Durante assembleia da CBF realizada na quarta-feira passada, o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, disse não ser o momento para a criação de uma liga de clubes responsável por administrar os campeonato nacionais. Ao que parece, no entanto, não tirou o ânimo dos presidentes dos clubes. Segundo apurou o LANCENET!, o Clube dos 13 não desistiu de fazer uma nova organização e já faz contatos com filiados para realizar uma liga.
A questão da nova liga foi defendida durante o processo eleitoral para a presidência do C13. Kléber Leite, candidato de oposição, disse ter a aprovação de Teixeira para levar a ideia adiante. No entanto, o mandatário da CBF recuou no assunto após a vitória de Fábio Koff no pleito de segunda-feira.
Reeleito até 2013, Koff reafirmou através de sua assessoria de imprensa que “continuará trabalhando em prol de uma nova liga†, como defendeu durante sua campanha. O dirigente, inclusive, estará em Curitiba na segunda-feira para debater este, entre outros assuntos, durante encontro com os presidentes de Atlético-PR e Paraná.
– O primeiro passo para a liga é aumentar o número de clubes associados, até pela lei, que obriga o campeonato a ter acesso e descenso. Isso será discutido segunda e vamos avançar – afirmou o presidente do Atlético-PR e vice da chapa de Koff, Marcos Malucelli.
A meta do C13 é conseguir apoio dos 40 clubes das duas principais divisões do país para, enfim, tirar a liga do papel. Nas próximas semanas, novos encontros acontecerão, inclusive com clubes ainda não associados, como o Paraná, e a questão estará sempre em pauta.
Confira o que falaram Marcos Malucelli, presidente do Atlético-PR e vice da chapa de Koff, e Luís Álvaro de Oliveira, presidente do Santos que apoiou Kléber:
LANCENET!: Como está o andamento da discussão sobre a construção da nova liga de clubes?
MARCOS MALUCELLI: Isso será discutido. Segunda-feira receberemos a visita do presidente Fábio (Koff) aqui em Curitiba. Vamos avançar no assunto. Depois, ele conversará com vários outros clubes do país. Àmedida que esses encontros forem se confirmando, o assunto caminhará, para que, em dezembro, quando a nova diretoria do C13 assumir, toda essa plataforma já esteja montada.
LNET!: Como o senhor recebeu a declaração contrária de Ricardo Teixeira sobre a nova liga?
MM: Nem tomei conhecimento dessa declaração. Mas, independentemente do que foi dito, a verdade é que, quando esteve aqui e almoçou comigo e com o presidente do Coritiba (Jair Cirino), o Kléber Leite nos disse que a eleição implicaria na criação da liga porque ela estava autorizada pelo Teixeira. Se a CBF não se opõe nesse caso, é de se supor que não se oponha qualquer seja o presidente do C13. Isso é lógico.
LNET!: Como o senhor vê a mudança no discurso de Ricardo Teixeira sobre a liga?
LUÍS ÁLVARO DE OLIVEIRA: Não sei se houve mudança. A criação da liga é um tema unânime. Mas é uma tarefa complicada, que implica numa reforma estatutária. Entre outros pontos, há complicações como atrair os 40 clubes da Primeira e da Segunda Divisões. Isso é necessário por conta da legislação, que obriga acesso e descenso. Não acredito que seja uma tarefa simples ou fácil. Era o objetivo dos dois candidatos. Por isso, não vejo como uma mudança de atitude do presidente Ricardo Teixeira, mas uma constatação.
LNET!: Que pontos o senhor acredita que a nova liga deve discutir?
LAO: O C13 pertence a todos os clubes. Por isso, as decisões são tomadas por bom senso ou por maioria. Mas, pensando na agremiação que é o Santos, pleitearia presença no grupo mais privilegiado nas cotas de TV. Acho válida uma revisão dos critérios.Ofutebol é dinâmico, não se pode basear em um critério de dez anos atrás.