"Às vezes você parece ser egoísta chutando demais, mas não é. Você se acostuma a fazer isso. Nem sempre aquele que chuta tem o objetivo principal de fazer o gol. Às vezes, pode servir o companheiro com um rebote. Por isso, quando um chuta, dois se movimentam buscando espaço", explicou Leão, que fez do São Paulo o time que mais chutava a gol naquele Brasileirão.
O treinador dirigiu o time por 19 rodadas na competição e conseguiu algumas proezas, como vencer o São Caetano por 4 a 2 nos 31 minutos finais da partida interrompida pela morte do zagueiro Serginho. A maior goleada do torneio também foi imposta pela equipe do Morumbi: 7 a 0 no Paysandu.
João Neto/Vipcomm

Emerson Leão insiste em trabalhos de finalização, mas São Paulo ainda não chuta tanto quanto em 2004
"(Finalizar) é uma necessidade, mas sem forçar. Você tem que dar condições para que isso aconteça. E aí eu entro como treinador, toda hora nós repetimos isso", ensina Leão. "Eles nunca chutaram tanto a gol, nunca treinaram tanto tendo o gol como objetivo como nesses últimos três ou quatro dias. Não que eu seja melhor que os outros, mas é minha filosofia".
Para instigar a ofensividade, a primeira medida adotada pelo técnico foi armar o time com três zagueiros, também a exemplo de 2004, liberando os alas e diminuindo a obrigação defensiva dos homens de frente. "Essa equipe tem peças (para render no 3-5-2 como há sete anos). Eu diria que não são tão treinadas como as daquele outro time, mas que poderão estar treinadas após uma repetição de treinamentos, o que não dá para ser esse ano", disse Leão, que tem contrato só até dezembro.
"Estamos introduzindo o esquema por uma necessidade. O time tem dois jogadores velozes no ataque (Lucas e Dagoberto), com dois alas também velozes (Piris e Juan). Não tem porque não usar os três zagueiros para auxiliar", concluiu.
Para o duelo deste sábado, contra o Bahia, em Salvador, um dos três zagueiros titulares não poderá estar em campo: Xandão, suspenso, dá lugar a Luiz Eduardo. Outra ausência é Juan, um dos laterais velozes do Tricolor, que ficou em São Paulo para "descansar", segundo o técnico, e abre espaço para a improvisação de Cícero. Já Rogério Ceni, único remanescente de 2004, está lesionado e será substituído por Denis.