"O grupo conduz o próprio treinamento. O mais importante é terminar o treino com alegria. E é o que sentimos", apontou o treinador, que fazia os próprios atletas contarem as dez vezes que um companheiro deveria pular mexendo braços e pernas simultaneamente como castigo a um equívoco.
Os trabalhos no CCT da Barra Funda começaram cedo, como gosta Leão, às 9 horas (de Brasília). O primeiro passo foi uma conversa de cerca de 30 minutos do chefe com o elenco no gramado. Depois disso, somente exercícios com bola, primeiramente em atividade técnica com troca de passes e domínio em embaixadinhas.
Mais tarde, o treinador comandou prática de finalizações e cruzamentos, mesmo sem Juan, Rogério Ceni e Luis Fabiano, poupados. O grupo dos que atacavam, com dois, três ou quatro jogadores, tinham três oportunidades de fazer gol. Se não marcassem nenhum, eram obrigados a "pagar" polichinelos. "Os mais inteligentes vão pagar menos", divertiu-se Leão após o treino.
É dessa maneira que ele pretende mudar o astral de um elenco que chegou às suas mãos com fama de falta de comprometimento. "Exigir e relaxar é muito bom, eles treinam sem perceber a hora passar. E executam fundamentos, têm o auxilio físico e fazem o que adoram: ficam com a bola em todos os momentos.

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A seis jogos do final da temporada, a preocupação de Leão é ter menos musculação e mais atividades que motivem o grupo, trabalhando com bola. "Busco a essência do futebol: domínio e fundamento para realização melhor na finalização", explicou o treinador, que, apesar da tentativa de gerar alegria, segue seu estilo exigente.
Durante a atividade, Emerson Leão se incumbiu de treinar os atacantes, enquanto os defensores ficaram sob o comando de seu sobrinho e auxiliar Fernando Leão. O técnico, contudo, mostrou ser muito mais exigente, dando gritos e orientações a cada toque na bola.
"Cobro mais e vou ensaiando detalhes. Às vezes, um detalhe que o jogador de qualquer idade traz desde a infância pode ser corrigido em uma palavra e na demonstração de posicionamento. Repetição com técnica dá confiança melhor para ele bater na bola como não batia", argumentou Leão, já com um alerta aos seus jogadores.
"Como o coletivo é amanhã [quarta-feira], a carga positivo da semana foi hoje [terça-feira]. Mas amanhã, quando realizarem um chute a gol, terão que pensar no treino de hoje. Se não, tenham absoluta certeza de que vou chegar na orelha deles para falar", avisou, com um sorriso bem mais ameaçador.