Hoje ele deve iniciar no banco de reservas, já que Piris está de volta ao time. Mas o camisa 18 esteve no jogo mil de Rogério Ceni e foi muito bem avaliado.
Enquanto jogar no São Paulo era só um sonho de criança, Rodrigo Caio usava seu time como referência para tudo, inclusive como tema de festas de aniversário. "Eu era fanático, tudo era do São Paulo. Meu pai me incentivou muito. Nas festas de aniversário, tudo era do São Paulo", contou o jogador. "Por isso quando olho para a torcida lá do gramado eu nem acredito. É muita emoção", completou ele, que tem como meta se firmar na equipe e se fazer conhecido para a torcida.
Hoje, com 18 anos, ele mora no CT da Barra Funda, já que sua família é de Dracena, interior de São Paulo. Além de treinar duro, ele joga sinuca, usa internet e abusa da sobremesa de morango com leite condensado, sua preferida. "Eu me sinto em casa aqui. Quando tenho tempo vou ao shopping, ao cinema, fico na internet e no fim de semana vou para a casa da minha namorada Thalita", contou ele, que adora sertanejo, mas não arrisca tocar nem cantar. "Música só para curtir mesmo", brincou, tímido.
Isso tudo não é novidade em sua rotina. Rodrigo saiu de casa aos 13 pra treinar em Cotia. De toda essa dedicação ao São Paulo, o atleta só sente falta dos amigos de infância. "Eu vou pouco para a minha cidade e é difícil manter os amigos. Tenho saudade de jogar bola na rua, soltar pipa. Sempre fui de ter muitas amizades", revelou.
Rodrigo é acinonado no São Paulo principalmente como volante, mas é na posição de zagueiro que ele se sente mais confortável. "Eu sempre joguei na zaga e eu vou muito bem. Ser volante é uma coisa nova para mim, mas acho que me dar bem nas duas posições é uma carta na manga", avaliou.
Lesão
Rodrigo Caio passou por um momento difícil em 2009, quando quebrou a rótula do joelho direito e precisou de 10 meses para se recuperar. "Devo muito ao Bebeto de Oliveira, na época preparador físico de Cotia, que conversava muto comigo e me ajudou a colocar a cabeça no lugar. Foi um período muito difícil", contou.
Passado o momento ruim, Rodrigo prefere comemorar o início da realização de um sonho também de seu pai, Celso. Para o jogador, foi impagável a reação do Sr. Celso quando soube que seu filho seria titular no jogo mil de Rogério Ceni, com mais de 60 mil pessoas no Morumbi. "Eu soube pouco antes que ia jogar, quando falei ao meu pai ele ficava repetindo ?não acredito, não acredito?. deu-me um abraço. Você precisava ver a cara dele e da minha mãe", emocionou-se.
DIÁRIO_ Você tem contrato até 2016 com o São Paulo. O que espera conquistar até lá?
RODRIGO CAIO_ Todo jogador quer títulos, mas eu pretendo fazer história aqui, ajudar o time e ser conhecido pela torcida. Claro que sonho com seleção e em jogar na Europa, mas penso só no São Paulo agora.
Por ser são-paulino desde pequeno, acha mais fácil conquistar a torcida?
A identificação pode ser rápida, mas torcedor quer ver bom futebol, títulos, quer ver gols. Meu compromisso é em ajudar a equipe. O reconhecimento vem com isso.
Você fez quatro jogos como titular e, em outro, entrou no segundo tempo. Dos cinco, qual foi o mais marcante?
Eu estreei contra o Corinthians. Isso foi marcante, um clássico no Pacaembu. Mas perdemos. Agora, esse jogo do Rogério Ceni (o milésimo do goleiro) foi emocionante demais. Muita gente, meus pais lá...
Em 2010, você mudou de zagueiro para volante. Já se acostumou com a nova posição?
É tudo novo para mim, mas acho que consegui me destacar. É um fator a mais. Posso atuar de zagueiro ou jogar como meia e volante. É uma carta na manga que eu tenho.
Quem são seus maiores ídolos no futebol?
O Rogério Ceni, claro, que agora posso ver de perto e comprovar o quanto é dedicado, e o Ronaldo Fenômeno. São dois exemplos para mim.
Você já se sente preparado para fazer parte da seleção brasileira sub-20?
Ainda há muito o que aprender e aperfeiçoar, mas eu sei que tenho condições de chegar lá. Preciso ter paciência e trabalhar bastante.