Os jogadores do Bahia devem ter orgulho da vitória. Os do São Paulo, se forem profissionais de verdade, estão com vergonha.
A forma como o anfitrião virou o placar foi emocionante.
Não o fez por conta da capacidade técnica de seus jogadores.
Sobraram garra e personalidade aos atletas, exatamente as virtudes que faltam ao time do São Paulo.
Leão se perdeu com seus comandados quando o Bahia pressionou.
Errou nas alterações e contribuiu para sua equipe levar 4 gols.
Escalações
Bahia – Marcelo Lomba; Marcos, Titi, Paulo Miranda; Dodô, Fahel, Fabinho, Diones e Magno;Gabriel e Souza
São Paulo – Denis; João Filipe, Rhodolfo e Luiz Eduardo; Piris, Wellington, Carlinhos, Lucas e Cícero; Dagoberto e Luis Fabiano
Limitado Bahia
Joel Santana posicionou seu time no 4-3-1-2, tal faz quase sempre.
Os volantes Fahel, Fabinho, Diones entraram em campo com as seguintes missões; proteger a zaga, dar liberdade para os laterais apoiarem, e ainda ajudar de foram alternada (não todos de uma vez) na armação dos lances de gols.
Magno, o 1 de Joel, foi o principal responsável pela criação.
Jogou mal na etapa inicial.
Os latarais também não foram bem.
Marcos, na direita, não conseguiu fazer as jogadas de linha de fundo.
Dodô, na esquerda, apareceu muito no ataque, mas ele é fraco tecnicamente e simpificou a marcação são-paulina.
O mau desempenho do trio criativo minou a participação dos atacantes.
Gabriel, que joga pelos lados, pouco participou do confronto; e Souza, o centroavante, não recebeu a bola na área e decidiu sair do espaço omde atua melhor para tentar cooperar.
Aos 13, ele deu um bonito drible, cruzou, e Fahel, de cabeça, teve a única chance do Bahia antes do intervalo.
Cícero na ala?
Leão, tal qual Joel, não apresentou novidades táticas. Ao contrário: não relacionou Juan para o jogo, escalou Cícero e o colocou realmente na ala.
Apesar de o Bahia não criar grandes chances, Cícero ficou perdido na marcação.
Basta reparar que os zagueiros e volantes roubaram a maior parte das bolas lá.
Golaço de Wellington muda o São Paulo
O São Paulo começou o jogo a mesma incompetência do adversário na criação.
A diferença é que o time de Leão ficou mais tempo com a esférica.
O Bahia iniciou a marcação na linha que divide o gramado; facilitou a saída de bola são-paulina.
A partida tinha cara de 0×0 até Wellington, aos 21, marcar um golaço.
Deu lençol (alguns dizem que é chapéu em dois defensores) e sem deixar a dita cuja cair chutou cruzado, no canto direito.
Lucas, Wellington e Marcelo Lomba
Eis que, após o volante colocar o São Paulo em vantagem, o futebol de Lucas reapareceu.
Aos 32, ele realizou bonita jogada individual, deixou Fabinho no chão e Luís Fabiano de frente para Marcelo Lomba.
O goleiro fez grande defesa.
Aos 33 , Dagoberto, na entrada da área, livre, teve outra oportunidade de ampliar a vantagem de seu time.
Lomba evitou o gol novamente.
O sistema defensivo anfitrião, perdido, deixou Lucas com espaço e ele levou e melhor em diversos lances contra Fabinho e Fahel.
Wellington, o melhor em campo, também aproveitou e ajudou o ataque.
Os visitantes perderam a oportunidade de vencer por diferença maior na etapa inicial.
Souza, bem; João Filpe, péssimo
Joel mudou o Bahia. Trocou o sumido Gabriel por Junior no intuito de ganhar força na jogada aérea ofensiva.
A mudança deixou claro que o Bahia apostaria nos levantamentos de bola.
Mas o empate aconteceu doutra maneira antes do primeiro minuto completo.
Souza avançou com redonda, driblou João Filipe e finalizou bem, sem chance de defesa para Denis.
A marcação de João Filipe foi ridícula. Ele olhou o centroavante balançar a rede.
Vale lembrar que a única chance do Bahia antes dessa também aconteceu em lance individual de Souza contra o zagueiro.
São Paulo retoma vantagem
foto:site oficial
Lucas, logo após o empate, acertou lindo chute de fora da área e fez 2×1.
Aos 14, Cícero ampliou.
Garra, personalidade e o tudo ou nada funcionam contra o amarelão
O Bahia não tinha mais nada a perder. Precisava correr riscos.
Joel colocou Lulinha no lugar de Magno.
A torcida, revoltada, o chamou de burro. Queria 2 meias e não a mudança de atletas de posição igual.
Dagoberto ótima oportunidade para fazer o quarto gol e resolver o duelo. .
Aos 22, ainda sob protestos da fanática torcida, Joel substituiu Diones por Nicão.
No minuto seguinte, Lulinha diminuiu a vantagem.
E o São Paulo começou a tremer
Começou a errar sem parar até tomar a virada.
A equipe da casa, embalada pelo torcedor que passou a crer na reação, se aproveitou da falta de personalidade deste time são-paulino.
Leão inventa e erra
Aos 26, Leão tentou arrumar a defesa trocando João Filipe por Rodrigo Caio.
O zagueiro precisava sair, mas o treinador errou ao apostar no atleta inexperiente na hora em que o time estava perdido.
Denilson estava no banco.
Pior ainda foi ver o jovem posicionado tal qual zagueiro e Luiz Eduardo, bem até então na esquerda, deslocado para a direita do trio.
A alteração desorganizou o sistema defensivo do São Paulo.
Virada emocionante do Bahia!
O Bahia, preparado para levantar bolas na área, apostou no óbvio.
Aos 28, Fahel, de cabeça, igualou o placar e enlouqueceu o torcedor.
A virada, estava claro, era questão de tempo.
Aos 33 Rodrigo Caio se machucou.
Aos 34 Leão tirou o acomodado Dagoberto e botou Marlos, mais acomodado ainda. Queria dar vida ao contragolpe.
Aos 38 Nicão cruzou, Luiz Eduardo tentou desviar e marcou o gol-contra.
Tarde demais
Leão, apenas aos 41, trocou Rodrigo Caio por Denilson.
Era tarde demais.
O Bahia, diferentemente do rival, soube controlar o jogo, gastar tempo, trocar passes e não correr riscos.
O São Paulo não ameaçou mais o gol de Marcelo Lomba.
Justiça
Evandro Rogério Roman e seus auxiliares não interferiram no resultado.
O Tricolor de Aço, inferior tecnicamente ao São Paulo, foi mais guerreiro e mostrou personalidade para conseguir a empolgante virada
