O Conselho Deliberativo do São Paulo se reuniu na última quarta-feira (17) para deliberar sobre o orçamento para o ano de 2026. A sessão ocorria no salão nobre do Estádio do Morumbi, mas foi abruptamente interrompida devido a um protesto de torcedores na entrada do local. O site Lance! confirmou que alguns representantes de torcidas organizadas do São Paulo estavam presentes. Imagens do evento foram compartilhadas nas redes sociais pelo jornalista Gabriel Sá, que também informou que a Polícia Militar foi convocada para lidar com a situação. A reunião incluía a presença de dirigentes do clube e de conselheiros.
Durante a confusão, Olten Ayres, o presidente do Conselho, se dispôs a dialogar com alguns dos torcedores que se aglomeravam na porta do salão nobre. A tensão política no São Paulo, por sua vez, se intensificou ao longo da semana. O clube decidiu abrir uma sindicância para investigar áudios que vazaram, nos quais Douglas Schwartzmann, um dos dirigentes das categorias de base, e Mara Casares, ex-esposa do presidente Julio Casares, são implicados em um suposto esquema de venda clandestina de ingressos para camarotes do Morumbi.
Além disso, a The Guardians Entretenimento Ltda. moveu uma ação de cobrança contra a Cassemiro Eventos Ltda. A reclamação é referente a valores que não teriam sido pagos pelo desenvolvimento e organização de um camarote no Estádio durante um show da cantora Shakira, realizado em 13 de fevereiro de 2025, em parceria com a marca Heineken. Após um pagamento parcial de R$ 70 mil, que ocorreu em duas parcelas, o montante restante deveria ter sido quitado um dia antes do evento, mas isso não ocorreu, desencadeando uma discussão acalorada no dia do show.
Conforme relato da autora, houve uma situação de desvio onde a requerida, aproveitando-se de um momento de distração, retirou um envelope contendo 60 ingressos e deixou o estádio, gritando acusações e ofensas. Essa situação gerou tumulto, pois a requerida entrou em diversos camarotes alegando que tinha sido vítima de um golpe e que seus ingressos tinham desaparecido.
A autora argumenta que as acusações eram falsas e que o ambiente do evento é bem conhecido por ter sido palco de diversos acontecimentos. O documento aponta que a requerida teve uma conduta considerada "ardilosa", já que adquiriu, na véspera do evento, dez ingressos adicionais sem comunicar a autora, que tinha autoridade para gerenciar o acesso ao camarote.
Os ingressos e pulseiras que estavam no envelope foram utilizados pela requerida para compromissos com a Heineken, sem que a quantia devida fosse repassada à autora. Diante da confusão no dia do evento, ficou acordado com o setor financeiro da Heineken que os ingressos extras seriam descontados da dívida total, reduzindo o montante de R$ 62 mil para R$ 40.832,00. Apesar de diversas tentativas de chegar a um acordo, todas se mostraram infrutíferas. Até uma reunião com representantes da Heineken e da empresa intermediadora Atenas foi realizada, onde ficou evidente a falta de intenção da requerida em quitar a dívida. Após esses eventos, a autora decidiu registrar um boletim de ocorrência.
Com base nas informações reunidas, a autora afirma que Carolina, através da agência Cassemiro, recebeu os pagamentos da Heineken e da Agência Atenas, mas não repassou a quantia total devida. Dada a situação de inadimplemento e a inviabilidade de qualquer negociação, a autora se viu na necessidade de entrar com uma ação judicial, reivindicando o valor restante, de R$ 40.832,00, o qual deve ser acrescido de correção monetária, multa e juros legais.