"Não adianta juntar os olhos da Liz Taylor (Elizabeth Taylor, atriz conhecida pelos olhos azuis, falecida neste ano) com a sexualidade da Brigitte (Bardot, também atriz) porque vai ficar um monstro. É preciso ter equilíbrio", filosofou o comandante.
O técnico acredita que o São Paulo deve ter consciência de que apostar em excesso nas categorias de base será prejudicial para alcançar o equilíbrio desejado. Leão sabe que o clube precisará ir às compras e se desfazer de jogadores que não renderam, mas diz que não elabora listas de reforços ou dispensas.

"Não dá para trazer todos os jogadores da base e achar que vão dar conta do recado. Se nós conseguirmos retirar um atleta de elite por temporada está excelente, cobre todos os problemas da base. O trabalho é para que apareçam mais, não de elite. Coadjuvante também ganha Oscar, mas todos querem ser estrela. Muita estrela num filme só não fica legal", disse.
"Todos nós estamos cansados de empatar ou perder. Está na hora de definir o que queremos. São cinco partidas (até o fim do ano) e meu objetivo é vencê-las, depois eu penso no amanhã. Mas posso dizer que não tem lista aqui, não", acrescentou. "Com nosso diretor de futebol (Adalberto Baptista) nós comentamos sobre desejos. E o treinador tem desejo também, não é?", sorriu.
Apesar de não haver listas, já se sabe que o atacante Dagoberto e provavelmente o meia Rivaldo não vão permanecer. O zagueiro Rhodolfo, o volante Casemiro e o meia Lucas, cobiçados por europeus, têm chances de sair. Coadjuvantes não tão eficientes como Fernandinho e Marlos também podem ser negociados. Quem está próximo de fazer o caminho inverso é o zagueiro Paulo Miranda, do Bahia, que deve ser anunciado após o Brasileirão
Questionado sobre o tempo que demoraria para acertar o time, Leão não estipulou prazo, mas garantiu que precisará de muito menos que seis meses. Para isso, claro, será preciso continuar convencendo a diretoria - que por enquanto está satisfeita com ele - de que é o nome ideal para promover a reformulação necessária.
"Às vezes, o grande time é aquele que está quase pronto e nunca ficará pronto. É igual Aparecida do Norte, (a cidade) é maravilhosa e não está pronta. Nosso time é assim: é bom mas não está pronto", comparou. "Uma grande equipe prepara a base, revela jogadores e pinça a necessidade. Aí fica bonito".