Conheço Émerson Leão há muito tempo. Mais exatamente desde que chegou ao Palmeiras, ainda muito jovem, para tentar a vida de goleiro, vindo do Comercial de Ribeirão Preto.
Sempre teve personalidade forte, sempre foi genioso. Mas também competente. Sua estreia oficial como goleiro palmeirense (antes, tinha jogado meio tempo contra o Guarani, pois o titular, Chicão, se machucara) foi contra o Santos, na Vila Belmiro. O Santos de Pelé. Leão pegou tudo. E o Palmeiras venceu, 1 a 0, gol de Copeu.

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Como goleiro, foi um dos melhores que vi em ação. Participou de quatro Copas do Mundo- duas como titular, duas como reserva. E como treinador, embora também tivesse seus altos e baixos e colecionasse vários desafetos (pessoalmente, jamais tive problema com ele), seria injusto dizer que passou pela carreira sem alcançar proezas marcantes: por exemplo, ter sido campeão brasileiro pelo Santos, em 2002, com um time de garotos lançados até por necessidade- Diego, Robinho, Elano, etc- e que no que deu, inclusive nas célebres pedaladas de Robinho sobre Rogério na decisiva partida contra o Corinthians.
Houve outros títulos, é claro, como aquele polêmico pelo Sport, em 1987, e por esse tricolor que agora volta a dirigir sob um contrato de risco, de três meses apenas, foi campeão paulista, em 2005 com duas rodadas de antecedência. E com a equipe tricolor exibindo um belo futebol.
Ora, se conseguiu naquela época, por que não teria chance de repetir o feito agora? O São Paulo tem um elenco muito bom e do meio-campo para a frente, pelo menos no papel, não vejo nenhum outro superior a ele. Como Leão é incapaz de admitir acomodação e vibra o tempo inteiro, não me surpreenderia, nem um pouquinho, se esse contrato de três meses seja revalidado por mais um bom tempo.
É claro, no entanto, como dizia até o Seu Manoel de verduras e frutas- que não é muito chegado a teorias ou histórias-, “futebol é resultado”. E desta verdade nada escapa. Nem mesmo futuro de Leão no tricolor.

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