"Faltava alguém que nos desse a oportunidade de ser alegre dentro de campo. Às vezes você está muito ligado e a alegria não aparece. O Leão chegou mostrando que dá para ter alegria e concentração", comentou Luiz Eduardo, zagueiro de 18 anos que sente a diferença do atual comandante em relação aos anteriores.
O garoto admite que Paulo César Carpegiani e Adilson Batista não conseguiam transmitir o mesmo sentimento que o ex-goleiro. "Os outros eram mais rígidos, assim como o Leão, mas ele também traz alegria", insistiu Luiz Eduardo. "Não é que o clima não estava bom, mas ele se adaptou aos jogadores de uma forma muito boa para nos dar felicidade."
Fernando Dantas/Gazeta Press

Leão agrada aos jogadores desde o aquecimento, usando bola: técnico linha-dura virou criador de felicidade
À frente de um grupo repleto de jovens vindos da base, Leão preferiu não chegar dando o "choque" que todos esperavam. No fim de semana, por exemplo, não tomou atitudes drásticas em relação a Cicero, que se disse injustiçado por ter sido cortado do banco contra o Vasco e alegou até que o técnico não o conhecia. Bastou o meia conversar para a crise nem nascer.
A fama de linha-dura de Leão tem aparecido em sua exigente conduta durante os treinamentos. Na prática de fundamentos ou coletivo, o comandante palpita sobre todo o detalhe do atleta, incluindo qualquer simples gesto. Um perfeccionismo que, dez dias depois de sua chegada, ainda agrada aos atletas. Mesmo em atividades que chegam a durar duas horas e com início sempre cedo, às 9 horas (de Brasília).
"O Leão pega forte para o time reagir. O perfil dele é estar sempre perto, corrigindo os erros. Todos gostam da bola rolando, mas é bom quando ele para e fala. E o treino começa e termina com alegria", falou Wellington. "Futebol é uma coisa simples. E o treino do Leão é simples.", completou o volante.
Por enquanto, o chefe está nas graças dos jogadores desde o primeiro exercício do dia. Sempre com bola, os atletas se aquecem, muitas vezes com alguma brincadeira como punições em polichinelos para manter o astral alto visando a atividade mais importante do dia. "É legal porque você entra ligado, concentrado no trabalho, e ao mesmo tempo se diverte", falou Luiz Eduardo.
O elenco só tem a comemorar, já que o sargentão ficou só na fama antes da chegada de Leão. "Ficamos meio assim para ver como ele era, não o conhecíamos pessoalmente, só pela mídia. Chegou como se fosse bravo, nervoso, mas mostrou que é bem diferente disso", apontou Luiz Eduardo.