Como qualquer técnico, Paulo César Carpegiani cometeu erros e acertos no comando do São Paulo. O maior acerto, tem produzido a renovação que Juvenal Juvêncio tanto queria. No início do Brasileirão, as cinco vitórias consecutivas foram conquistadas com sete pratas-da-casa entre os titulares. Ponto para ele.
A demissão é injusta, porque acontece após três derrotas no período de maior número de desfalques da equipe. Sem Lucas, sem Casemiro, sem Dagoberto contra o Botafogo, ao todo sem cinco jogadores em seleções nacionais, havia pouco a fazer.
Antes deste período, houve mais motivo para a demissão. Mas ela não aconteceu. Demitir agora é injustiça.
Atrás, nas finais do Paulistão e da Copa do Brasil, o diagnóstico no Centro de Treinamento era de que Carpegiani se transforma, fica instável, inseguro e ansioso quando as finais de campeonatos se aproximam. Isso ficou evidente numa tentativa de substituição contra o Avaí, na partida da eliminação da Copa do Brasil.
Carpegiani chamou Wellington, lhe deu as intruções enquanto todos os demais jogadores deixavam o aquecimento aquela seria a terceira cimento.
Carpegiani desistiu daquela alteraçõ.
A derrota e a crise com Rivaldo provocaram o anúncio equivocado por parte da imprensa de que Carpegiani seria demitido ali. Não seria. O anúncio precoce também foi forçado pela entrevista de Juvenal Juvêncio, no aeroporto, dando conta de que poderia contratar outro treinador, "se decidisse demitir Carpegiani." A decisão não foi tomada.
Marcou-se uma reunião para a segunda-feira seguinte. Chegou-se a essa reunião com a determinação de que o comando só seria a "instituição." Como não fez isso, foi mantido.
A ideia de que é inseguro e ansioso na hora das decisões ficou pairando sobre o Centro de Treinamento. Importa pouco. Demitir depois de três derrotas, no momento de maior número de desfalques é covardia.
Carpegiani não é Telê Santana, mas lembre-se que, em março de 1992, a direção ameaçou demitir o técnico bicampeão mundial, por causa de uma sequência de cinco derrotas consecutivas. Telê ficou. Sete meses depois, era campeão mundial vencendo o Barcelona em Tóquio.