De acordo com o jornal, o artigo V do Código de Ética da entidade deixa claro que um oficial de confederação, associação, liga, clube ou da própria Fifa “não pode exercer sua função em casos em que haja ou possa haver conflito de interesses”. Especialistas em Direito ouvidos pelo jornal entendem que a situação se enquadra no caso da relação de Rivaldo com o São Paulo e o Mogi Mirim.
“É óbvio que as duas funções são incompatíveis. Pode até ser que nada aconteça, mas o tom disso tudo não é muito ético”, afirmou o advogado Edson Sesma. O presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, Rinaldo Martorelli, faz coro a essa análise. “O São Paulo pode precisar que o Mogi Mirim tire pontos do Corinthians. E se os dois times se cruzarem nas finais do Paulista?”, questiona.
Ainda segundo a Folha, a Fifa não deve acionar o jogador nem o São Paulo para impedir o acúmulo de funções, apesar de condenar a situação, já que se trata de uma questão nacional, a cargo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Além disso, esse tipo de veto precisaria constar no regulamento da competição.
Entretanto, o próprio clube do Morumbi já deixou claro que gostaria de ter Rivaldo com exclusividade. “Se houvesse um novo confronto com o Mogi, não gostaríamos de tê-lo como dirigente adversário”, admitiu o diretor de futebol são-paulino, João Paulo de Jesus Lopes.
Enquanto isso, o pentacampeão mundial segue tentando viabilizar sua liberação com os documentos do Bunyodkor, clube do Uzbequistão que ele defendeu antes de retornar ao futebol brasileiro. O jogador já acionou a Fifa para conseguir a documentação, que ainda não foi enviada pelo ex-clube, e sua expectativa é de estar pronto para atuar em até dez dias.
