O eterno ídolo corintiano Sócrates se diz insatisfeito com a atual gestão do Corinthians, mas, mesmo assim, defende a camisa do time quando questionado sobre a possibilidade de ter jogado no rival São Paulo. "Tem bambi suficiente em casa", afirma, lembrando que três de seus seis filhos são tricolores, além do irmão Raí.
As declarações, dadas em entrevista à Revista ESPN, abrangeram também o aspecto político do clube de Parque São Jorge. Nos últimos anos, a diretoria corintiana tem realizado homenagens aos ídolos do passado. Durante o período em que esteve internado, o time alvinegro jogou algumas partidas com a inscrição 'Dr. Sócrates' nas costas.
Mesmo estando sempre nas pautas de homenagens do time, Sócrates nunca aceita os convites. "Mas isso não é porque eu não gosto. É porque sou malquisto lá. A direção do Corinthians não gosta de mim. O que vou fazer na casa dos outros se eles não gostam de mim?", indaga.
Outro tema comentado foi a dependência do álcool, que recentemente ocasionou duas internações do ex-atleta. Depois de passar dez dias em coma, Sócrates perdeu 25 dos 110 quilos que tinha. Hoje vê o álcool como um grande vilão. "Nunca fui dependente, viciado eu fui. Sempre com uma cerveja, um copo de vinho, o álcool sempre me acompanhou. No fim só te derruba, não te dá nada de bom", reconhece.
Outro assunto que mereceu um pitaco foi a Copa do Mundo de 2014. Dentre a série de novos empreendimentos para o torneio, o craque acha um absurdo a construção de um novo estádio na capital paulista.
"Não precisa construir outro estádio em São Paulo. Os Estados Unidos não fizeram nenhum. A Alemanha fez um. Será um carnaval de um mês com uma bela conta para pagar depois. Que o Corinthians precisa de um estádio, é óbvio. Mas não precisa ser agora, nem com a gente pagando. Para que? Vai levar o que, além do estádio? É uma área para onde nunca se deu valor", completa.