Mas não é isso que acontece com Luis Fabiano, que nunca ganhou nada de relevante pelo São Paulo, deixou o time na metade de 2004 sendo chamado de "pipoqueiro" pela torcida e que agora retorna com status de ídolo, com direito a apresentação de gala para mais de 45 mil pessoas no estádio do Morumbi.
O único título do atacante no clube paulista foi o Torneio Rio-São Paulo de 2001, quando viu Kaká ser protagonista na final contra o Botafogo. Até sua saída, três anos mais tarde, Luis Fabiano cansou de marcar gols – atualmente é 12º artilheiro da história, com 118 gols, com Serginho Chulapa liderando com 242 –, mas não levantou nenhuma outra taça pelo clube.
O próprio Luis Fabiano se considera um ídolo e sabe explicar o motivo de todo esse carinho da torcida tricolor por ele. “É porque sou guerreiro, batalhei muito pela equipe. Para ganhar títulos precisa de algo mais, o que faltou na minha primeira passagem, mas o torcedor reconhece quem entra em campo para dar o máximo”, disse o atacante quando chegou, em março.
O mais próximo que Luis Fabiano chegou de uma conquista de peso pelo São Paulo foi em 2003, quando o time caiu na semifinal da Copa Sul-Americana diante do River Plate, e no ano seguinte, na eliminação da Copa Libertadores, também na semifinal, contra o Once Caldas.
Um fato que definitivamente pode ter transformado Luis Fabiano em um ídolo aconteceu justamente contra o River Plate. Depois de vencer por 2 a 0 em casa, a partida semifinal foi para os pênaltis. Antes das cobranças, porém, os jogadores dos dois times se envolveram em uma briga generalizada no gramado e a cena do camisa 9 acertando uma voadora no rival argentino é emblemática.

Foto: Arquivo iG
Luis Fabiano acerta voadora nas costas de um jogador do River Plate, em 2003
Expulso, Luis Fabiano não pôde ajudar o São Paulo nas penalidades. A equipe perdeu por 4 a 2 na disputa, não se classificou à final, mas o atacante admitiu que estava mais preocupado em vencer a outra batalha fora do âmbito esportivo. “Entre brigar e bater o pênalti, eu prefiro ajudar na briga”, disse o centroavante na ocasião.
Mesmo sem títulos, o técnico Adilson Batista considera Luis Fabiano um ídolo são-paulino, muito em função do que apresenta em campo. “Eu acho que pela qualidade dele. É um jogador de seleção, atleta interessante, artilheiro, guerreiro. Eu já acompanho Luis desde o início na Ponte, então é um atleta que a gente sempre admirou e hoje tenho o prazer de trabalhar junto”, avaliou o comandante.
Agora mais maduro, Luis Fabiano deixou um pouco de lado a fama de briguento e indisciplinado, ganhou títulos importantes pelo Sevilla, como a Copa da Uefa, Copa do Rei, outros pela seleção brasileira, como a Copa América de 2004 e a Copa das Confederações de 2009, e agora tenta vencer pelo São Paulo. Tempo para isso ele tem, já que seu contrato com o time paulista vai até 2015.
"Chego para continuar a minha história e ganhar o que faltou aqui no São Paulo. Venho para ganhar títulos. Quero chegar a ser o quinto artilheiro da história, mas meu objetivo é conquistar títulos. Tenho quatro anos, sei que se não for bem no primeiro, vai haver pressão", concluiu Luis Fabiano depois de ser apresentado.