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O casamento que começou com glamour em maio do ano passado acabou ontem de maneira melancólica. O atacante Fernandão teve seu contrato rescindido pelo São Paulo. O episódio só serviu para provar que no cabo de guerra entre os jogadores insatisfeitos e Paulo César Carpegiani o chefe está com moral.
A saída de Fernandão aconteceu poucos dias depois de ele reclamar publicamente de que estava sendo mal aproveitado e que se fosse para ser reserva preferia sair. Dito e feito. A rescisão, segundo o clube, foi amigável.
“Ele nos procurou, disse que queria sair e, depois de avaliar, aceitamos liberá-lo”, disse o vice-presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
A diretoria apagou o início de um incêndio cortando o mal pela raiz. Antes que Fernandão pudesse contaminar o grupo com sua insatisfação, eles optaram em liberá-lo, dando razão ao treinador nesta disputa.
Carpegiani já havia dito que não tinha espaço para o jogador na equipe. O técnico não via o atacante como aquele jogador de referência. Disse que Fernandão teria de disputar posição com Dagoberto e Lucas, o que, de fato, significava que ele fatalmente seria apenas uma opção no banco de reservas.
Por outro lado, Fernandão, que entrou em campo 39 vezes e marcou oito gols, saiu reclamando que o treinador o utilizou fora de sua posição, como referência, o que ocorreu poucas vezes.
“É uma situação simples. Ele não iria jogar”, comentou Leco, que comemorou o fato de liberar R$ 220 mil na folha salarial. “Claro que isso foi importante, mas não determinante. Não adianta ficar com um jogador que ganha bem e que não joga.”
A limpa continua
Não à toa, Fernandão não será o único. Coincidentemente, os dois próximos da lista são Cleber Santana e Junior Cesar, que, em algum momento, já manifestaram insatisfação por jogar pouco. A diretoria, pelo jeito, quer dar tranquilidade ao técnico.
Segundo Leco, Cleber Santana pode ir para o Atlético Paranaense. O São Paulo aceitaria pagar até parte do salário – cerca de R$ 200 mil – para o volante atuar emprestado até o fim do ano. Não está descartada também uma rescisão de contrato.
“O São Paulo entende que não faz bem para um jogador desse nível ficar sem jogar”, comentou o dirigente. E ele adotou discurso parecido com Junior Cesar, outro jogador do elenco que não anda satisfeito com Carpegiani, por ser reserva de Juan.
“Ele desperta o interesse de vários clubes, o Flamengo queria muito. Ele é reserva imediato, mas nós gostamos muito do garoto Henrique Miranda, que precisa jogar”, disse Leco, referindo-se ao lateral-esquerdo que subiu neste ano para o profissional.
Pelo jeitão da coisa, nessa disputa interna Carpegiani está com larga vantagem.