Enquanto o anfitrião ameaçado de rebaixamento não esmoreceu nenhum minuto sequer, nem quando dominava a partida nem quando recuou para garantir o precioso 1 a 0, o visitante pareceu levar tudo em um ritmo morno, sem sobressaltos, sem emoção, até.
E tão importante como eram para o Atlético os três pontos, também eram fundamentais para o São Paulo continuar sonhando com uma vaga na Libertadores de 2012 –agora, a julgar pelo futebol que não mostrou em Curitiba e pela diferença de pontos na classificação, apenas um milagre (ou mais uma surpresa neste imprevisível Brasileirão) parece capaz de fazer o time do Morumbi voltar à competição na próxima temporada.
Emerson Leão tentou manter o bom momento, a fagulha de sobrevida que a equipe conseguiu no último sábado ao ganhar do Avaí e quebrar uma série que já era de nove partidas de jejum. Ele repetiu o esquema que levou o São Paulo a fazer 2 a 0 naquele segundo tempo, deixou Dagoberto no banco e apostou em Fernandinho. E deixou de lado a sua preferência pelos três zagueiros.
Mas o que faltou ao São Paulo não foi um posicionamento tático nem era uma questão de nomes na escalação. Faltou vontade de ganhar, como muitas vezes pareceu faltar a esse elenco ao longo do campeonato.
Depois de levar um baile pelo lado esquerdo de sua defesa e de falhar no lance do gol de Guerrón, o São Paulo ficou mais uns 20 minutos atônito e só não levou outros gols porque Rogério Ceni não deixou.
Queimando Casemiro
Quando voltou a si, o time voltou também ao estado letárgico, marcado por trocas de bola de um lado para o outro do campo e quase sempre finalizado com um erro no momento de definir a jogada, de dar o passe para sair na cara do gol, de chutar sem dar chances para o goleiro.
Carlinhos Paraíba se machucou logo no começo da partida e, para não mexer no esquema em que tanto levava fé, Leão fez o simples: trocou um volante por outro e colocou Casemiro.
Essa foi uma decisão de que, aparentemente, o técnico são-paulino se arrependeu de ter tomado. Com Casemiro jogando no ritmo que ultimamente o tem caracterizado –tão ou mais lento que o São Paulo na Arena da Baixada– a opção de Leão foi substitui-lo e “queimá-lo” de vez com a torcida e até com olheiros europeus que supostamente estavam no estádio para vê-lo.
Leão tentou uma última cartada ao sacar o garoto. Entrou Rivaldo, e depois entrou também Marlos. O primeiro, para organizar a armação, o segundo para correr e fazer o ataque acordar.
Ambos foram bravos ao não se contagiar pelo que parecia um sono coletivo do time são-paulino, mas não conseguiram fazer os companheiros melhorarem.
Rivaldo ainda conseguiu colocar uma bola na cara do gol. Mas aí, era a hora certa para o pé errado. O destinatário do passe açucarado foi Jean. Logo ele, tão marcado por errar gols cara a cara. E ele errou mais um.
Pelo jeito, o negócio é pensar em 2012.