O técnico Emerson Leão não fala diretamente, mas ao comentar alguns pontos específicos do time, acaba sempre lamentando a falta de tempo para tornar o São Paulo a equipe ideal para o desafio do Brasileirão. A cinco rodadas do final, o treinador afirma que o objetivo é vencer todas e colocar fim ao jejum de nove jogos sem vitória, algo que classificou como decepção coletiva. “Depois penso no amanhã”, resume ele.
Com isso, espera ter pontos suficientes para levar a equipe para a Libertadores do ano que vem. Mesmo ao responder sobre possíveis jogadores que interessariam ao São Paulo com a saída de Dagoberto rumo ao Internacional, Leão demonstra certo pragmatismo em resolver os problemas mais imediatos e da maneira que for possível. “Estamos pensando em terminar o ano direito e eu acho que não está direito”, resumiu.
Mas mesmo pensando com algum imediatismo, o técnico acaba deixando escapar que a carência de tempo atrapalha uma possível evolução do time. Leão está à frente do São Paulo desde 24 de outubro e comandou a equipe em dois jogos, contra Vasco e Bahia. Ambos fora de casa, o embate contra o Avaí será a primeira atuando no Morumbi.
Questionado sobre se o período de seis meses seria suficiente para ter o time ideal, Leão não escondeu que há trabalho a fazer. “Não. Acho que demora muito menos. Agora, isso não quer dizer, com todos (os jogadores). Às vezes, o grande time é aquele que está quase pronto e nunca ficará pronto”, declarou. “Nosso time é assim. Ele é bom, mas não está pronto”, acrescentou o técnico são-paulino.
Caso a caso
Durante entrevista concedida depois do treino desta sexta-feira, Leão foi questionado especificamente sobre alguns jogadores e foi dando pistas. Um deles foi o atacante Luís Fabiano. Para o treinador, ele melhorou, mas precisaria de mais tempo para chegar ao ponto.
“Acho que teve uma evolução, não acho que esteja totalmente preparado. Inclusive hoje você sente um Fabiano com uma movimentação melhor, com giro de corpo, que para um centroavante é importantíssimo. Ele já tem. (Isso) só vem com o tempo e não teremos tempo suficiente para dar o que ele precisa para o próximo ano. Isso será adquirido na pré-temporada. Mas que ele melhorou, é inegável”, avaliou o comandante são-paulino.
Lucas também é outro que na análise de Leão precisaria de mais tempo para voltar ao seu melhor desempenho. “Deu uma curva normal, diria que é do descanso, que é um pouco viver os louros da vitória e agora está pegando de novo. Pena que está no final do ano. Mas que ele está pegando de novo... veja o último jogos, os treinos coletivos. Ele e o Jean por ali complicaram o treino”, disse o técnico.
Com relação a Jean, que improvisado na lateral direita substituirá Piris na partida contra o Avaí, Leão voltou a dizer que um período maior de trabalho faria muito bem ao atleta. Ele negou que o jogador esteja chateado e acrescentou estar satisfeito com relação ao trabalho dele. “Quando é necessário, a gente tem conversado. Às vezes, não precipito (esse diálogo) porque está no final do ano. Se fosse no começo do ano, já estaríamos num diálogo muito maior. Agora a preocupação é outra, o foco é outro, completamente outro”, explicou o técnico.
Se o torcedor se sentir desanimado com o prospecto difícil e se questionar sobre o que é necessário para o São Paulo voltar a ser competitivo, Leão fez uma comparação com o elenco de 2005 e falou o que considera fundamental para o time atual. “Aquela era uma equipe que tinha bons jogadores, mas estava meio fora de contexto. Então fica até mais fácil você recuperar. Com uma conversa, uma aproximação, eles passam a acreditar porque sabem. Hoje talvez exista uma desconfiança. Precisamos retirar essa desconfiança e torná-la confiança para eles poderem executar”. Resta saber se haverá tempo para isso.
Falta de tempo deve minar evolução do São Paulo na reta final
Fonte IG
11 de Novembro de 2011
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