"Pode parecer estranho, mas é verdade. Se o dirigente do Shakhtar olha os valores pelo Montillo e compara com o Jadson, não vai negociar. Ele olha o currículo do Montillo e, se vale 16 milhões de euros, vai querer 40 milhões de euros pelo Jadson", falou Robalinho à rádio Globo.
"A negociação que estava evoluindo sofreu uma involução quando pipocaram as notícias sobre o Montillo. Passaram a olhar o Brasil como se fosse um país no qual estivesse sobrando dinheiro para todos os lados. Agora tenho que passar para um clube da Ucrânia que a realidade não é bem essa", continuou argumentando o empresário.
O Cruzeiro não aceita mais vender Montillo por 15 milhões de euros e, por isso, recusou oferta de 8 milhões de euros do Corinthians e outra do São Paulo de 10 milhões de euros, além da cessão de três atletas por empréstimo. O problema, segundo Robalinho, é que o mesmo Tricolor oferece bem menos do que 9 milhões de euros por Jadson.
"O Montillo jogou dois anos no Cruzeiro e não ganhou nenhum título de expressão [foi campeão mineiro em 2011]. E o Jadson já ganhou a Copa da Uefa com gol na final, três títulos ucranianos, duas Copas da Ucrânia, três Supercopas da Ucrânia, marcou o primeiro gol do estádio do Shakhtar, que é um dos mais modernos da Europa, e foi titular e fez o primeiro gol do Brasil na última competição que a Seleção disputou, a Copa América", comparou o empresário.
Montagem sobre fotos de Fernando Dantas/Gazeta Press e Rafael Ribeiro/CBF
Empresário alega que Montillo só ganhou Mineiro, e Jadson vale mais por ser rei na Ucrânia e atuar pelo Brasil
"Quando o Jadson deixou o Atlético-PR como revelação no Brasileiro de 2004, o Shakhtar não tinha nem estádio, e hoje tem até o centro de treinamento entre os melhores da Europa. Ele tem uma história muito grande no clube, por isso depositam uma gratidão muito grande a ele", prosseguiu.
É na negociação pessoal de Jadson e Robalinho com o Shakhtar que o São Paulo aposta para levar o atleta, com quem já tem um acerto verbal. Já ocorreu uma reunião da dupla com os dirigentes ucranianos nesta segunda-feira e outra está marcada para esta terça-feira, mas o empresário lista outro obstáculo para o meia voltar ao Brasil: o técnico do clube ucraniano, Mircea Lucescu, sofreu acidente de carro em que danificou quatro costelas na Romênia e, por isso, nem tem participado dos encontros.
"O Lucescu é a pessoa com maior poder de decisão no Shakhtar porque está aqui desde a reconstrução do clube, há mais de sete anos. Ele iria participar da reunião, mas sofreu o acidente e deu uma prejudicada nas nossas pretensões. Com a presença dele, seria mais fácil e rápido porque é um treinador que conhece bem o Jadson. Confiávamos muito no parecer dele", já lamentou Robalinho.
O empresário estendeu para quinta-feira o prazo estipulado para tentar concluir as negociações, até porque, no fim de semana, o Shakhtar realizará pré-temporada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e Jadson terá que viajar com o grupo caso não seja liberado. Mas Robalinho, mesmo citando tantos obstáculos, tenta mostrar otimismo.
"De todas as vezes em que chegaram propostas, essa é a mais provável, mas não sei dizer se vai dar certo.
E já aviso que será demorada a negociação", frisou. "Há dois anos, chegaram propostas milionárias de clubes top do mundo e o Jadson nem conversou. Agora, queremos conversar. O Jadson já posicionou a sua vontade de retornar ao Brasil, o que é importante. Mas não é do perfil dele forçar a barra."
