De bem com a vida e com o cabelo, Cortez festeja adaptação no Tricolor

Elogiado por comissão técnica, companheiros de time e torcedores, lateral caiu como uma luva no São Paulo e já faz planos de voltar à Seleção

Fonte Globo Esporte
Dos sete reforços contratados pelo São Paulo para a temporada 2012, é inegável que, até agora, quem melhor se comporta é o lateral-esquerdo Cortez. Eleito o melhor jogador de sua posição no último Campeonato Brasileiro, ele fez o Tricolor desembolsar R$ 6 milhões para tirá-lo do Botafogo. Até agora, o investimento tem valido a pena.
Neste início de Paulistão, o defensor tem agradado muito ao técnico Leão, dirigentes e torcedores. Na vitória sobre a Ponte Preta, domingo, Cortez fez sua principal partida, inclusive participando ativamente de um dos gols da vitória por 3 a 1.
O bom momento em São Paulo faz o carioca sorrir. Boa praça, de fácil conversa, Cortez recebeu a reportagem do GLOBOESPORTE. COM para falar sobre sua adaptação à capital paulista. A falta da praia e a distância dos amigos são obstáculos que, aos poucos, ele vai enfrentando. Apesar de querer dar um passo de cada vez, ele deixa claro que sonha com uma volta a Seleção Brasileira de Mano Menezes. Aos 25 anos, o jogador também lembrou das dificuldades do início da carreira e da perda dos pais, que morreram quando ele ainda era criança.
Entre uma volta e outra pelo condomínio onde mora, no bairro da Pompeia, Zona Oeste de São Paulo, houve tempo para dar autógrafos e tirar fotos com vizinhos, inclusive torcedores de outros times. Cortez está de bem com a vida. E sempre com sua marca registrada: sua vasta cabeleira, que diariamente é mantida de maneira impecável pela mulher, Juliana.
GLOBOESPORTE.COM – A adaptação tem sido mais fácil do que você esperava?
Cortez – Sem dúvida, está sendo a melhor possível. Fui muito bem recebido pelo grupo, diretoria e comissão técnica. A presença do João Filipe (zagueiro), que era meu companheiro no Botafogo, ajuda demais. O grupo é bom demais, todos são muito unidos. O Lucas apronta demais, assim como o Wellington. E esse momento está se refletindo dentro de campo.
Você concorda que, por enquanto, é o reforço com melhor rendimento?
Não gosto de falar isso porque poderia estar faltando respeito com os meus companheiros. O que posso dizer é que, além de estar melhorando a minha forma física, ganho confiança a cada jogo que passa. É importante mostrar ao torcedor que vim para cá para ser vencedor.
Gostaria que você falasse sobre sua história no futebol, porque impressiona a rapidez com que você cresceu nos últimos anos.
Eu comecei com nove anos em uma escolinha que selecionava garotos para treinar na equipe infantil do Vasco. Nesse ano, no entanto, minha mãe, Raquel, morreu e eu resolvi parar, desanimei mesmo. Fiquei uns seis meses longe do futebol. Foi difícil demais. Meu pai já havia morrido e éramos eu e ela só. A minha sorte foi que um casal vizinho me pegou para me criar. Sem eles, o José e a Ana Margarida, eu não teria chegado onde cheguei. É até engraçado porque eles são loiros e eu era o único pretinho da família. Quando voltei ao futebol, passei pelo Bangu, pela escola do Arturzinho (meia que jogou na década de 80) e pelo Quissadã, time que hoje está na segunda divisão do Rio. De lá, fui para o Nova Iguaçu, onde fiquei cinco meses e já fui contratado pelo Botafogo. Um ano depois, estou no São Paulo, com contrato de cinco anos.

Como você assimilou a mudança de realidade tão rapidamente?
Não foi fácil, mas como eu sempre frequentei a igreja desde pequeno, sempre fui um cara disciplinado. Mesmo crescendo no futebol, continuava trabalhando com seriedade. Do treino para casa e de casa para o treino. Não saía à noite. Até hoje sou assim. O máximo que faço é ir ao shopping para comer e dar uma passeada. Fora isso, vou na casa do João Filipe e reunimos nossas famílias.
Como você se vira em São Paulo sem a praia?
É difícil, mas a gente acaba compensando com a piscina mesmo. Também nunca fui um cara de viver na praia. Sempre fui muito de igreja.
E os amigos que ficaram no Rio?
Fazem falta, mas estamos sempre nos falando. Eu posso dizer sem vergonha nenhuma que tenho amigos de verdade. Estamos juntos desde moleque até hoje. Onde eu morava (Campo Grande, zona Oeste do Rio), era normal ver um ou outro conhecido fazer besteira e ser preso por roubar algo. Mas eu nunca convivi com amigo que mexesse com drogas. Somos muito unidos até hoje, são meus parceiros.
É impossível olhar para você e não reparar no seu cabelo.
Eu sei, já estou acostumado. Eu tinha cabelo baixo, passava máquina dois. Até que, um dia, meu primo Ademar sugeriu de deixar o cabelo crescer e acabou ficando assim. No Nova Iguaçu, um dia tentaram cortar, mas o presidente não deixou. Não é fácil ficar assim. Dá trabalho (risos). Minha mulher, Juliana, fica quase uma hora todos os dias para desembaraçar os fios, já que, após o banho, formam os "dreads". Mas é bom para ela, que também faz um exercício (risos).
Mas ele não desmonta nem na chuva. Contra o Botafogo, na estreia do campeonato, caiu o mundo no Morumbi e o penteado ficou inteiro.
Você não sabe o que me zoaram nesse dia. Falavam no vestiário que a drenagem estava aprovada. Eu aceito de boa, sou um cara que gosta de brincar. Por onde ando, é impossível não ser notado. O torcedor chega, pede foto, autógrafo e eu atendo de boa. Esse carinho é muito importante para qualquer jogador.
Se o São Paulo for campeão, você topa cortar o cabelo para comemorar?
Nenhuma chance. Esse cabelo é a minha marca (risos). Pergunta lá para o Ronaldinho Gaúcho se ele corta o dele. Eu cuido todo o dia. Ele só não pode crescer (mais) porque atrapalha a corrida. Mas meu cabelo é à prova de tudo (risos).
Com pouquíssimo tempo de São Paulo, é possível já pensar em Seleção?
É claro que quero ser chamado novamente. No ano passado, foi muito importante para mim. Muita gente diz que eu caí de rendimento quando voltei da Seleção. Eu concordo, acho que tive uma oscilação, mas o time do Botafogo inteiro caiu. Agora minha cabeça está voltada apenas para o São Paulo. Se fizer um bom trabalho aqui, e ainda tenho muito a mostrar, acredito que possa ser chamado novamente.

Contra a Ponte, o camisa 6 teve sua melhor atuação pelo São Paulo (Foto: Gaspar Nóbrega / Vipcomm)
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