Zenit. O interesse se deu pela possibilidade de contratá-lo sem custos, respaldado pela decisão da Fifa que permite a estrangeiros atuando na Rússia suspenderem seus contratos até junho de 2023 por causa da guerra com a Ucrânia.
Ouviu, porém, que o jogador prioriza permanecer na Europa e que já tem a Roma, da Itália, e o Olympique de Marselha, da França, como opções caso se transfira.
Com o elenco desfalcado, o técnico Rogério Ceni disse em entrevista coletiva no domingo, após o jogo contra o Juventude, que sua missão é manter o São Paulo vivo nas competições que disputa até a abertura da janela, quando espera por reforços.
– Vamos tentar levar o São Paulo ao máximo, chegar vivo no dia 18 em todas as competições. Vamos tentar sobreviver, este é o grande desafio. Se não sobreviver, não adianta ter um elenco de 35 se você jogar apenas um campeonato. Temos que nos preparar antes, se não vira improviso – disse ele.
Oitavo colocado no Brasileiro, o São Paulo inicia nesta semana, no Chile, contra a Universidad Católica, a disputa das oitavas de final da Copa Sul-Americana. No dia 14 de julho, enfrenta o Palmeiras, no Allianz Parque, no jogo de volta das oitavas da Copa do Brasil – na ida, no Morumbi, venceu por 1 a 0.
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