Mara Casares se afasta do Conselho do São Paulo após polêmica sobre camarote exclusivo

Um esquema de venda ilegal envolvendo diretores do São Paulo FC foi revelado por meio de um áudio que circula nos bastidores do clube. Mara Casares, ex-esposa do presidente Julio Casares, solicitou na última sexta-feira uma licença do Conselho Deliberativo da instituição. A diretora, que já havia se afastado de suas funções como diretora cultural e de eventos, está ligada ao esquema de exploração clandestina de um camarote no Estádio do Morumbi.

Conforme estipulado pelo Artigo 57 do Estatuto Social do São Paulo, Mara não poderá retornar ao Conselho antes de um período mínimo de um ano, o que significa que sua volta está prevista apenas para dezembro de 2026. Apesar do afastamento, as investigações conduzidas pela Comissão de Ética do clube continuam em andamento, e os envolvidos no esquema estão sendo convocados para prestar esclarecimentos.

O pedido de licença de Mara Casares foi apresentado um dia após os conselheiros terem aprovado o orçamento para 2026, em uma votação apertada que resultou em 112 votos a favor e 107 contra. A situação do camarote, que gerou polêmica, atraiu a atenção também de autoridades policiais. O Ministério Público solicitou que a Polícia instaurasse um inquérito a respeito da exploração clandestina, incluindo os nomes de Mara Casares e Douglas Schwartzmann.

A investigação interna no São Paulo abrange não apenas a Comissão de Ética, mas também duas sindicâncias que se dedicam a apurar os fatos. Em um áudio obtido com exclusividade, Douglas Schwartzmann reconheceu ter lucrado com o uso do camarote em questão, ressaltando a confiança que tinha em Mara ao se envolver no esquema. As suas palavras revelam um tom de cumplicidade e a certeza de que todos os envolvidos se beneficiaram financeiramente, gerando dúvidas sobre a ética nas ações realizadas.