Cientes do 'recado', zagueiro e volante usaram nesta semana todo o jeito possível para mostrarem que não estão à vontade. Primeiro foi Miranda, na terça, que ao comentar a alta quantidade de gols sofrida pela equipe - 10 em sete partidas pelo Campeonato Paulista -, classificou o sistema de "frágil" e responsável por deixar o setor defensivo exposto, apesar de considerar os defensores do elenco de qualidade.
"Hoje, nossa defesa é composta por zagueiros de qualidade, mas o sistema é muito frágil e vulnerável. Nossa equipe joga muito para cima, para fazer gols, e em contrapartida fica muito frágil na parte defensiva. É o momento de parar para analisar o que estamos fazendo de errado. Temos que arrumar, porque me preocupa a quantidade de gols. Vamos corrigir os erros para que não aconteçam mais", afirmou.
Mas o "quem manda sou eu" de Carpegiani parece estar bem claro na cabeça do atleta, tricampeão brasileiro pelo clube e um dos líderes do atual grupo. "Cabe ao Paulo analisar e fazer as correções que devem ser feitas. A partir do momento que define o time, nós conversamos e tentamos fazer o melhor para ajudar a equipe", amenizou o defensor, fazendo questão de colocar em evidência o poder do treinador.
O camisa 5 ainda fez questão de diminuir a culpa dos companheiros que devem proteger o setor. "Nossos volantes são bem dedicados e se empenham bastante, ajudam muito. Mas a equipe está frágil pelo esquema defensivo", acrescentou. Na quinta, foi um próprio volante quem falou. Tímido e ainda mais comedido, Rodrigo Souto usou palavras mais do que medidas para admitir que a indefinição de um time titular incomoda.
"É ruim, é ruim, sim, é verdade. Não que seja uma desculpa, mas é ruim", começou, para na sequência diminuir o tom. "Acho que é bem pior até mesmo para o Paulo [César Carpegiani], que não pode ter todos os jogadores na mão dele para que ele possa estar conseguindo escalar aquilo que ele pensa, aquilo que ele gosta, aquilo que ele quer", disse.
Paulo César Carpegiani também pelo menos dois bons argumentos para não ter ainda um time principal definido e testar várias formações táticas difrentes. Isto porque vários atletas que deve usar ou gostaria de ao menos testar entre os titulares estão na seleção brasileira sub-20, no Peru, casos principalmente de Casemiro, Lucas e Henrique. No mais, é começo de temporada, período mais propício para que os treinadores façam experiências.

Carpegiani usa o começo de ano para definir o time para o restante da temporada
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